A Petrobras agora se tornou o maior alvo da imprensa, e tudo o que ela vinha auferindo em dividendos não só para seus acionistas, como também para o governo, agora por não conseguir manter o ritmo das metas propostas por ele à empresa, é motivo de regozijo entre a imprensa da 'torcida do contra'.
Com certeza os desafios propostos à estatal eram enormes, e oneraram substancialmente o caixa da empresa. 'Aumentar a produção, ajudar no controle da inflação, fazer caixa para o enorme programa de investimentos, servir de alavanca para a indústria nacional de fornecedores da empresa, e ainda, contribuir decisivamente para as contas públicas de estados e municípios, com polpudos pagamentos de royalties', parecem mesmo desafios intransponíveis.
Certamente daqui para frente a empresa precisará passar por uma reestruturação, recuperando sua capacidade de investimento e retomando seu nível de produção à altura do que o mercado interno projeta. Tomou por sua vez com isso, sua primeira e sensata ação na redução dos dividendos aos acionistas - afinal, o esforço deve ser de todos -, não é mesmo?
Com aumento no preço dos combustíveis autorizado pelo governo, a inflação de janeiro disparou e registrou seu maior nível desde 2003, e fechou o mês em 0,86% - o maior índice já registrado para o período. Porém o que mais influenciou nos preços, foram os alimentos - fatores climáticos talvez -, mas isso para boa parte da imprensa, pouco importa.
Contudo dentro do governo a ordem é manter a calma, o que por sua vez faz sentido, haja vista que em outras épocas, em situações como esta, a equipe econômica já estaria arrancando os cabelos e o Banco Central benevolentemente reajustaria os juros e o mercado por sua vez, agradeceria. Um mecanismo que pouco afeta na reversão de um quadro sombrio de inflação como o atual.
Mas como a Petrobras não cumpriu com todas as metas estabelecidas, tem se tornado motivo de malhação intensa da parte da imprensa (marrom) econômica e política, que usa as falhas da empresa como armas contra as políticas públicas do governo nas quais envolvem a Petrobras.
De nada importa agora análises sobre o que poderia ter prejudicado a empresa. Elas seriam proveitosas caso fossem vistas como exemplos para alternativas novas e mais criativas, não contemplando sempre as vontades e caprichos do mercado.
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