Pular para o conteúdo principal

Globalismo Vs nacionalismo e o futuro da humanidade

O mundo sempre viveu conflitos entre interesses privados e coletivos; mas apesar de ser um termo novo o globalismo por sua vez, teve papel preponderante nisso, logicamente adaptado aos contextos de suas épocas. 

Antes, na antiguidade, as primeiras civilizações já eram globais e dominavam outras, pela força. Não que hoje os métodos de dominação tenham mudado, porém para isso, se tornaram mais sutis, e não menos violentos. 

Desse modo, a sensação de violência sofrida é que pode demorar algum tempo para ser sentida; o que não ocorre de maneira uniforme por todas as populações subjugadas. 

Sem falar na corrupção, a maior aliada dos dominadores contra os subjugados. Assim, pessoas do lado dos oprimidos, se veem partidárias de seus opressores, em nome de possíveis vantagens pessoais adquiridas.

Alexandre, o primeiro grande conquistador, certamente de modo involuntário, foi o primeiro a difundir o globalismo, através de seus exércitos. Porém, conforme diz sua história, ele teria chorado por não haver mais territórios a conquistar.  

Outros grandes impérios como o da Roma antiga, se estendiam por imensos territórios, abrangendo inúmeras culturas e costumes. 

A figura do Estado forte foi primordial naquele tempo para isso e desse modo, uma forte estrutura burocrática estatal se fazia necessária para manter o controle sobre os povos conquistados.

Ao contrário do que muitos ainda imaginam, as duas forças antagônicas em conflito na atualidade, não são mais capitalismo Vs socialismo, mas sim, do globalismo contra o nacionalismo, onde a soberania de países e governos é cada vez mais questionada em nome de "urgências globais", principalmente climáticas - Foto: Dreamstime.

A cidadania romana era artigo raro, concedida apenas a pessoas nascidas de uma família que já gozasse de tal privilégio, garantindo-lhes uma série de direitos que aos demais povos conquistados pelo Império, não eram permitidos.

A democracia, que não foi invenção romana (e sim grega), era uma das prerrogativas dos cidadãos; porém, se restringia apenas ao direito de voto e nada mais (direito exercido unicamente por homens adultos). 

Durante a vigência romana pelo mundo, governos, culturas, costumes e religiões locais eram mantidos, desde que submetidos aos impostos e taxas cobrados por Roma, e que mais uma vez eram garantidos pela força. 

Já na era medieval, o Estado perdeu relevância para os feudos, que eram governados por poderosos clãs familiares que prometiam proteção a camponeses pobres que se dispusessem a se submeter ao sistema de servidão, para se sentirem em segurança e parte de um povo.

Os feudos obedeciam por sua vez, a uma hierarquia de tamanho; quanto menor fosse um território governado por uma figura da nobreza, menor também era seu título de influência e mais obrigações com os feudos maiores, este o teria. 

Era o que se chamava de suserania e vassalagem. O suserano maior era o rei e os vassalos, aqueles que tivessem territórios menores. Em um país, nenhum feudo poderia ser maior que um reino inteiro, pois isso afrontaria a hegemonia da figura do rei.

O Panteão é um dos exemplos da arquitetura romana da antiguidade, ainda presentes na atual capital italiana; um símbolo do poder do Estado sobre a vida das pessoas, onde toda uma estrutura burocrática existia com a finalidade de prover o próprio Estado de meios sustentáveis para sua continuidade - Foto: Canva.

Desse modo, o Estado não existia, senão na figura de um monarca e seus nobres através de territórios menores, constituídos em governos locais, formados por aristocracias.

Com surgimento do Estado Moderno, o rei passou a organizar uma estrutura burocrática que garantisse seu governo de modo que se acentuasse mais aos anseios populares. Um deles se comparou a ele mesmo com a figura do próprio Estado.

Através disso, houve os primeiros respiros democráticos, desde a Grécia antiga, onde os monarcas se adaptaram para não perderem por completo, seus reinos para repúblicas.

