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Mostrando postagens de 2019

Quando o trabalho é inimigo da produtividade

 Dentre o rodízio de reformas, a pregação da simplificação do Estado que no bojo traz a retirada de direitos, justifica a modernização econômica nacional, com a imposição de novos duros fardos ao País, que certamente trarão o efeito inverso da proposta alegada, dentre tantas boas intenções de governos e técnicos os quais afirmam que a economia voltará a crescer com esses tipos de reformas.  Indubitavelmente o entendimento geral do governo que propõe soluções simples onde o ônus é sempre repassado para os mais pobres, visa preservar a classe média e os ricos, mantendo-os na zona de conforto; a mentalidade da valoração exacerbada do empreendedorismo em detrimento do trabalho, indica ser a metástase de uma preguiça induzida na qual indiretamente alude mais sobre o lucro, do que a produtividade.  Com isso, a simplificação na cobrança de impostos e a desoneração da folha de pagamento, através da retirada de direitos trabalhistas, descapitaliza e consequentemente mutila o Estado de

As cores nacionais

 Nesta terça-feira (19), celebra-se o Dia da Bandeira, na quarta-feira (20), é feriado em metade do país em relação ao Dia da Consciência Negra. Muitos brasileiros se orgulham do fato de nossa Bandeira Nacional Republicana não conter a cor vermelha, no sentimento nocivo que permeia as mentes infantes do País que associam o rubro a movimentos políticos do operariado comunista.   Já as pessoas negras em nosso País, é a outra cor à qual é ignorada, mas ao contrário do vermelho, é tolerada. O vermelho dos nativos indígenas também lembra o sangue derramado pelo genocídio silencioso, pelo qual foram (ou ainda são vítimas). E é o vermelho do sangue derramado em séculos de história brasileira que está ausente em nossa bandeira - bem o oposto da tricolor francesa, na qual o próprio pendão nacional dos Estados Unidos também foi inspirado.   O Brasil visto como um feudo herdado por um príncipe regente o qual decretou a independência do País para se tornar imperador, sinaliza o acordo da

Viver da luz

 Atualmente tem ganhado força, movimentos esotéricos e até entre especialistas formados nas mais conceituadas universidades do país, a tese e que por essa razão tem ganhado contornos cada vez mais científicos, daquilo que a sabedoria popular já chamava como "lei da atração".   De acordo ela, as pessoas seriam responsáveis pelo que conseguem (ou não), em suas vidas, apenas se em seus íntimos desejassem algo com bastante intensidade, que de tal modo gerasse um determinado campo de energia vibracional, capaz de atrair coisas boas ou ruins.  Tendo como premissa essa lógica, se tornou comum entre os palestrantes motivacionais, o uso dessa teoria para justificar por exemplo, a razão de algumas pessoas serem mais prósperas que outras, por conseguirem dominar a tal lei da atração, apenas vibrando energias positivas, da forma adequada.  Conforme a ideia defendida por coaches ou consultores de compliances, como Newton Ishii, o "Japonês da Federal", é trabalhar a

Mais uma santa dos pobres para manter os pobres na pobreza

  Irmã Dulce foi canonizada com o título de "Santa Dulce dos Pobres" em um evento onde a intolerância com os pobres é cada vez mais visível entre os católicos. Com isso a proliferação de santos banalizou o conceito de santidade, apesar da merecida homenagem e embora figuras como Irmã Dulce só sejam usadas como ícones de uma fé morta.  A canonização ocorre em um país que cada vez mais usa a ideologia conservadora ultradireitista contra o que chamam "socialismo" para oprimir e esmagar os pobres, o que por sua vez, estimula o surgimento de novas "irmãs Dulces" que enfrentam preconceitos, humilhações, e provações das formas mais duras possíveis, para que depois de alguns anos de sua morte seja vista como santa.  Santidade assim, só contrasta com a maldade peculiar da sociedade insensível que se aproveita de uma massa pobre para dominar todo um grupo. Banalizar a santidade, é homenagear santos com títulos canônicos e permitir que as mesmas injustiças

