De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, nos últimos 20 anos o Brasil alçou um crescimento médio aproximado de 68% na produção de carne bovina. Em todo esse período desbancou velhas concorrentes como a Austrália e a Argentina e conquistou também o cobiçado mercado europeu.
No entanto em todo esse tempo o Brasil precisou percorrer um longo caminho até consolidar sua posição de segundo maior produtor e exportador mundial de carne. Foi um trabalho árduo, principalmente no sentido em atender aos rigorosos padrões sanitários do exigente mercado europeu, que se deram em sua maior parte, no controle de doenças como a febre-aftosa e a implantação de um rigoroso sistema de rastreabilidade do gado bovino, com a implementação do Sisbov.
Vencidos praticamente todos os desafios impostos por sucessivos embargos sanitários à carne brasileira na União Européia e Rússia, o Brasil caminha hoje para uma situação confortável em seu mercado de carne bovina, tanto interno quanto externo - com a volta de antigos e fiéis compradores, como o mercado do Oriente Médio.
Recentemente estourou o escândalo, de que alguns fast-foods europeus estariam repassando em seus produtos, matéria-prima de proteínas de origem animal, adquiridas de seus fornecedores onde foram detectados carne de cavalo. O fato ganhou conotação policial no Reino Unido e tudo promete não acabar bem para os responsáveis.
Mas avaliando todo o processo pelo qual a cadeia produtiva da carne brasileira precisou sofrer para conquistar e adquirir um padrão de qualidade internacional que mais tarde viesse a garantir mercados, o fato dos flagrantes que ocorreram na Europa, acabam por confirmar que todas as barreiras sanitárias impostas pela União Européia à carne brasileira, não passavam do mais puro e vil protecionismo.
Assim sendo todas as exigências no tocante à origem da carne dos animais de corte brasileiros, destinados especialmente ao mercado europeu e ainda todo o processo de rastreabilidade implantado no Brasil por conta disso, nos dá conta de um verdadeiro tom irônico quando emerge uma descoberta como esta - de que carne de cavalo foram encontradas em produtos industrializados em plena Europa. Pondo em contradição todos os argumentos em torno das preocupações sanitárias da parte do bloco europeu relacionadas à carne brasileira e onde certamente abre espaço para futuros questionamentos da parte do governo brasileiro junto à Organização Mundial do Comércio.
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