O modelo feudal porém, vigorou ainda com tanta força, que mesmo com o surgimento dos Estados Modernos e as repúblicas, persistiu sua existência por algum tempo em uma parte dos territórios na Europa, como é o caso da Itália e da Alemanha até as décadas de 1860 e 1870, do século 19.

Antes, esses países eram formados por províncias autônomas com governos próprios, embora unidos numa mesma cultura e idioma, que com a ascensão de suas burguesias, buscaram a união nacional.

Com o tempo, a nobreza aristocrata foi sendo obrigada a dividir seus poderes com parlamentos eleitos; a partir disso, os representantes do povo podiam fazer leis para que os reis as seguissem, além de determinar um dos membros do parlamento para governar o país, na figura de um primeiro-ministro.

Cabia ao rei apenas, o de uma figura moderadora entre o representante chefe de governo e os demais parlamentares. A justiça se tornou um outro poder à parte, e assim, a tese da tripartição dos poderes defendida pelo filósofo francês Montesquieu, se materializou na prática. 

Com o fracasso das democracias liberais no final dos anos 1920, o nacionalismo aflorou na década seguinte entre os países europeus, especialmente na Alemanha, na Itália e na Áustria; no Brasil isso não foi diferente. Assim, os Estados Nacionais tiveram maior protagonismo.

Jean-Jacques Rousseau, criou a Teoria do
Contrato Social, (a Constituição dos países),
um compilado de leis que garantiriam a soberania
do Estado em defesa do bem comum e dos 
direitos e liberdade individuais; valores que
estão sendo corroídos com as ideias globalistas -
Foto: Wikipedia. 

Os governos passaram a adotar políticas de planejamento de longo prazo para desenvolver a economia de seus países, como forma de conter o avanço do comunismo soviético na Europa e América Latina. 

De início, as nações liberais não viram problema nisso, já que havia um esforço que visava a contenção do que era visto como "um mal maior". 

Contudo, por ter sido conduzido por governos de direita, o nacionalismo até hoje é visto como uma linha de abordagem política, ligada ao extremismo conservador. 

Ocorre que nem sempre isso é verdade, mas a mídia mainstream (convencional), alinhada com preceitos plutocratas globalistas, tenta lançar a pecha extremista a todo político ou governante que se identifique com o nacionalismo.

O nacionalismo ganhou força sobretudo, porque no início no Século 20, as condições de vida do povo europeu, ainda eram extremamente difíceis e havia o entendimento de que as democracias liberais haviam falhado nesse propósito. Praticamente os mesmos problemas que vemos na atualidade.

Desse modo, o principal foco dos governos nacionalistas é a proteção das riquezas naturais de seus países, contidas no subsolo de seus territórios e a integridade étnica, cultural e religiosa de suas populações, que sob o manto das liberdades democráticas, são ameaçados.

Conceitos sobre globalismo e globalização

Mas o que vem a ser globalismo? E por que muitos fazem questão de diferencia-lo do conceito de globalização?

Globalismo é um termo usado por detratores da globalização e foi originalmente cunhado pelo professor de Relações Internacionais da Universidade de Harvard, Joseph Nye, crítico da globalização. 

Nye também é responsável pelo conceito de soft power (ou poder suave), que expressa um tipo de dominação de países ou corporações privadas de economias desenvolvidas, que exercem forte influência nas economias periféricas. 

globalização em sua terminologia pura, seria o processo de aprofundamento da integração internacional seja econômica, cultural e política entre os diferentes países.

Na prática, a globalização tentou dar uma nova roupagem para a Divisão Internacional do Trabalho (DIT), com a configuração da cadeia global de suprimentos onde países periféricos são apenas fornecedores de matérias primas ou bens primários aos países ricos, para que estes os industrializem.

Além disso, por não terem o domínio tecnológico dos processos de produção industrial, as economias periféricas acabam também, abrigando plantas industriais de multinacionais de países ricos, oferecendo incentivos fiscais e mão de obra barata para as empresas estrangeiras.

No entanto, o domínio das tecnologias de produção industrial, não são compartilhados com os países pobres, onde as empresas multinacionais mantêm suas fábricas.

