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Mostrando postagens de 2013

Então é Natal e o que fez a classe média?

 Todos os finais de ano somos convidados tanto por nossas consciências quanto por pessoas ou circunstâncias à nossa volta, a refletirmos sobre o ano que termina. Procuramos agir em tese (claro, dentro de nossos conceitos), da forma mais correta ou dissimuladamente dentro da qual acreditamos ser a mais correta, e que no fundo são ações manifestadas na mais eminente ignorância, carregada do mais vil e arrogante egoísmo, cínico e hipócrita.  Os votos de 'Feliz Natal' e de 'Próspero Ano Novo', podem ser na maior parte das vezes, ditos de forma até bem intencionada por uma determinada parcela de pessoas. Ou mesmo podem ser providos por pessoas obcecadas pelo sucesso; às quais não medem esforços e nem mesmo respeitam o direito de outras pessoas de também serem bem sucedidas em suas vidas; e que em nome desse sucesso à qualquer custo - desde que esse custo seja sempre para os outros, claro -, acabam desejando felicitações de fim de ano, muito mais em um tom de obediência

Custo benefício da segurança para a indústria automobilística

  Afirmar e reafirmar a preocupação com a segurança dos carros produzidos no Brasil, parece um discurso tentador e fácil para uma imprensa sempre ansiosa por algo que desabone o governo. Não interessa se haverá demissões - com o fim de linhas de produção de automóveis os quais os dispositivos de segurança não são compatíveis a suas 'arcaicas-idades' -, não interessa se os nossos já muito caros veículos comercializados por grandes e médias montadoras (asiáticas no meio), serão encarecidos ainda mais por praticarem as mais altas e absurdas margens de lucro do planeta, à fim de abastecerem suas respectivas matrizes no primeiro mundo carentes de recursos para enfarar a fome por dividendos de seus acionistas.  No fim, o alvo predileto da grande mídia é sempre o governo; em debates ancorados dentro da mais pura conotação ideológica contrária a toda e qualquer política do governo - que é sempre a de culpa-lo, vilaniza-lo ou enfim, responsabiliza-lo por aquilo que se acredita ser

A nova identidade da OMC

 O risco de não haver um acordo que favorecesse o comércio multilateral entre os países, na Conferência organizada pela Organização Mundial do Comércio (OMC), em Bali, na Indonésia, deixou a delegação brasileira enviada pelo Itamaraty preocupada, uma vez que fracassadas as tentativas de se fechar um acordo mínimo de comércio,  as grandes potências poderiam enfim, se decidirem por acordos comerciais de cunho regional entre elas; redesenhando novas regras para o comércio mundial, sem a participação de economias emergentes como o Brasil.  Felizmente o clima depois do fechamento dos acordos foi de alívio e de muita comemoração, já que havia o entendimento que caso não houvesse qualquer acordo, o fim da entidade estaria iminente dando margem para que acordos regionais e sem ampla participação de economias menores fossem contemplados.  Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o acordo da OMC em Bali, abre perspectivas para a sobrevivência da própria entidade, além de dar

Evangelii Gaudium (A alegria do Evangelho)

 Como já mencionado neste blog, as surpresas em relação ao posicionamento do papa Francisco sobre uma nova visão da Igreja em torno dos mais variados temas e assuntos, só enfatiza aquilo o que por inúmeras vezes era abafado nos bastidores dos embates dicotômicos entre o clero conservador e o clero dito 'progressista' - ou ligado à Teologia da Libertação. É mesmo algo que nos convida a uma reflexão de que a Igreja Católica [que há muito tempo já não é mais aquela da Idade média, como muitos ainda pensam], se renovou. Mas era preciso um papa não europeu para que a Igreja enfim assumisse o que há muito, outros papas hesitavam.  A exortação apostólica Evangelii Gaudium, publicado nesta terça-feira (26), mostrou mais uma vez o espírito renovador que toma conta da Igreja Católica na figura no novo Sumo-Pontífice.  Embora não deixasse de reforçar também antigos posicionamentos da maior instituição religiosa cristã do mundo em relação ao aborto, por exemplo; o discurso do papa de

