Dando seqüência ao último post, em comemoração ao aniversário de 164 anos de Rio Verde, no próximo dia 05 de agosto, vamos iniciar de onde paramos: a década de 1960, quando relatei que a cidade enfim, inebriava-se num breve período onde a dupla Mauro Borges (governador do Estado) e Paulo Campos (prefeito), inaugurava uma fase onde o centro de Rio Verde passava por sua modernização.
Ruas
de terra ou calçadas com paralelepípedo em basalto davam lugar ao
asfalto. O paralelepípedo teve uma outra destinação, e foi usado como guias de
sarjetas das novas ruas recém-pavimentadas. Os postes que sustentavam a rede de
energia elétrica de aroeira, deram lugar a modernos postes de concreto e uma
iluminação pública mais potente ganhava as ruas da cidade. Tudo da energia
provida de Cachoeira Dourada.
Conta-se
que a primeira rua a ser pavimentada foi a Rua João Belo, (atualmente, Rua São
Sebastião no centro antigo de Rio Verde). E o asfalto ficou tão bom, que a necessidade de recapeamento só se
deu quase 40 anos depois.
No começo da década de 1960 a cidade é contemplada com sua segunda paróquia - a Paróquia Santa Rita de Cássia (hoje Nossa Senhora de Fátima) -, surge também seu primeiro clube de futebol profissional (o Esporte Clube Rio Verde); e também outro de lazer: o Clube Campestre. O comércio nesta época começa a
migrar para a Avenida Presidente Vargas, que antes de ser pavimentada era
denominada Avenida Goiás.
A principal atividade econômica do município, a agropecuária, começava a ceder lugar para as primeiras e ainda tímidas lavouras comerciais. Somente a partir dos anos 1970, com a vinda de agricultores paulistas, sulistas e ainda de colônias americanas e russas, que a agricultura enfim ganhava status comercial. Em 1975, um marco na economia do município é dado com a fundação da Comigo, até então, uma das pioneiras no Centro-Oeste, no ramo de cooperativas agrícolas.
A principal atividade econômica do município, a agropecuária, começava a ceder lugar para as primeiras e ainda tímidas lavouras comerciais. Somente a partir dos anos 1970, com a vinda de agricultores paulistas, sulistas e ainda de colônias americanas e russas, que a agricultura enfim ganhava status comercial. Em 1975, um marco na economia do município é dado com a fundação da Comigo, até então, uma das pioneiras no Centro-Oeste, no ramo de cooperativas agrícolas.
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Foto: Site da COMIGO
Secagem de arroz, numa das ruas recém-pavimentadas do centro de Rio Verde em 1976.
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Na segunda metade dos anos 1970, o prefeito Eurico Veloso do Carmo dá seqüência ao processo de modernização urbana da cidade; desta vez, ampliando seu plano urbano, com o prolongamento da Avenida Presidente Vargas à Leste. Isso porque o município recebia um benefício ainda mais significativo para o seu desenvolvimento: a entrega da pavimentação das duas rodovias federais que cortam o município, as BRs 060 e 452.
A primeira liga a cidade ao Oeste do País, rumo ao Mato Grosso, e a Nordeste com as capitais estadual e federal. Já a BR-452, liga a cidade até o município de Itumbiara - no entroncamento com a BR-153 e principal via de acesso a Minas Gerais. Assim a Presidente Vargas era ligada até o trevo de acesso a essas duas importantes rodovias e se tornava também o portal de entrada da cidade.
Na gestão de Iron Jayme do Nascimento, a Presidente Vargas era prolongada em sentido oposto ao construído na gestão de seu antecessor. A intenção de Iron, era promover o surgimento de uma nova opção para a saída oeste - ou melhor dizendo, no sentido saída para Jataí -, dando acesso a um outro ponto da BR-060 que desse destino para a referida cidade vizinha.
Com isso também, a Avenida Presidente Vargas se torna a espinha dorsal da cidade, onde a mesma dava acesso de saída para dois pontos diferentes da BR-060 e ao mesmo tempo, se tornava eixo de ligação para os principais bairros da cidade. Outras importantes obras de Iron Jayme Nascimento foram: a pavimentação do restante do centro expandido de Rio Verde; dos bairros: Campestre, Santo Antônio, Carolina e Baylão e de parte do Jardim Goiás e Jardim América.
