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Mostrando postagens de 2014

Talk show de esquerda

 O que dizer sobre os últimos posicionamentos dos quais poderíamos enumerar como no mínimo contraditórios da parte de Jô Soares?  O número 1 dos talk shows brasileiros, que há quase três décadas ficou conhecido por seu bordão: "beijo do gordo" - inicialmente no SBT (e mesmo antes disso com o humorístico na Globo "Viva o Gordo") -, parece que resolveu também brindar com o ósculo da amizade, aquilo o que muitos classificariam como que uma guinada à esquerda de sua parte.  Apesar de ainda fazer piadas com o escândalo da Petrobras, Jô Soares tem mantido posições firmes, quando o assunto fica sério.   Sua última interjeição, foi quando ao iniciar um comentário sobre a atuação do deputado Jair Bolsonaro em relação à deputada Maria do Rosário, foi interrompido por um rapaz da platéia que fez um louvor público ao nome de Bolsonaro. Jô quis saber de quem partia tal iniciativa e o mesmo logo se manifestou.   "Eu já ouvi muitas bobagens na minha vida, ma

A verdade que ainda dói

 Um discurso emocionado de uma chefe de Estado em meio a tantas lembranças, tantas dores e tantas lágrimas, lembrar o passado como bem disse a presidente, não é "revanchismo" e muito menos um instrumento para "incitar o ódio".  Com expressões como estas, a presidente Dilma Rousseff, tão somente lembrou o direito da Nação em conhecer a verdade sobre fatos ocorridos durante o período conhecido da ditadura civil-militar que permeou no Brasil entre 1964 e 1985.  A presidente chegou a interromper seu discurso e chorou por alguns instantes, ao lembrar daqueles que morreram, sofreram fisicamente e os familiares destes que até os dias de hoje, padecem por seus entes perdidos ou mutilados naquele período.  A apresentação do relatório final da Comissão Nacional da Verdade sobre os crimes cometidos - que segundo o próprio relatório enumera como prática institucionalizada -, pelo Estado Brasileiro no Dia Internacional dos Direitos Humanos, representa o simbolismo

Mitos sobre a elevada carga tributária e a revisão da meta fiscal brasileira

 O brasileiro de classe média ou alta, é mesmo um piadista: deseja serviços de primeiro mundo, mas quer pagar impostos da forma como acontece nas mais atrasadas das sub-democracias asiáticas ou orientais.   E o pior, acha que pode exigir que o governo cumpra suas metas fiscais, mesmo em um ambiente em que tivemos baixo crescimento - com consequente redução na arrecadação e com a sonegação de impostos beirando 500 bilhões de reais/ano -, e que ainda aumente o repasse de recursos para a saúde, a educação, a conservação de estradas e toda a infraestrutura do País.  A Globo ainda na prática da política de "inocente engana trouxa", exibirá na próxima sexta, um documentário no programa jornalístico 'Globo Repórter' sobre o padrão de vida vivido pela população da Suécia (que é desde a década de 1950 promovida pelas políticas de Estado de bem-estar social).  Já a edição do Jornal Nacional desta quarta-feira (03), engrossou o discurso alienante reacionário com uma repo

Sonegação, meta fiscal e sonegação (de novo)

 Enfim chegou o esperado dia do anúncio oficial dos nomes que comporão a equipe econômica do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.   Os nomes de Joaquim Levy para a Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e a permanência de Alexandre Tombini no Banco Central parecem ser um alento para a turbulenta relação do governo com esse organismo oculto, chamado 'mercado'.   A palavra de ordem é "arrumar a casa", e garantir o "leite das crianças" no que tange aos * resultados primários (que já há seis meses, registra déficit).  * Resultado primário é a parcela obtida entre o que se gasta e o que se arrecada (não computada como despesas financeiras, ou seja, com despesas da própria dívida brasileira).   O resultado primário, deve ser sempre superavitário, pois essa "sobra" de arrecadação dos impostos, é usada para o pagamento de juros do serviço da dívida pública brasileira.    Por isso a expectativa é o chamado 'arrocho'

Por que só a indústria demite?