Porque Uberlândia é exemplo para Rio Verde

 Longe de mim tentar fazer qualquer tipo de comparação entre o progresso de uma cidade como Uberlândia em Minas Gerais, com o de Rio Verde em Goiás. Impossível! O que se pode, é atribuir ao que foi determinante para que uma cidade 40 anos mais jovem que Rio Verde se despontasse e se destacasse tanto de forma isolada em relação à outra.  Rio Verde surgiu em decorrência da busca por terras devolutas da parte do paulista José Rodrigues de Mendonça e se desenvolveu de forma quase vegetativa em seus primeiros anos, sendo em seu início apenas como ponto de pouso de tropeiros que transportavam gado entre o Mato Grosso e Uberaba, no Triângulo Mineiro - povoação que mais tarde daria origem a outro lugarejo [São Pedro do Uberabinha, hoje Uberlândia].  Certamente o grande diferencial de Uberlândia desde a concepção de seus primeiros anos como aglomeração urbana autônoma, se deu no dinamismo de sua elite política e econômica. Os antepassados que no decorrer das décadas ajudaram a formar

Cobrando a conta da negligência

 Rio Verde recebe nesta terça-feira (29), a Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal na figura de sua presidente, a senadora capixaba Ana Rita Esgario (PT), para discutir sobre a intoxicação de professores e crianças em decorrência da pulverização com agrotóxicos aplicada por um avião agrícola numa escola rural próximo a um assentamento no município de Rio Verde.   A comissão quer saber porque o município de Rio Verde tem se recusado a prestar assistência médica devida às vítimas que ainda hoje sofrem sequelas da intoxicação com o inseticida Engeo Pleno da Syngenta, no dia 03 de maio deste ano. Na época o piloto do avião e o proprietário da empresa de pulverização aérea foram presos, mas hoje respondem ao processo em liberdade  Participam da audiência pública realizada na Câmara de Vereadores de Rio Verde, os deputados estaduais Karlos Cabral e Mauro Rubem (ambos do PT), e representantes do Ministério Público Federal.  Após a audiência realizada até o começo da tard

A contabilidade sincera da grande imprensa sobre as transações correntes

 Quando se menciona que as transações correntes do Brasil merecem atenção do governo, é o mesmo que afirmar que o tão propalado mercado (que se ajusta e se adéqua sozinho a todas as intempéries), tenha assumindo que tudo isso não passa de uma falácia.   Atribui-se a tudo em relação à situação delicada das contas externas brasileiras, onde a saída de dólares é muito superior que a entrada, os principais fatores enumerados pela grande imprensa corporativista brasileira que provoca o desarranjo nas contas externas do País, o constante aumento das viagens e gastos dos brasileiros no exterior, a queda nas exportações e o crescimento da importações (apontado como o resultado da política equivocada do governo do crescimento da economia ancorado no consumo) e entrando nessa conta também até mesmo os investimentos de empresas brasileiras no exterior.  Em meio a tudo isso, 2012 registrou um  déficit de transações correntes de 2,6% sobre o PIB brasileiro, enquanto apenas no primeiros no

Qual o por que de tanta inquietude com Libra?

 Com toda a certeza a maciça e maior parte da população, principalmente aquela que trabalha, estuda e mal tem tempo ou mesmo interesse em discutir sobre temas sensíveis ao País nem tenha a devida noção da importância do acontecimento previsto para o País dentro de algumas horas.   Certamente caso fosse feita uma pesquisa de opinião com o povo na rua sobre do que se trata o tema 'Libra' e de sua relevância para a economia brasileira, muitos diriam que Libra nada mais seria que um dos doze signos do zodíaco; outros um pouco mais informados declarariam que Libra é a moeda corrente no Reino Unido; e ainda, caso o geônimo fosse convertido para o plural, poder-se-ia deduzir que 'Libras' talvez se referisse à Língua Brasileiras de Sinais (que é um conjunto de códigos gesticulares de sinais expressos de comunicação para com deficientes auditivos).   Portanto associariam o termo 'Libra' a qualquer outro assunto ou objeto, menos no teor em que ora é abordado neste