A globalização ganhou corpo a partir das reformas econômicas neoliberais de Margaret Thatcher no Reino Unido, e de Ronald Reagan, nos Estados Unidos, durante os anos 1980; e se intensificou na década seguinte de 1990 para os demais países, principalmente, economias emergentes como o Brasil.  

O fracasso da Globalização

No Século 20, surgiram os primeiros organismos globais, como a Liga das Nações (precursora das Nações Unidas) que dentre outras finalidades, tentaram fulminar tanto ameaças vindas de países hostis às democracias liberais tradicionais, quanto de outros, cuja os governos tenham tendências mais restritivas. 

Foi a partir dos anos 1940 que surgiram entidades como a ONU de caráter geopolítico, mas principalmente, militar (através de seu braço principal, o Conselho de Segurança) e mais tarde, seguindo uma outra vertente, também dentro da orientação bélica, mas fora da ONU, a OTAN.

Sob o ângulo econômico, ainda no curso da Segunda Guerra Mundial após os Acordos de Bretton Woods, outras entidades como o FMI, o Banco Mundial e o uso do dólar como reserva global de valor, surgiram como instituições de abrangência internacional.

Os organismos internacionais, são entidades supranacionais (OCDE, ONU, OMC, Banco Mundial e FMI), originalmente visam mediar conflitos entre países ou apontar soluções e caminhos para que governos tracem políticas públicas. Na verdade, essas entidades sempre vieram sendo usadas no preparo de terreno para ambições globalistas, determinando como os governos devam conduzir suas políticas - Foto: Reprodução.

O globalismo assim defende exatamente o oposto do nacionalismo, pois são valores que impedem o aumento dos lucros dos plutocratas globais; fronteiras e governos protecionistas, são obstáculos para o acesso a recursos naturais indispensáveis para a produção em massa de tecnologias que lhes garantam lucros.

A globalização falhou exatamente naquilo em que se propôs: o fim das fronteiras e a institucionalização de um governo global. 

Os globalistas não foram capazes de dissuadir por exemplo, o racismo, que é a principal razão para que o nacionalismo prevaleça, mesmo em países considerados democracias liberais; já que o verdadeiro interesse é meramente econômico e não, de integração internacional humana.

Contudo, aquilo que é tido por "racismo", na visão nacionalista, pode não ser nada além da proteção dos empregos de pessoas que vivem os agonizantes tempos do welfare state, dos países europeus. É apenas uma forma de defesa dos interesses das populações nativas. 

A questão da imigração também é um tema delicado que fóruns de discussão econômica como Davos, na Suíça, raramente se debruçam em refletir, a não ser sob o ponto de vista do "excesso populacional" no planeta, que na visão de seus organizadores, estaria influenciando nas "mudanças climáticas".

O tema da imigração envolve dois grupos de interesse e um deles é comum, ao que prega os nacionalistas e também os globalistas, que é a mão de obra barata vinda de países pobres que achata salários e retira empregos de pessoas nativas dos países ricos. 

A Alemanha é o exemplo de política oposta ao que prega os nacionalistas, pois está incentivando a imigração, pelo fato de suas empresas pagarem um dos maiores salários mínimos do mundo, cerca de 12 euros, a hora trabalhada, ou cerca de R$ 64.

Para os Estados Unidos, a imigração se tornou um problema quase irreversível, principalmente após o governo Biden, afrouxar mecanismos de controle na fronteira com o México. Algo que gerou a maior crise entre o governo federal e os estados, desde a guerra civil americana entre 1861 e 1865.

O governo americano determinou ao estado do Texas, que desmonte as barreiras na fronteira com o México, após decisão da Suprema Corte dos EUA, mas o governo texano se recusa a obedecer; para piorar a tensão, cerca de 30 estados declararam apoio ao Texas, contra as determinações do governo Joe Biden.

Nesse interim, a separação do mundo entre "ocidentais", latinos, europeus, africanos e asiáticos, na visão das ditas "democracias liberais", exprime o que está implícito: a discriminação daqueles que só querem o acesso às riquezas de outros povos, não uma comunhão com eles.

Interessante observar que o critério para a classificação étnica global não obedece nenhum parâmetro geográfico, tendo em vista que australianos e neozelandeses, apesar de estarem no oriente, não são vistos como orientais, mas sim, como "ocidentais".

