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Mostrando postagens de 2022

Perfil do endividamento público brasileiro

O teto de gastos, elaborado por uma equipe liderada pelos economistas Marcos Lisboa e Marcos Mendes implantado no governo do presidente Michel Temer foi devidamente instituído através da Emenda Constitucional nº 95, com a ideia de um mecanismo que limitasse as despesas governamentais ao índice oficial de inflação (IPCA), do ano anterior ao do corrente ano da execução orçamentária. Visto com certa reserva na atualidade, inclusive por de seus próprios defensores ferrenhos (num passado recente), o teto de gastos demonstrou sua face mais cruel durante o atual governo que se finda em 31 de dezembro, naquilo que corresponde às despesas sociais do Estado Nacional brasileiro e que visivelmente deixou milhares de pessoas sem atendimento básico a serviços de distribuição de medicamentos da Farmácia Popular, por exemplo. A imprensa mainstream , tratou logo de por "panos quentes", para que a população não tomasse consciência dos estragos provocados pelo dispositivo constitucional de limi

O legado de Rio Branco

O Brasil é um país da América do Sul, que possui o terceiro maior território do continente e quinto maior do mundo, fruto de séculos de expansão, o qual foi se consolidando desde o seu lento povoamento; tanto sob o domínio português na região, quanto de conquistas diplomáticas após a Independência do país em 1822, principalmente durante os primeiros anos da República.   Mas falar da expansão territorial brasileira, requer um amplo estudo no tempo, onde em seus primórdios, contou com a forte participação dos bandeirantes paulistas, no desbravamento de sertões que hoje pertencem a Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, além de territórios desmembrados desses estados como Rondônia, Tocantins e Mato Grosso do Sul.  Sem deixar de mencionar também, conquistas importantes, desde a anexação de partes como a "Cabeça do Cachorro" no estado do Amazonas ao Norte, passando pelo Acre, até o Sul, por meio do território do Contestado em Santa Catarina.  José Maria da Silva Paranhos Junior, o Bar

Símbolos Nacionais

Sete de setembro de 2022 se dá a celebração dos 200 anos de Independência do Brasil ocorrida em 1822 e que veio a se consolidar, após algumas batalhas sangrentas em várias partes do país, somente em agosto de 1825.  Um empréstimo concedido pela Inglaterra ao Brasil, foi a condição necessária para que Portugal reconhecesse a soberania de sua então mais recente ex-colônia, através de uma determinada quantia em dinheiro paga pelo Brasil, na qualidade de indenização.  Somente após esses acordos, o restante da Europa também reconheceu nosso país, como nação independente.  A partir daí o Brasil passou por seguidos momentos históricos, como a abdicação à coroa brasileira da parte do herói da Independência, o imperador Dom Pedro I em 1831; a queda definitiva da monarquia em 1889; o fim da Primeira República em 1930 e as seguidas rupturas institucionais em 1937, 1945 e por fim, 1964. Em todos esses momentos históricos, o uso dos Símbolos Nacionais se evidenciava como propriedade supostamente po

Empreendedorismo nacional e liberalismo globalista kamikaze

  O mundo empresarial vive sua pior crise existencial, e desde os anos 1980 para cá, parece perdido entre o comodismo de subsídios estatais e o discurso dogmático liberal que prega o Estado como "adversário" do setor privado; esta é uma visão que contaminou o empreendedorismo, mas não ao ponto de comprometer sua sobrevivência, embora se trate ainda, de doses homeopáticas de um veneno que o sufoca aos poucos.  Sem um mercado bancário competitivo, as empresas precisam se virar para encontrar outros meios de financiamento para seus empreendimentos; algumas apelam ainda, pela abertura de seus capitais no mercado de ações, em que lançam mão do famoso IPO (ai.pi.ou - em sua pronúncia em inglês - que quer dizer Oferta Pública Inicial), buscando assim meios de aumentar o capital de suas empresas para poderem ganhar algum fôlego em meio à redução nas vendas.  Muitas se valendo também, de suas posições consolidadas e pelo tradicionalismo no qual estão inseridas em meio ao mercado de aç

