Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de julho, 2012

Extinção das polícias militares (primeira opinião)

Texto de Renato Sergio de Lima publicado na Folha de S. Paulo de 28 de julho de 2012   O debate sobre a extinção das polícias militares reabre, mais uma vez, a ferida do colapso da segurança pública no Brasil.  De um problema social de primeira grandeza, a segurança teima em ser relegada à condição de pária político, da qual grande parcela dos políticos procura manter uma distância regulamentar ou, se a assume em seus discursos, é para explorá-la a partir do culto ao ódio ou do medo da população.  Afinal, a violência urbana persiste como um dos mais graves problemas sociais no Brasil, totalizando mais de 800 mil vítimas fatais nos últimos 15 anos.  Nosso sistema é caro, ineficiente, capacita e paga mal os policiais e convive com padrões operacionais inaceitáveis de letalidade e vitimização policial.  Em suma, não conseguimos oferecer serviços de qualidade e, com isso, reforçamos a perversa desigualdade social do país.  É fato que a história recente da segura

Extinção das polícias militares (segunda opinião)

Texto de Ruy Braga e Ana Luíza Figueiredo  publicado na Folha de S. Paulo de 28 de julho de 2012   No final de maio, o Conselho de Direitos Humanos da ONU sugeriu a extinção da Polícia Militar no Brasil. Com isso, um tema emerge: é possível garantir a segurança da população sem o recurso à violência militar? Entendemos que sim.  No entanto, para que isso aconteça é preciso desnaturalizar o discurso populista de direita a respeito das "classes perigosas" que credita a violência à população pobre das cidades. Antes de tudo, devemos reconhecer que a violência urbana é uma questão de ordem socioeconômica. Exatamente por isso, para combatermos a criminalidade a contento é necessário uma abordagem que priorize o desenvolvimento de políticas sociais capazes de enfrentar a pobreza e a degradação social.  Mas, como vimos recentemente no Pinheirinho, na cracolândia ou na USP, o Estado brasileiro sustenta há décadas uma política de militarização dos conflitos sociais.

O fundamentalismo financeiro e o Estado indutor do desenvolvimento

Atualizado em 09/12/2016   Durante um evento promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o economista turco Dani Rodrik, comentou sobre a atuação estatal na economia brasileira e como já era de se esperar, não fez as contumazes críticas que os economistas liberais extremos (neoliberais), fazem. Rodrik, só fez questão de enfatizar que economias como o Brasil, precisam ter políticas mais pragmáticas e menos ideológicas, tanto por um ponto de vista, quanto por outro.   A verdade é que historicamente o Brasil não teve alternativa, que não a de o governo ser o principal mecanismo indutor de desenvolvimento de sua economia.    Controvérsias à parte, esse período se inaugurou no governo de Getúlio Vargas e foi tão bem sucedido, que os governos militares assim também o fizeram. Com doses maiores de irresponsabilidade, comprometendo vultosas parcelas de nossa poupança interna e também com financiamento externo - gerando a crise do endividamento nos ano

Monopólio institucionalizado

  A semana que passou, ficou marcada pela institucionalização do monopólio no transporte público em nosso município. Os vereadores decidiram que a partir de quarta dia 11, os serviços de transporte coletivo deverão ser explorados por apenas uma única empresa, e não mais por duas, como estipulava o marco regulatório aprovado em 1993.  A justificativa ficou por conta dos pífios argumentos da autoridade responsável pela fiscalização regulatória do único meio de transporte de massa existente no município; que  é também é de trânsito: a Superintendência Municipal de Trânsito (SMT), que diz haver um número de cerca de 7 mil usuários do serviço de transporte público em Rio Verde. Sendo que segundo o mesmo órgão de controle, metade seriam beneficiários de passagens gratuitas para idosos e deficientes físicos e também de passagens subsidiadas para estudantes.  Outra pobre argumentação do referido órgão, se refere ao elevado número de mototaxistas - que por sua vez, estaria limitando os