 O Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou hoje o índice de desemprego para o mês de outubro, que ficou em 4,7%. Um dos mais baixos para o período desde 2002. Portanto muito próximo do que indica os especialistas do conceito conhecido como: "pleno emprego".  Por que então só a indústria demite? Por que a indústria teima em continuar numa crise da qual somente ela pode sair e que para isso, precisa manifestar o desejo de sair dessa crise!?   E o essencial nessa reflexão: em qual contexto se insere o conceito de indústria? A indústria que demite é a indústria brasileira de uma forma geral, ou apenas a indústria paulista?  Esse raciocínio é importante para identificarmos o que há de verdade em torno dos argumentos usados para se justificar o fracasso apontado por alguns, que explica a decadência de nossa indústria.   Antes é preciso se entender o fenômeno da industrialização brasileira, já que desde a gênese do processo industrial no

O muro de Berlim caiu. No Brasil, casas, bairros e ambientes continuam murados.

 Há 25 anos eu tinha apenas dez anos de vida. Me lembro perfeitamente bem da célebre reportagem com Pedro Bial, registrando as pessoas quebrando o muro e comemorando a reunificação da Alemanha.  Hoje o Brasil também vem rompendo muros. O muro das cotas para negros nas universidades, o muro do acesso dos mais pobres ao ensino superior, ao emprego mais qualificado e melhor remunerado.   O muro do pobre que inaugura sua vida de classe média com um carro semi-novo (na garagem da casa recém-adquirida). O muro rompido da vida na sociedade de consumo dos shoppings, o muro de quem nunca tinha viajado de avião ou mesmo entrado em um aeroporto antes.   O triste é saber que com parte de muitos muros derrubados, o que deveria ser motivo de regozijo, passou a ser razão de medo e xenofobia contra pobres e nordestinos, por em tese terem estes em sua maioria, elegido Dilma para mais 4 anos à frente do governo brasileiro.  Agora o discurso é o do medo de que o Brasil se torne uma &quo

Dois coxinhas do interior discutindo política

- Aô cumpadi, bão? - Bão... - Deu zembra, heim... - É rapaiz, deu memo... Óia, eu achava qui dessa veiz eis tirava essa muié daí, viu...  - Ah, mais num tira, cumpadi... O povo hoje só que sabê dessas borsa... - Poca vergonha, o povo só qué as coisa di graça. Eu sempre trabaiei a vida inteira, cumpadi. Minha mãe teve doze fio e criô tudo suzinha. Nóis passamo fomi, num tinha um carçado pa pô no pé, e hoje eis qué as coisa di graça... No meu tempo nóis tinha qui trabaía di inxada, memo.... - É, essas borsa cabô com Brasil... - Invêis di trocá, pô otro, o povo fica ripitindo sempre a mema coisa. Vai sê burro na bosta, sô. Inda bem qui aqui em São Paulo ganhô o Arkimi di novo, né... Mió, memo... - É, aqui êis num tira dele. Êis fala, fala, mais du ômi ninguém ganha... ganhô traveis! - É memo, eu votei prêle... num sô burro... Mais o povo num qué trocá as coisa, não. Votaro nessa muié. O partido dela faiz num sei conto tempo qui tá lá, i êis num ti

Dilma reeleita, Marconi também

 Em sua posse em 2003 Lula disse a célebre frase: "a esperança venceu o medo". Hoje podemos dizer que 'a esperança venceu o ódio', mas em se tratando de Goiás, quem venceu quem? Ou melhor dizendo: que sentimento venceu?  Em Goiás talvez o da indignação dos eleitores de Iris ou de anti-marconistas. Um fenômeno muito parecido com o de eleitores paulistas, paranaenses, mato-grossenses, sul-mato-grossenses, catarinenses, gaúchos, capixabas, rondonienses, acrianos e roraimenses em relação à eleição de Dilma.  Muitos em Goiás que votaram em Aécio pela mudança, votaram em Marconi pela continuidade. Ou votaram em Iris pela mudança e em Aécio pela volta da continuidade passada.  Trocando em miúdos, o que ficou caracterizado nessas eleições foi a predominância do conservadorismo que tenta de uma certa maneira, brecar os avanços sociais que têm incomodado a classe média tradicional e a elite.  As pessoas de melhor posse estão mesmo incomodadas com a melhora no padrão d