O preocupante boom imobiliário provinciano

 Para os orgulhosos bairristas, ao fartarem seus olhos com o surgimento de novas torres de apartamento ao mesmo tempo brotando em diversos pontos da cidade, talvez não tenham a dimensão que o excessivo lançamento de empreendimentos imobiliários - também observados em novos condomínios horizontais abertos e fechados direcionados ao público de renda média alta -, pode desencadear no risco de uma propensa bolha imobiliária e na frustração que a excessiva euforia econômica sem fundamentos sólidos para isso, podem provocar numa economia que patina e anda de lado em relação ao progresso enunciado aos quatro ventos. E que somente o mais oportunista e falso otimismo movido por interesses políticos e econômicos locais, pode conceber em uma cidade como Rio Verde.  Como tudo no velho e bom economês sabe-se que os demais seguimentos de uma economia (como o imobiliário, por exemplo), necessariamente precisam estar lastreados na principal base econômica de uma determinada localidade - qu

Brasil não trata bem seu capital humano

Artigo de Clovis Rossi da Folha de S. Paulo O Brasil não trata bem seu capital humano. É o que aparece nitidamente no "Relatório de Capital Humano", que acaba de ser divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, a entidade que promove, todo janeiro, os encontros de Davos.  O Brasil fica no 57º lugar entre 122 países. Já é um resultado ruim, se se considerar que o país está entre as oito maiores economias do mundo. Quer dizer que tem tamanho, mas não tem qualidade.  Piora as coisas saber que países de bem menor desenvolvimento relativo ficam à frente do Brasil, casos de Costa Rica (35º), Chile (36º), Panamá (42º) e Uruguai (48º), sem falar em Barbados, país caribenho que, na 26ª posição, é o mais bem situado na América Latina/Caribe.  Para fechar o círculo negativo, o que afunda a posição brasileira é educação, um dos quatro pilares que constituem o levantamento. Nesse quesito, que recolhe indicadores quantitativos e qualitativos de todos os três níveis de ensino,

Ambiguidades comerciais do Brasil com os Estados Unidos

 Desde as denúncias feitas pelo ex-agente da CIA, Edward Snowden sobre práticas de espionagem americana ao governo brasileiro e à Petrobras, que a visita da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos ficou condicionada a explicações dadas pelo governo estadunidense para que assim não viesse a ser marcada por convenções embusteiras ou meros cumprimentos de formalizações protocolares entre chefes de Estado.  Tanto por seu histórico de submissão ou em decorrência da consideração periférica da economia brasileira por parte dos Estados Unidos; e mesmo ainda dada a localização geográfica entre os dois países - de onde se tem o maior, no hemisfério norte e o menor no hemisfério sul -, tal condição sempre fez com que absolutamente quase todos os governantes americanos olhassem o Brasil de cima para baixo.   A tentação em fazer o mesmo da parte de Barack Obama não deixaria de ser menor, já que se trata de um comportamento peculiar dos governos democratas em nunca encarar o Brasil de

Desemprego entre os jovens: o preconceito que gira em círculos.

 Muitos explicariam o desemprego entre os jovens como principal causa, o crescimento mediano que o Brasil vem experimentando nos últimos anos; mesmo em municípios considerados dinâmicos, o desemprego entre os jovens assusta; e assusta muito mais na medida em que se observa que a mão de obra desempregada entre os jovens de 18 a 24 anos não é tão despreparada ou desqualificada quanto se pensa; já que muitos estão se graduando ou concluíram suas graduações.   Dessa forma fica difícil compreender qual seria a razão principal que explicasse tamanho desemprego entre essa faixa etária, porém sem dúvida a principal delas parece que se deve mesmo ao crescimento inconstante da economia de muitos municípios e regiões brasileiras.   Com isso é sempre importante perceber não apenas dados oficiais do desempenho da economia e do emprego no País de forma geral, mas importante se saber também em decorrência da miúças, das particularidades e peculiaridades de cada município ou região para

A Cúria Roma é reformável?

