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 Entre uma conversa e outra, logo nos deparamos com expressões elogiosas, porém no mínimo equivocadas sobre o progresso de cidades médias interioranas como Rio Verde.   É justamente ao tentarem enfatizar isso, que nos defrontamos com 'pérolas' como: "em Rio Verde, só não trabalha quem não quer" .    Sim, isso pode ter lá o seu fundo de verdade, mas de que tipo de trabalho estamos falando?  Frases assim são ecoadas pelos quatro cantos do País e repetidas sempre por pessoas que gozam de um relativo sucesso profissional por sempre terem disponíveis o pleno acesso aos meios de preparo, graduação e agregação de capital intelectual para que em sua boa parte, conseguissem sempre as melhores ocupações disponíveis no mercado de trabalho.   Portanto pessoas que pensam assim, estão muito mais interessadas em destilar o veneno da discriminação social - do que propriamente emitir uma opinião dentro de um amplo entendimento -, de que por mais que a economia brasileira n

Texto extraído da crônica de João Paulo da Cunha Gomes   Não há nada mais insuportável do que o ex-rico. Quem é o ex-rico? É aquele sujeito antipático que tem o costume de perguntar seu sobrenome, querendo saber a qual família você pertence; é aquele que chega em uma repartição pública se apresentando como amigo do fulano de tal, já querendo falar com o superior imediato do funcionário, achando-se o todo influente.   O ex-rico é aquele reacionário conservador que ama dizer-se entendido de história, conhecedor do passado local, contador de estórias da carochinhas envolvendo algum antepassado mau caráter (a quem ele glorifica).   O ex-rico é justamente o tal nojento sujeito cujos ancestrais, em época passada distante, reinavam e possuíam propriedades e riqueza (quando o governo os socorria com dinheiro público). Naquela época, os parentes do ex-rico detinham o poder de manipulação da opinião pública em seus currais. E o ex-rico cresceu como membro da realeza, acostumou-se a f