Sujos sobre mal lavados

 A sociedade brasileira adotou o método de desvirtuar reputações, seja pelo mero prazer sádico que essa prática proporciona ao se perceber os danos causados a uma pessoa que sofre os efeitos nocivos da desmoralização pública, ou ainda, por fatores motivados por mera inveja. Estas também são ações de criminalização de inocentes.  Com isso o hábito informal de se acusar pessoas, sem necessariamente haver o sentimento que motive o uso de provas, tem sido uma constante no comportamento humano da civilização que aprendeu defender seus interesses, apenas atacando a reputação de outras pessoas. Esse é um conceito recorrente de criminosos ricos para apagar rastros de crimes.   Porém o agravante de que o discurso dos ricos costuma ser bem convincente para pobres ávidos por se darem bem, às custas daqueles vistos como alvos morais a serem atacados, toda uma sociedade acaba aderindo à causa corrupta, sem saber ou se importar ao certo, sobre as verdadeiras razões para tanto esforço pela deso

O atendimento hostil do comércio de Rio Verde

 Uma pesquisa feita em 2015 e repetida em 2018, apontou o mesmo resultado, de que o Brasil amarga o penúltimo lugar em simpatia dentre os profissionais do comércio; a pesquisa no entanto, pode demonstrar um certo grau de injustiça, uma vez que muitos vendedores são apenas influenciados pelo meio hostil ao qual estão submetidos.  A investigação científica apurou o comportamento de trabalhadores ligados ao atendimento público no ramo comercial, dentre 16 países, indicando que os vendedores brasileiros ocupam a vergonhosa 15ª posição. Além de constrangedor, o dado precisa passar pelo crivo de uma avaliação mais minuciosa, que indique as verdadeiras razões por trás dele.   Com uma divulgação que mais parecia culpar apenas os empregados das empresas que comercializam produtos ou serviços, a mencionada pesquisa passou longe de apontar os próprios proprietários dos estabelecimentos comerciais, como os maiores culpados, pelo péssimo atendimento hostil  dispensados a seus clientes (algu

Janot e o estrelismo na Lava Jato

 A entrevista do ex-Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, na qual diz em seu livro que teria tido o desejo de assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e logo após se matar, causou rebuliço na imprensa, e reações que apontam para uma tentativa desesperada do autor da obra em vender exemplares.  Revela ainda o quanto o estrelismo de procuradores e do juiz responsável pela Operação Lava Jato, contaminou outros entes ligados a instituições judiciárias do país. Algo preocupante quando a vaidade de agentes públicos desse meio, contamina a impessoalidade e a isonomia em decisões que passam a ser persecutórias contra determinadas figuras.   Sejam essas figuras vulneráveis públicas ou não, a qualidade do trabalho forense fica extremamente comprometida e a democracia assim, neutralizada, quando agentes públicos desse meio são bajulados por outros atores do meio público governamental, na oferta de homenagens e lisonjas contumazes, em repetidas ocas

O bem vindo revigoramento do liberalismo na imprensa internacional e que tem sido acompanhado pela brasileira

 O surpreendente editorial do jornal britânico Financial Times, publicado em sua versão impressa com o título "Por que o capitalismo rentista prejudica a democracia liberal", pelo menos no Brasil, foi replicada em português por no mínimo dois dos maiores jornais do país,  Valor Econômico , ligado ao Grupo Globo e Folha de S. Paulo .  Mas a publicação do Reino Unido não teve essa como única ou a primeira de suas opiniões editoriais do gênero. Basta uma ligeira zapeada pela versão virtual na internet do FT , que só pelos títulos, é possível perceber a independência com que o jornal manifesta suas ideias, frente aos acontecimentos em curso nas políticas econômicas, tanto privadas quanto estatais.  Lionel Barber, que é diretor de redação do periódico britânico mais respeitado do meio financeiro, disse em entrevista ao site da BBC News Brasil, que o capitalismo precisa de um novo começo e que desde a crise de 2008, tem vivido sob pressão, por não mais satisfazer as neces