Iron construiu ainda a nova sede da prefeitura, o novo Fórum e o novo terminal rodoviário - o qual foi desativado do local de onde hoje se encontra uma famosa loja de defensivos agrícolas, na esquina da Rua Teófilo de Melo Cabral com a Avenida Presidente Vargas (nos limites entre o centro e o Jardim Goiás), para a parte recém construída da Presidente Vargas no sentido oeste saída para Jataí; no que mais tarde se tornaria o Jardim Presidente.
Com
isso já adentramos a década de 1980 e a primeira esmagadora de soja da Comigo é
inaugurada - inicialmente com extração de óleo bruto e posteriormente com o óleo
refinado e envasado em embalagens metálicas de 900 ml. Assim Rio Verde entra
nos primórdios de sua industrialização desafiando a tudo e a todos, já que
havia um ceticismo enorme quanto ao potencial do município nesse quesito.
Em *1982 Rio Verde aufere seu primeiro espigão tendo em vista que os existentes até então, eram apenas sobrados com no máximo três pavimentos, e onde este, já contava com dez andares. Com a prematura morte de seu proprietário porém, fica inacabado por
cerca de 8 anos, até ser adquirido por um grupo empresarial da cidade e ser
constituído no local, o mais luxuoso hotel de então.
Mas antes que o primeiro deles fosse enfim utilizado, outros surgiram com finalidade residencial. Os mais famosos são: o Edifício ‘Tartuce’; o ‘Esmeraldas’; o ‘Aracoara’; e o ‘Carolina’ (ambos com cerca de 23 andares). E também ainda, o ‘Cora Coralina’. Recentemente foi entregue o mais alto deles na cidade, construído ainda na última década: o 'Edifício Porto Belo’ (com aproximadamente 30 andares).
Mas antes que o primeiro deles fosse enfim utilizado, outros surgiram com finalidade residencial. Os mais famosos são: o Edifício ‘Tartuce’; o ‘Esmeraldas’; o ‘Aracoara’; e o ‘Carolina’ (ambos com cerca de 23 andares). E também ainda, o ‘Cora Coralina’. Recentemente foi entregue o mais alto deles na cidade, construído ainda na última década: o 'Edifício Porto Belo’ (com aproximadamente 30 andares).
Também
em 1985 surge o Frigorífico Rio Verde, que mais tarde (no final da década de 1980 e daí até sua falência), se tornaria o Frigorífico Margen, com sua planta construída
na saída norte para Goiânia, da BR-060. O Margen se tornaria talvez, um dos 10
maiores grupos frigoríficos do país, mas que por problemas internos em sua
gestão desencadeou-se no seu melancólico fim. Atualmente sua planta encontra-se arrendada ao Marfrig - proprietário da marca Seara(*).
A
década de 1990 se mostrava vanguardista e promissora para a cidade, com a
conquista de seu primeiro canal de televisão: a TV Riviera(*); e o seu primeiro
shopping com cerca de 50 estabelecimentos com um hipermercado - fruto da audácia
de um empresário do ramo de revenda de automóveis zero km -, na nova área nobre
da cidade, o bairro Morada do Sol.
Mas o shopping não funcionaria por mais do que seis anos e a emissora de televisão parou no tempo em inovação tecnológica(*), não havendo também interesse de outros empresários na instalação de novas emissoras de TV em Rio Verde. Em contrapartida a cidade ganhava mais duas rádios, totalizando quatro emissoras, sendo uma em Amplitude Modulada e três em Freqüência Modulada.
Mas o shopping não funcionaria por mais do que seis anos e a emissora de televisão parou no tempo em inovação tecnológica(*), não havendo também interesse de outros empresários na instalação de novas emissoras de TV em Rio Verde. Em contrapartida a cidade ganhava mais duas rádios, totalizando quatro emissoras, sendo uma em Amplitude Modulada e três em Freqüência Modulada.
Em 1995 em plena ressaca pós-Real o modelo de desenvolvimento de Rio Verde,
se esgotava. A maioria dos agricultores se encontravam endividados com o banco e
este por sua vez, se mostrava pouco amistoso e compreensivo para o
financiamento da safra seguinte. A cidade entrava numa grave depressão
econômica, nunca imaginada por aquela geração.