A classe média contra os super ricos (golpistas e democratas); capitais Vs interior: o que emerge como resultado da polarização eleitoral no Brasil

  A eleição presidencial deste ano, trás aspectos curiosos e completamente divergentes daqueles observados em 2018; se há quatro anos havia indignação contra a corrupção ou o temor de que o país viesse a se tornar comunista (sempre se usando a Venezuela como mau exemplo), na atualidade, essa visão se tornou menos importante.   Hoje essa dinâmica parece ter mudado um pouco, e tudo indica que pode ter elementos novos, percebidos na visão distinta existente entre as classes sociais mais proeminentes do país.  Algo curioso, é que a "ameaça comunista" à qual se atribuía ao PT, hoje parece ter se dissipado entre os super ricos, enquanto que para a classe média, essa concepção ainda parece ter alguma importância.  Tal ideia se dá, pelo fato de a classe média nunca ter se sentido prestigiada pelo governo; ao passo que os super ricos, sempre possuírem poder de lobby nos Três Poderes da República.   Nesse contexto, começam a surgir evidências de uma disputa de classes, motivada pela ri

Desglobalização: do Quantitative Easing à política monetária da estagflação global

 Na atualidade, os economistas liberais precisam atuar  mais  como filósofos sofistas, através de técnicas discursivas, dentre as quais se tornaram experts em retórica e dialética, do que propriamente, como cientistas econômicos.  Por isso enfatizam por força de expressão, teses nas quais se reinventam visando lhes isentar de culpa e de quebra, reforçar dogmas de políticas monetárias alternativas que como sempre, só beneficia o 0,25% do topo (do 1% mais rico), da elite dominante global.  Há cerca de dois anos uma nova proposta foi amplamente discutida e defendida como alternativa de alavancagem de economias desenvolvidas que tivessem como principal objetivo, a preocupação em fazer frente ao avanço da economia chinesa no cenário mundial.    O Quantitative Easing - QE (ou Flexibilização Quantitativa) , tem sido um modo "meio" keynesiano de estímulo econômico encontrado pelos liberais monetaristas (de Chicago), que trás como premissa, ações indiretas de injeção de dinheiro novo

O teto de gastos de antes e o de hoje

 Com a proximidade da eleição presidencial, é cada vez mais comum, que candidatos de oposição melhor colocados nas pesquisas de intenção de voto, reforcem críticas com relação ao mecanismo que limita despesas do governo de acordo com a inflação, o chamado teto de gastos.  Entretanto, parte desses mesmos candidatos, também já foram governo no passado recente, e também adotaram outros mecanismos de controle fiscal para com as contas públicas.  Tudo começou já com as primeiras medidas que deram respaldo ao Plano Real em 1993, quando o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, criou o Fundo Social de Emergência, o qual na prática, (como dito mais tarde por ele próprio), não tinha nada de social.  Tratava-se de um mecanismo que retirava percentuais de verbas com destinação fixa, previstas na Constituição Federal para áreas governamentais de atendimento sensíveis à população como: saúde, educação e infraestrutura; algo que inclusive fez parlamentares torcerem a boca no Congresso

Reformas Vs crescimento

 O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, questionou em entrevista ao programa "Canal Livre" da BandNews, a razão de a economia brasileira crescer tão pouco, mesmo depois das reformas liberais implementadas desde o governo Temer.   A visão da maior autoridade monetária do país, foi compartilhada numa reportagem que trouxe o tema, publicada no site do jornal Folha de S.Paulo , no final da noite do último domingo (27).     Para ele, a pergunta de US$ 1 milhão, é o que o Brasil precisa fazer para ter crescimento estrutural de longo prazo e salientou sobre estudos realizados pelo próprio Banco Central sobre estimativas de crescimento da economia.   Campos Neto disse que com base nesses estudos, a economia brasileira que crescia a uma média anual de 2% e 2,5% (que já eram taxas  muito baixas para uma economia emergente como a do Brasil) , agora cresce algo ao redor de 1% e 1,5%.  Ocorre que o Brasil não parece mais ter o perfil de uma economia à qual a academia científ