Já a América Latina, que apesar de posicionada ao ocidente do globo, seus habitantes nativos não serem vistos de outra forma, senão como "latinos".

Ou seja: orientais são apenas aqueles que têm os olhos puxados e pele amarela; enquanto latinos, somente quem tem cabelos escuros, pele parda e está ao Sul dos Estados Unidos e Canadá. Pessoas caucasianas, de origem germânica, de modo geral, são tidas como "ocidentais".

Outra curiosidade é a Europa não ser dividida por etnias como as Américas (anglo-saxônica e latina). Nativos de países latinos na Europa, são "europeus" (caso de França, Itália, Espanha, Portugal e Romênia), e não latinos.

A França em especial, apesar de ter adotado um idioma latino, não se considera etnicamente latina e sim, gaulesa. Mas que culpa o resto dos latinos têm, se Júlio César conquistou a Gália em 58 a.C e tornou a cultura latina romana hegemônica naquele território?

Além disso, a globalização fracassou em sua própria hipocrisia, pois apesar de defender a não interferência estatal, também não pode abster de um Estado forte que financie por exemplo, suas incursões militares para obrigar outros países, a abrir suas fronteiras a suas empresas. 

Centenas de migrantes aguardam para atravessar a fronteira do México com os EUA em San Diego; o problema da imigração é algo que a globalização jamais se propôs a amenizar - Foto: Reuters.

O maior exemplo da necessidade de um Estado Nacional forte, pelo lado das democracias liberais, são os Estados Unidos, o qual geralmente lidera ou indiretamente influencia ações bélicas pelo mundo ao redor dos interesses globalistas.

Na verdade o Estado também deve ser forte para defender o interesse de suas respectivas empresas privadas nacionais, o que contraria completamente o espírito de integração econômica que propõe a globalização; um exemplo são as medidas protecionistas americanas para impedir a entrada de carros elétricos chineses nos Estados Unidos.

Recentemente a chinesa BYD ultrapassou a americana Tesla na fabricação de carros elétricos, se tornando assim, a líder mundial no setor. Mas os ocidentais não estão sabendo muito bem como superar mais essa frustração. 

Além disso, os globalistas insistem numa ordem global que despreza grandes players como China e Índia, no caso do G7 (o grupo das "sete maiores" economias do mundo), tendo em vista que Canadá e Itália (que fazem parte do G7), fogem ao propósito do grupo. 

Enquanto China e Índia (segunda e quinta maiores economias do mundo), são descartadas do G7, outro forte grupo de países surgiu, onde o Brasil também está entre eles: o Brics, formado também por Rússia e África do Sul.

Recentemente o Brics admitiu ainda, outros países ao grupo, tais como Irã, Arábia Saudita, Etiópia, Argentina, Emirados Árabes e Egito. 

Com China e Índia fora do G7, há o esboço de que a globalização precisa atender a determinados requisitos étnicos, culturais e raciais; o que lhe dá mais um aspecto de regionalização, que propriamente de globalização.

Desse modo, os ocidentais demonstram possuir algum tipo de problema, na ascensão econômica de países estranhos no tocante a hábitos, na aparência de suas populações, no idioma ou em culturas, que ameacem suas hegemonias no mundo. Isto é, pensaram não propriamente em globalização, mas no domínio cultural sobre os demais povos considerados "inferiores" por eles.

Assim, a globalização não foi desenhada para integrar outros povos, mas tão somente, na apropriação econômica de riquezas de países vistos como de menor importância no contexto global.

A exemplo da divisão dos povos por origem étnica, as economias mundiais também são divididas conforme critérios estabelecidos pelos organismos internacionais criados pelos países dominantes, que acreditam exercer hegemonia sobre o mundo

Desse modo, as economias são divididas em: desenvolvidas e emergentes

Tecnicamente, economias que fazem parte da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), são consideradas "desenvolvidas"; mas para integrar ou fazer parte da OCDE, um país precisa cumprir uma série de requisitos e ter sua candidatura de entrada homologada no chamado "clube dos países ricos".