O número de produtores rurais e comerciantes falidos não parava de crescer e a população da cidade que chegou a ter 106 mil habitantes em 1994, foi reduzida para 100 mil e 500 pessoas em 1996, tamanho era o baque em sua economia. O desemprego era de assustar e a classe média só dispunha salários de no máximo 50 reais por mês para ajudantes domésticas, tendo em vista que o salário mínimo na época era de 64 reais e 74 centavos.
O número de produtores rurais e comerciantes falidos não parava de crescer e a população da cidade que chegou a ter 106 mil habitantes em 1994, foi reduzida para 100 mil e 500 pessoas em 1996, tamanho era o baque em sua economia. O desemprego era de assustar e a classe média só dispunha salários de no máximo 50 reais por mês para ajudantes domésticas, tendo em vista que o salário mínimo na época era de 64 reais e 74 centavos.
Novas
promessas não concretizadas de industrialização da cidade só aumentavam a
frustração do rio-verdense. Até que em 1996 é anunciado o investimento de que
girava ao todo, em cerca de 500 milhões de reais por meio de uma grande
agroindústria do segmento de carnes industrializadas.
O que muita gente não imaginava era que a referida empresa a qual anunciava o vultoso investimento, vinha de um processo de quase falência e contava com os benefícios fiscais e a doação do terreno onde se instalou sua planta industrial, como um meio de construir sua nova unidade, se reerguer e então se estabilizar novamente. Isso de certa forma, onerou bastante os cofres públicos, tanto municipais, quanto estaduais.
O que muita gente não imaginava era que a referida empresa a qual anunciava o vultoso investimento, vinha de um processo de quase falência e contava com os benefícios fiscais e a doação do terreno onde se instalou sua planta industrial, como um meio de construir sua nova unidade, se reerguer e então se estabilizar novamente. Isso de certa forma, onerou bastante os cofres públicos, tanto municipais, quanto estaduais.
A
cidade no decorrer da década de 1990 sofreu muito com o avançado desgaste e
sucateamento de sua infraestrutura urbana, construída ainda nos anos 1960 e
1970. O resultado eram ruas e avenidas do centro e de importantes bairros da
cidade, totalmente esburacadas, com o asfalto se esfarelando.
Novamente
na virada da década, do século e do milênio, as esperanças do povo rio-verdense
se renovavam com a instalação da nova fábrica, e ainda outra de
atomatados. Mas esta última não duraria mais do que três anos de atividade no município enquanto que a primeira, gerou custos sociais gravíssimos e quase que
irreversíveis para a cidade, como o inchaço populacional e a explosão da
violência. Principalmente contra os jovens.
Rio
Verde entra o ano 2000 com uma população de 120 mil habitantes e um Produto
Interno Bruto (PIB), de aproximadamente 2,6 bilhões de reais; metade da cidade
sem esgoto sanitário e um crescente déficit habitacional. Vencida a década de
2000, o município embalado na boa maré de valorização das commodities
agrícolas, se reergue e quase dobra o seu PIB. Porém os problemas sociais só se
agravaram durante a última década e iniciada esta (que estamos vivendo), a
situação permanece num verdadeiro status quo.
O
que temos então a comemorar no aniversário de Rio Verde? Temos sim, muito a
comemorar!
Mas procurando também despertar neste texto um sentimento de reflexão em torno da história econômica do nosso município na sociedade rio-verdense, podemos entender como poderemos melhorar e tornar por nós mesmos (sem esperar nada de ninguém que não sejamos nós, rio-verdenses de nascimento ou por adoção), para enfim mudarmos nossa realidade no presente e termos um futuro promissor a todos nós que participamos dessa história.
Um futuro que tem como destino ao que está traçado para nossa cidade: a sua redenção. Parabéns rio-verdenses pelos seus 164 anos de história que você ajudou a construir!
Mas procurando também despertar neste texto um sentimento de reflexão em torno da história econômica do nosso município na sociedade rio-verdense, podemos entender como poderemos melhorar e tornar por nós mesmos (sem esperar nada de ninguém que não sejamos nós, rio-verdenses de nascimento ou por adoção), para enfim mudarmos nossa realidade no presente e termos um futuro promissor a todos nós que participamos dessa história.
Um futuro que tem como destino ao que está traçado para nossa cidade: a sua redenção. Parabéns rio-verdenses pelos seus 164 anos de história que você ajudou a construir!
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