Cidades usurpadoras

 Vez ou outra, gosto de fazer buscas por imagens no Google e na maior parte das vezes, faço as buscas digitando nomes de cidades.   Já fiz isso diversas vezes utilizando o nome de Rio Verde e ao efetuar a busca como de costume, dentre as muitas fotos que são disponibilizadas aparece algumas que fazem referência à cidade de Águas Lindas.  Aprofundando a pesquisa para descobrir porque o Google fez associação nos resultados de Águas Lindas com o de Rio Verde, eis que me deparo com vários sites e blogs com notícias relacionadas à cidade de Águas Lindas e que fazem crer que a imagem ilustra, a paisagem de uma cidade à qual não pertence.  Águas Lindas, é um município goiano o qual localiza-se na região conhecida como entorno de Brasília (por estar também concentrada no cinturão de municípios goianos que margeiam a capital federal).  Foi emancipada há pouco menos de 20 anos e por ser uma cidade dormitório - onde as pessoas residem, mas trabalham em outra cidade próxima e mai

É o câmbio da doença holandesa

 Chama a atenção o artigo publicado no último domingo (14), pelo o economista e ex-ministro da Fazenda no governo Sarney, Luiz Carlos Bresser-Pereira, sobre as razões para ele declarar seu voto a Dilma.  A primeira delas, não poderia deixar de ser dentro da mais cristã das definições: a preocupação do governo com os pobres - na qual na visão dele, seria o primeiro critério segundo sua avaliação para votar pela reeleição da presidente Dilma -, que por sua vez está também associado ao seu segundo critério que é a distribuição de renda e a capacidade da candidata em atender plenamente interesses que nos levem à continuidade desse processo.   Bresser-Pereira foi um dos fundadores do PSDB, e como ele mesmo mencionou em seu artigo publicado por Carta Maior, se afastou gradativamente do partido na medida em que o mesmo se converteu para a direita e à agenda neoliberal.  Ele acredita que o maior desafio para o possível novo governo de Dilma Rousseff, seja a retomada do crescimento da

A base da pirâmide

    Artigo de João Paulo da Cunha Gomes  A felicidade é o objetivo do objetivo supremo de cada indivíduo. A felicidade do maior número de pessoas é o que almeja a sociedade.   Pretendeu-se, dentre outras coisas, quando se pensou no conceito de liberdade, no século XVIII, que esta criasse as condições para que os homens buscassem a felicidade através do desenvolvimento de suas aptidões, visando sua participação na vida política.  Idealizou-se que o Estado não deveria interferir na iniciativa individual, limitando-se a garantir outros serviços considerados essenciais à coletividade.   A livre concorrência, associada às aptidões pessoais dos indivíduos, se encarregaria de harmonizar a vida em sociedade.  Trata-se do liberalismo, que possui como sua principal obra propagandística "A Riqueza das Nações", escrita por Adam Smith em 1776.  Ocorre que essa tal liberdade, após a derrubada do Antigo Regime, na prática não se associou aos outros dois conceitos q

Somos mais de 200 mil

  Saiu ontem a estimativa populacional dos municípios brasileiros. Rio Verde agora conta exatos 202.221 habitantes, um incremento de 5.173 pessoas em um período de um ano.  Embora a população do município continue crescendo vertiginosamente - com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontando Rio Verde como uma das sete cidades que mais cresceram no período entre 2003 e 2013 -, autoridades e mesmo candidatos a autoridades acreditam que o atual nível de desenvolvimento econômico rio-verdense é satisfatório.   Argumentam ainda que seria perigoso para a saúde social do município promover novas alavancagens ao seu desenvolvimento, pois corre-se o risco do "inchaço populacional".  Ocorre que esse inchaço populacional como já diagnosticado pelo IBGE, já vem acontecendo em Rio Verde há pouco mais de dez anos, e o atual nível de desenvolvimento econômico quase não é capaz de acompanhar esse inchaço populacional.  Porém o desenvolvimento s