A OCDE foi criada em 1960 para, dentre outros interesses, conter o ímpeto de governos que se fecham para outros, em nome dos interesses nacionais de cada um deles, além de fazer frente contra o comunismo. Países componentes da OCDE são considerados desenvolvidos.

O Brasil participa como cooperador da OCDE desde 1990, mas somente em 2017, o país formalizou sua candidatura para entrar de modo definitivo no grupo. No entanto, os críticos argumentam que o país pode perder privilégios de "economia emergente", ao entrar definitivamente para a OCDE.

Outros países latinos como México, Costa Rica, Chile e Colômbia já fazem parte da OCDE como membros plenos. A Argentina, assim como o Brasil, também pleiteia se tornar membro pleno do grupo.

O G20 (grupo formado por economias desenvolvidas e emergentes), talvez possa representar melhor o mundo multipolar que o G7 ou o mesmo o Brics e a OCDE. 

Em 1º de dezembro de 2023, o Brasil assumiu a presidência rotativa do grupo, que se estenderá até 30 de novembro de 2024; nesse período, o país sediará entre os dias 21 e 22 de fevereiro, no Rio de Janeiro, o grande encontro do G20 sob sua regência, para discutir problemas globais como guerras e reformas.

Agenda 2030 e o "radicalismo" de direita

Na atualidade existe a associação do nacionalismo a grupos radicais de extrema direita, numa tentativa de criminalizar também, a própria direita; como se aqueles que fizessem parte dela, fossem perversos e maus, apenas por defenderem seus posicionamentos. 

O fato é que os Estados Nacionais são empecilho para que a plutocracia globalista seja hegemônica; a ideia parece tornar o mundo, um enorme feudo dividido, quem sabe, entre os dez mais ricos do planeta, já que muitas fortunas chegam a ser maiores que a economia de boa parte dos países.

Para isso está em curso a adoção de uma série de medidas alegadas no propósito de preservação ambiental e que dentre outras coisas, defende a redução ou completa eliminação de atividades consideradas geradoras de carbono na atmosfera, tal como a agricultura.

A situação é tão crítica que recentemente a Alemanha se tornou palco de protestos de produtores rurais ameaçados com a paralisia de seus ofícios; antes agricultores holandeses já haviam se manifestado por conta da mesma pauta.

Tratores são agrupados em fila, em frente ao Portão de Brandemburgo, na capital alemã, durante protesto de agricultores contra o fim dos subsídios agrícolas do governo em atendimento à pauta ambiental da Agenda 2030, para redução das emissões de carbono na atmosfera. Atividade é apontada por globalistas, como grande causadora de problemas climáticos - Foto: Reprodução/ Canal Rural.

No terceiro fim de semana de 2024, foi a vez dos produtores agrícolas franceses, além de outros da Lituânia, Polônia e Romênia, se juntarem aos alemães para defenderem o direito de seguirem com suas atividades.

Agora com a neurose de que qualquer atividade humana seria geradora de CO2, que por sua vez, provocaria mudanças climáticas, levam à tese de que todo e qualquer hábito ou ação, acarrete em poluição do ar.

Desde o simples ato de tomar um cafezinho a até meios de subsistência humana mais complexos, como a agropecuária.

Estas, são ideias surgidas no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça

A respeitabilidade do Fórum vem cada vez mais se perdendo ao longo dos anos, por apenas considerar os interesses da aristocracia global, em detrimento do sentimento e dos valores da grande maioria de 8 bilhões de seres humanos que habitam a Terra.

Aliás, este é outro suposto problema também abordado pelo Fórum, de que o planeta não suportaria um número tão grande de pessoas vivendo nele. É nesse argumento, que os globalistas defendem o que chamam de "Grande Reset".

Na argumentação de supostos especialistas ligados aos interesses globalistas, o mundo precisaria reduzir à cada 2 anos, as emissões de carbono, para tornar sustentável a vida no planeta. Algo visto como "inevitável" e portanto, não sendo possível de ser democraticamente negociado, dadas às iminentes "urgências climáticas".