Artigo de Leonardo Boff Extraído do blog leonardoBoff.com   A Cúria Romana é constituída pelo conjunto dos organismos que ajudam o Papa a governar a Igreja, dentro dos 44 hectares que circundam a basílica de São Pedro. São um pouco mais de três mil funcionários. Nasceu pequena no século XII mas se transformou num corpo de peritos em 1588 com o Papa Sisto V, forjada especialmente para fazer frente aos Reformadores, Lutero, Calvino e outros. Em 1967 Paulo VI e em 1998 João Paulo II tentaram, sem êxito, a sua reforma.  É considerada uma das administrações governativas mais conservadoras do mundo e tão poderosa que  praticamente retardou, engavetou e anulou as mudanças introduzidas pelos dois Papas anteriores e bloqueou a linha progressista do Concílio Vaticano II (1962-1965). Incólume, continua, como se trabalhasse não para  tempo mas para a eternidade.  Entretanto, os escândalos de ordem moral e financeira ocorridos dentro de seus espaços, foram de tal magnitude que surgiu o

Uma iniciativa privada que ainda não descobriu o seu papel

 Todos os anos a mesma lenga-lenga se repete sobre a falta de infraestrutura de armazenamento de grãos no Mato Grosso; difícil entender que depois de 20 anos se despontando como celeiro brasileiro de grãos, ainda não se tenha resolvido gargalos de infraestrutura que não dependem tanto de intervenção governamental, essencialmente quando se pensa naquilo que o governo federal poderia ter feito à respeito. Afinal, como manda a regra do bom e velho capitalismo, parte dos lucros precisam ser canalizados para novos investimentos.   A palavra-chave que se torna garantia para mais produtividade e mais lucros, parece que não entra na cabeça de boa parte dos empresários nacionais, seja ele de qual segmento for. Lógico que infraestrutura é essencial para a continuidade de desenvolvimento em qualquer cadeia de atividade produtiva e depender de iniciativas públicas para tudo, quando o governo é sempre chamado ao contingenciamento  de recursos para garantir o pagamento de juros de sua dívi

O pecado capital da JMJ

 O Papa enfim chegou ao Brasil e já iniciou seus discursos com base em mais justiça social e menos desigualdade. Por ser um papa latino-americano conhece de perto desafios pelos quais os jovens diariamente precisam enfrentar para conquistarem seu espaço no mundo gerido pela economia de mercado.  Se hoje o jovem europeu sofre por estar fora do mercado de trabalho e paga caro o preço por aquilo que seria em decorrência da farra da agiotagem financista da banca internacional; e que os países europeus terão que arcar sacrificando suas populações por isso, a juventude latino-americana - principalmente também a brasileira -, apesar de uma relativa performance na geração de empregos no País, ainda se vê tolhida na conquista de espaços nele, por ser sempre considerada desqualificada e pelo qual o mercado de trabalho acredita, em decorrência da pouca experiência que possuem, devam ganhar pouco.   Dessa forma um paradoxo se perpetua no horizonte dos jovens brasileiros: se não trabalham,

Liberté, égalité, fraternité

 O que é preciso para se conquistar uma sociedade igualitária, social e economicamente justa? Esse foi o questionamento feito pelos revolucionários franceses do final do século 18 em meio a um cenário social de guerras, elevada dívida pública, escandaloso luxo restrito à  aristocracia, a pobreza da maciça e imensa maioria do povo e a escassez de alimentos, num quadro social tão sombrio quanto os rigorosos invernos europeus.  Todos esses elementos negativos juntos agravada a uma postura ausente e distante da monarquia francesa em relação ao sofrimento do povo, foi o estopim que desencadeou a mais sangrenta revolução da história e que acabaria na morte do monarca, posteriormente de sua esposa e de seu herdeiro ao trono que o pertencera.  A queda do símbolo da opressão e do cárcere político da época - a Bastilha -, onde pessoas do povo mais oprimido pela dura realidade social agravada pela fome, eram constantemente ameaçados e para onde eram levados caso insurgissem contra a rea