Individualismo sectário coletivo

 Em sociedades cada vez mais dominadas pelo discurso da globalização que prega o individualismo e o mérito como principais argumentos em torno dela, evidencia-se um fenômeno o qual pode ser identificado como individualismo sectário coletivo, numa realidade onde um indivíduo pode não pertencer a um grupo e assim ser excluído do todo.  O sectarismo é a saída encontrada em um universo social movido pela individualidade, entretanto, deve obedecer a princípios que legitimem o pertencimento a uma determinada associação de pessoas, às quais em tese, pensam de forma semelhante e estão unidas em prol de um mesmo objetivo comum. Embora nem sempre tão convergente e conciliador.  Essa legitimidade deve obedecer a uma certa aceitação social, caso contrário, algumas delimitações sectárias podem ser vistas como objeto de baderna ou mesmo ainda, para fins ilícitos e portanto criminosos. Dessa forma, pertencer a um partido político, é aceitável desde que as bandeiras ideológicas da sigla, obede

Crise diplomática? Macron deveria processar o presidente brasileiro e não punir nossa economia

 Essa história de presidente ou ministro chamar mulheres de outros chefes de Estado de "feias", já deu o que tinha de dar; e não são protestos de redes sociais que farão cafajestes do governo brasileiro mudarem suas posturas, mas sim, ações efetivas que punam apenas os responsáveis diretos por esse constrangimento diplomático.  De proporções jamais vistas anteriormente, este incidente o qual provocou um severo arranhão na imagem do Brasil no exterior, não indica ser o último e por isso tão somente apenas, entre os envolvidos nessa crise nas relações protocolares restrito a dois líderes de seus respectivos países. Mas por infelicidade nossa, temos mais a perder do que eles.   Se Emmanuel Macron faz uso político dos incêndios na Amazônia, trivialmente, isso não dá o direito a ninguém ofender sua esposa. Algo que nem se faz necessário dizer, mas como diria Bertolt Brecht, "que tempos são esses em que é preciso defender o óbvio?". Pois infelizmente, por vezes

Teoria estoicista e epicurismo prático

 No discurso atual, falar dos problemas humanos, na imensa e maciça maioria das vezes, esbarra na pior das facetas das quais se pode fazer uso; a negação da existência de injustiças sociais, visa impedir por meio de ideias latentes, o uso de suas mazelas vividas e partirem daí, à formação de grupos com as mesmas questões em comum.  Orientadas sob bandeiras políticas de luta, a história já provou por inúmeras vezes, que a união das massas em torno de grandes questões sofridas, pode provocar manifestações, e delas, revoltas ou até mesmo revoluções. Por isso o joguete das classes dominantes, sempre foi primeiro distrair para depois dispersar e dividir por meio de inúmeras maneiras.   A corrupção é a forma mais usual para o esfacelamento de facções, com a oferta de vantagens a um reduzido número de pessoas pertencentes, ou a elas ligadas. Assim, fica bem mais fácil controlar motins organizados por um pequeno grupo de líderes, sejam eles em comunidades ou de abrangências territori

"Pobretologia" midiática e reforma no piloto automático

 De uns tempos para cá, a pieguice de formadores de opinião da grande e também da média imprensa interiorana que mimetiza veículos de comunicação nacionais, sobre a reforma da previdência, se faz pior que programas de TV exibidos aos domingos, que falam de reencontros melosos de pessoas pobres e seus parentes distantes.   A moda agora é apelar para o sentimentalismo barato falando sobre a necessidade de se combater privilégios para tornar a previdência mais justa e dessa forma, temos um discurso ainda mais demagógico da parte da imprensa, que o de políticos que discutem a matéria no Congresso Nacional. Nada poderia ser mais patético que a piedade leviana com os pobres. Robert McNamara, inaugurou a falsa política em  favor dos  pobres,  enquanto  esteve à frente da presidência do   Banco   Mundial  (1968-1981),   como  instrumento indireto de combate ao Comunismo (foto: portal Terra).    Tudo porque esse discurso de afetação supostamente favorável aos menos favorecidos, nad