Contudo, mesmo que não ouçam a voz das massas, também se dizem democratas liberais e repudiam, governos ou seus apoiadores nacionalistas, relegando-os ao limbo dos "extremistas". Em suma, a agenda 2030 é antinacionalista e elegeu o nacionalismo como seu principal adversário.

Assim, de uma hora para outra, estadistas passaram a ser um risco para meia dúzia de plutocratas globais que se reúnem praticamente "escondidos" (do grande público) nos meses de janeiro, numa isolada cidade da Suíça para definir como seguirão com seus planos de dominação do mundo.

Agora, já não escondem mais seus desígnios; desejam a implantação de uma nova ordem mundial, onde a presente aristocracia global, faria do mundo, um enorme feudo. 

Estamos assim, nos aproximando de um impasse onde a guerra de narrativas se acirra, no fechamento ao cerco contra as big techs e suas redes sociais, por onde pessoas comuns ainda possuem alguma voz, mas que aos poucos, estão sendo silenciadas.

A guerra contra as big techs no mundo todo, pode ter uma razão; ou como muitos de seus usuários nas redes já disseram: "você é o carbono que eles querem eliminar"

As Inteligências Artificiais e o futuro do trabalho

Outro tema discutido no Fórum Econômico Mundial de 2024, foi o uso das Inteligências Artificiais como componente para a completa substituição da mão de obra humana nas empresas.

Um estudo realizado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), fez uma abordagem sobre os temores da substituição das IA's por humanos nas cadeias de produção ou de prestação de serviços e constatou que por enquanto, apenas 25% da força de trabalho humana corre esse risco.

O documento reforçou assim, que atualmente, a completa substituição da mão de obra humana por Inteligências Artificiais é economicamente inviável; e contratar humanos, ainda é mais barato para as empresas. 

No entanto, à medida que as tecnologias começam a ter ganhos de escala, a tendência é que fiquem mais baratas ao longo do tempo.

Para um dos chefes de Inteligência Artificial do Google, presente do Fórum Econômico Mundial de Davos, as IA's são fundamentalmente ferramentas de substituição de mão de obra. 

Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial de Davos, é um dos grandes difusores das ideias globalistas pelo mundo; segundo seus críticos, ele seria defensor de hábitos alimentares alternativos e até do fim da privacidade das pessoas - Foto: Salvatore Di Nolfi/ EFE/ EPA.

Desse modo, os contingentes humanos de mão de obra desocupada, se acentuarão ao longo do tempo, muito mais do que já se encontram concentrados atualmente; e então, o mundo poderá se tornar uma imensa "Califórnia", cheia de moradores de rua por todos os lados, viciados em drogas pesadas, vagando feito zumbis pelas cidades. 

O próprio futuro do capitalismo como o conhecemos, estará seriamente comprometido, pois sem massas salariais consumidoras, não haverá para quem produzir tantos produtos em escala. 

A tendência é que milhares de empresas, dentre grandes, médias ou pequenas, entrem em falência por falta de demanda de seus produtos ou serviços, e com isso, surjam outros milhares ou milhões de novos desempregados.

O tema não é de modo algum, abordado por sindicatos, os quais ainda afirmam defender a causa dos trabalhadores; mas que se encontram completamente passivos e mais preocupados com pautas identitárias, distantes das causas dos trabalhadores.

Assim, o futuro promete ser sombrio se a agenda globalista for mesmo implantada gradualmente, como já vem ocorrendo. 

É preciso se pensar em instrumentos institucionais previstos nas Constituições dos países, para evitar a degradação social de todos eles, em nome da hegemonia dominante de 0,01% das pessoas no mundo. Defender a população de ameaças distópicas, é o mínimo que os governos deveriam fazer por seus países.

Pautas identitárias e o sequestro da esquerda pelo globalismo

Racismo, aborto, homofobia, feminismo, meio ambiente e até o "direito" ao uso de drogas consideradas "leves" ou "menos nocivas", são nichos de assuntos que hoje dividem a sociedade ao redor de falsas discussões, onde o que antes movia partidos, sindicatos e movimentos de esquerda (a luta de classes) perde espaço para discussões, não exatamente banais, mas que estão sendo banalizadas.

