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'Sou do contra' ("a favor"?).

 O que dizer de uma imprensa que ao divulgar números positivos de nossa economia, sempre é capaz de lembrar um "mas" ilustrando assim, um certo limite nos números alvissareiros.

 Sempre movida por interesses ideológicos a imprensa procura limitar e impor barreiras dentro do que para ela, nada mais seja do que os 'lendários' gargalos de infraestrutura, que por sua vez impediriam que bons números de produção em nossa economia se repetissem. 

 A solução para a resolução desses ditos gargalos como apontados pela imprensa, seria a volta do investimento numa cadência projetada em algo acima de 22% do Produto Interno Bruto (PIB). 

 Para o governo, o ano que passou ficou marcado por uma série de medidas que visavam justamente a canalização de recursos privados para investimento na produção, e que essas medidas demoram um pouco para surtirem o efeito desejado, mas que por outro lado, indica que não estamos longe de conseguirmos.

 Contudo na outra ponta - a do investimento -, surgem outros gargalos, que na concepção da imprensa corporativista, estariam sinalizadas pelo baixo clima de confiança no País, que estaria também, impedindo que os investimentos deslanchassem. Esquecem-se portanto que desde 2008 o Brasil atingiu o 'investimet grade' ou grau de investimento e que a partir disso obteve seguidas melhoras em suas notas de avaliação junto as três agências de classificação de risco. 

 Mesmo havendo um ligeiro descolamento do investimento financeiro do investimento produtivo, o grau de investimento pode contribuir também na atração de investimentos produtivos. Por que não?

 Mas por que então, o País não é capaz de despertar o instinto animal do empresariado?

 Bem! Esse instinto animal parece ter sido despertado há muito tempo ao se ter em vista, números da indústria em 1,3% em  janeiro em relação a dezembro. Em setores como o automobilístico, nos quais segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), houve um incremento de 7,7% na produção de veículos, comparados em relação a dezembro, à janeiro de 2013. Este número foi estimulado pelo elevado nível das vendas e representa um recorde para o mês.

 Já na série livre de efeitos sazonais, o crescimento chegou a 6,4% na margem. Sendo que a contribuição mais relevante se deu na categoria de veículos pesados como caminhões que atingiu 12,7 mil unidades produzidas durante o mês de janeiro - o equivalente a uma alta de 30,2% em relação a dezembro de 2012 -, estimuladas pelas taxas de juros reduzidas de financiamento do Finame. Já para a categoria de veículo leves a produção atingiu 279,3 mil unidades, volume 31,9% superior a janeiro de 2012. 

 As exportações também voltaram com forte reação em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando 36.232 unidades vendidas ao exterior com 9,5% acima de janeiro de 2012, embora 12% abaixo que dezembro. O que demonstra que o setor vinha se recuperando durante todo o ano.

 Por certo os bons números do setor automobilístico sinalizam que as medidas de renúncia fiscal e estímulo ao consumo, não se mostraram tão equivocadas assim, como vinha sendo afirmado pela imprensa. 

 Porém divulgando os números mas não reconhecendo os méritos do governo por isso, a imprensa enfatiza as limitações do crescimento da produção do setor automobilístico ou a dependência dele, em torno desses incentivos dados pelo governo e o que seria também, uma barreira para que novos números de acréscimo de produção viessem a ocorrer no futuro. Assinalam que a escassez de peças poderia comprometer novas marcas positivas de produção da indústria automobilística e que as montadoras inevitavelmente seriam obrigadas a recorrerem à importação de peças. Como se isso não fosse rotina no ambiente de produção das montadoras desde os anos 1990.

 Talvez sugestivamente poder-se-ia o governo atuar também no setor de autopeças com incentivos ao setor, barateando os custos de produção, mirando numa futura redução de preços no produto final - que é o veículo devidamente montado. 

 Desta feita um plano que convergisse para parcerias entre o governo federal e os governadores, viria bem à calhar, justamente nos estados que contam com montadoras ou que se encontram em meio à promessas de investimento de futuras plantas industriais automobilísticas, para a implantação de unidades fabris de autopeças, em localidades próximas das montadoras. 

 Com isso, reduziria-se sensivelmente a dependência de componentes importados nas linhas de produção das montadoras, reduziria também gargalos de infraestrutura e logística - adaptando-se ao conceito 'just in time' -, barateando esses insumos e estimulando a formação de novos clusters industriais, dinamizando ainda mais as economias locais nos estados que contam com montadoras de veículos e máquinas agrícolas em seus parques industriais. 

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