Deste modo, a esquerda perdeu o interesse por pautas sociais e passou a adotar uma agenda com temas importantes, mas que deveriam ser secundários, dado a problemas humanos bem mais sérios e longevos, ainda não terem sido totalmente resolvidos tais como: a exclusão e a desigualdade social, as péssimas condições de trabalho, o desemprego, a escravidão e a fome.

Trecho sem asfalto da BR-163 (Cuiabá - Santarém); a falta de infraestrutura do país também esbarra em barreiras ambientais - Foto: Confederação Nacional dos Transportes/ CNI.

A própria discussão sobre o impacto das Inteligências Artificiais nas mais diversas profissões e ofícios humanos, são assuntos quase incógnitos para a esquerda. 

Pautas ambientais, praticamente descartam o fator humano, quando a preservação de biomas ignora pessoas que sofrem pela ausência de uma infraestrutura mínima de hospitais, escolas, universidades, saneamento, urbanismo, habitação, estradas, eletricidade e acesso à internet nas regiões mais isoladas da floresta amazônica.

Para expoentes da esquerda, levar o conforto do mundo contemporâneo para comunidades pobres isoladas, seria uma agressão ao meio ambiente, em detrimento da agressão vivida diariamente por essas populações que vivem em condições insuportáveis.

Ativistas ambientais, possivelmente financiados por
entidades globalistas, praticam atos de vandalismo 
contra obras de arte ou promovem manifestações 
grudando mãos sobre o asfalto, pedindo alimentação
saudável e agricultura sustentável - Foto: Agência 
France-Press/ AFP.

Importantes rodovias como a BR-230 (a Transamazônica), BR-163 (Sul do Pará), BR-158 (Nordeste de Mato Grosso) e a BR-319 (Porto Velho - Manaus), que ainda possuem trechos não pavimentados, são desafios perenes para moradores da Amazônia que cotidianamente precisam fazer uso dessas estradas. 

O Ministério do Meio Ambiente é veementemente contra o asfaltamento de rodovias na região amazônica, por entender que através de tais melhorias, o processo de degradação ambiental no traçado delas, se acentuaria. 

A Ferrogrão, projeto que prevê a ligação ferroviária entre Sinop (MT) e Miritituba (PA), também encontra forte oposição da esquerda; a ferrovia é importante para o barateamento de fretes e o escoamento da produção agrícola do Mato Grosso, para os portos do Arco Norte do país.

A grande incidência de Organizações Não Governamentais (ONG's), financiadas por poderosas fundações ligadas a grandes conglomerados financeiros e industriais de países desenvolvidos, através do chamado "Fundo Amazônia", fazem lobby contra projetos de desenvolvimento de infraestrutura na região.

A suposta preocupação com a questão indígena, logo é desmentida com a realidade que as próprias ONGs e o órgão federal de assistência aos índios (Funai), impõe a essas populações: realidades de fome e pobreza, por serem proibidos de explorarem comercialmente, suas imensas reservas em que nada podem fazer.

Relator e presidente da CPI das ONGs no Senado, discutem sugestão de nomes convidados para serem ouvidos sobre conflitos agrários e ambientais - Foto: Geraldo Magela/ Agência Senado.

Enquanto isso, pessoas pobres mestiças são expulsas de suas propriedades rurais em regiões do Pará, por serem tidas como "invasoras", para se dar lugar assim, a novas reservas indígenas onde nem os próprios índios, podem desempenhar qualquer atividade que lhes garantam alguma dignidade de vida. Tudo para atender a determinações de entidades globalistas sem fins lucrativos.

Além disso, problemas urbanos como enchentes em áreas pobres de grandes cidades ou regiões metropolitanas do Brasil, são tratados por autoridades, ligadas a essas ONGs, por meio de definições esdrúxulas, não enquadradas em nenhum estudo ou teoria acadêmica anterior que lhe desse respaldo para o seu uso.

É o que pode ser constatado através do uso do termo "racismo ambiental", onde a definição vazia e superficial passa longe de tratar daquilo que verdadeiramente é necessário para o enfrentamento dessas questões.

Portanto, o uso das pautas identitárias, são subterfúgios para o desvio dos reais problemas que a esquerda não deseja mais abordar, por razões de conveniência política em alinhamento com interesses de poderosos grupos econômicos, os quais financiam fundações e ONGs, que por sua vez, também financiam partidos de esquerda.

Este pode ser o caso do PSOL que vem há algum tempo, recebendo recursos do Open Society, entidade ligada ao magnata do mercado financeiro, George Soros.

Contudo, não é só no Brasil que tentáculos globalistas tentam influenciar decisões e debates políticos; esse mesmo dilema tem permeado principalmente as grandes democracias liberais. Foi o que constatou o colunista do jornal britânico Financial Times, Gideon Rachman em artigo publicado em 18 de abril de 2022.

Embate eleitoral francês de 2022, entre Emmanuel
Macron (globalista) e Marine Le Pen (nacionalista)
assinala a influência do tema nas eleições -
Ilustração de James Ferguson/ Financial Times.

Nele, Rachman explicita o quanto as dicotomias mudaram em três décadas, desde a queda do Muro de Berlim, que consolidou o fim da Guerra Fria e a disputa entre capitalismo e socialismo, dando espaço para novos embates, mas desta vez, entre nacionalistas e globalistas.

E assim, os globalistas tentam conquistar corações e mentes vislumbrada numa certa coerção moral onde se mostram como detentores de um certo monopólio [ao redor de tal moralidade] e de uma legitimidade em torno de suas narrativas. 

Aqueles que não se submetem a seus métodos, são rotulados como "extremistas"; um termo intimidador, que esboça quase uma sentença de periculosidade contra aqueles que se mostrem como obstáculos para as pretensões globalistas. 

Talvez o grande mistério seja a razão para a maioria dos governos globais, serem simpáticos às ideias globalistas, embora estes governos, contrariem a maciça maior parcela da população que os elegeu em seus respectivos países. 

Teríamos aí, a evidência forte, de intervenção das forças internacionais nos processos democráticos eleitorais nas diversas democracias?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Rio Verde moderna

 Dando seqüência ao último post, em comemoração ao aniversário de 164 anos de Rio Verde, no próximo dia 05 de agosto, vamos iniciar de onde paramos: a década de 1960, quando relatei que a cidade enfim, inebriava-se num breve período onde a dupla Mauro Borges (governador do Estado) e Paulo Campos (prefeito), inaugurava uma fase onde o centro de Rio Verde passava por sua modernização.   Ruas de terra ou calçadas com paralelepípedo em basalto davam lugar ao asfalto. O paralelepípedo teve uma outra destinação, e foi usado como guias de sarjetas das novas ruas recém-pavimentadas.  Os postes que sustentavam a rede de energia elétrica de aroeira, deram lugar a modernos postes de concreto e uma iluminação pública mais potente ganhava as ruas da cidade. Tudo da energia provida de Cachoeira Dourada.  Conta-se que a primeira rua a ser pavimentada foi a Rua João Belo, (atualmente, Rua São Sebastião no centro antigo de Rio Verde). E o asfalto ficou tão bom, que a necessidade de recapeamen

Um nome estranho; um bairro que nasceu para ser "setor"

Para quem já se 'cansou' de ler sobre a história do nosso município que nesse finalzinho de agosto -celebra seu mês de aniversário-, deve portanto saber, que a chamada "arrancada para o desenvolvimento" de Rio Verde, se deu a partir dos anos 1970.  O certo, é que a cidade seguiu o ritmo do tal "milagre econômico" dos governos militares daquela época. Mas sem dúvida, o que foi determinante em tudo isso, se deu com a fundação da Comigo, no ano de 1975.  Desde o final da década até o início dos anos 1980 porém, a expansão urbana de Rio Verde também sofreu um elevado aumento, sendo que essa situação provocou o surgimento de bairros cuja a única infraestrutura disponível, se deu somente na abertura de ruas e o traçado das quadras.  A especulação imobiliária por parte dos herdeiros de propriedades antes rurais, que margeavam os limites urbanos da cidade, abriu espaço para bairros onde atualmente se verifica sobretudo, a apertura das ruas, em que muitas delas nã