Os números não mentem, o estrago na economia em 2012 realmente foi de amargar. A corrida especulatória mais uma vez deu o tom do ritmo da dança de salão dos números, que os quais, são capazes até mesmo, a desanimar a mais entusiasta fé de um fiel cristão.
A última ata do Banco Central sinalizou - e muita gente até gostou -, de que o grande problema para o não atingimento da meta de inflação em 2012, não se trata meramente de uma demanda deficiente, mas sim, de uma oferta débil. Mas o que poderia ter prejudicado a oferta em 2012?
Segundo afirmam boa parte dos especialistas, o baixo desempenho da produção industrial - que caso contrário, poderia ter impactado positivamente sobre a inflação -, se deve ao baixo nível de investimento para futuras e mais amplas fábricas. Contudo isso não é capaz de explicar sozinho, como única fonte a origem para o fenômeno econômico da baixa oferta.
Certamente não foram poucos os esforços do governo, para reanimar a economia, num cenário que há um ano, se mostrava em uma situação na qual os Centros de Distribuição (CD's) de fábricas e grandes grupos varejistas nacionais se encontravam abarrotados de produtos que o mercado consumidor ainda não havia absorvido.
Daí começava a via-crucis do governo em promover toda uma série de cortes de juro na taxa oficial Selic, e consequentemente o seu repasse ao consumidor por meio da concorrência movida pelos bancos públicos na redução do spread.
Empreendeu também medidas de contenção à entrada de capitais especulativos no País, por meio do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) - o qual visava o estancamento da sobrevalorização do real, como forma de proteção à indústria; promoveu ainda uma severa renúncia fiscal nunca antes vista, em cima do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor de automóveis e de gêneros de consumo da 'linha branca'; e por fim, reduziu sensivelmente impostos e contribuições que incidem sobre a folha de pagamento de empregados, para as empresas.
Com a combinação de todas essas medidas, mais a conjuntura de pleno emprego e ainda a constante melhora sobre a renda do trabalhador, teoricamente, se dariam as condições necessárias para que 2012 fosse marcado como o ano da recuperação da economia nacional.
Mas não foi o que se verificou, com as 'indefinições' sobre a política cambial - se permaneceria flutuante ou controlada a um viés mais depreciativo, onde na qual acabou por se tornar uma outra fonte alimentadora de inflação -, em associação com uma conjuntura de pleno emprego e aumentos significativos dos salários dos trabalhadores, tornaram-se os elementos combinatórios para um panorama inflacionário, que poderia ser atenuado, caso a produção fosse pelo o menos mantida em seu ritmo habitual.
Demonstrando nítida insatisfação com boa parte das medidas do governo - a indústria que a muito deixou de produzir, para apenas especular -, resolveu adotar uma tática de subutilização de sua capacidade instalada, mantendo considerável porção dela em situação de plena ociosidade. O que veio a agravar ainda mais os dois extremos da economia: o baixo crescimento e a elevação generalizada nos preços. Preferiu portanto, ganhos sobre o volume agregado sobre a formação artificial dos preços, do que aqueles obtidos em escala de produção.
Ou seja, a indústria deixou de produzir alegando que as indefinições sobre o futuro da economia a levava para esse caminho, enquanto que na outra ponta, forçava uma alta nos preços por conta de uma falsa ideia de consumo excessivamente aquecido. O resultado não poderia deixar de ser dos piores, o que propiciou a uma variação negativa sobre Índice da Produção Industrial em (-2,7%) no ano passado. Sendo o segundo menor registro de atividade industrial nos últimos três anos, quando se registrou queda de (7,4%) em 2009, no auge da crise financeira mundial.
Ou seja, a indústria deixou de produzir alegando que as indefinições sobre o futuro da economia a levava para esse caminho, enquanto que na outra ponta, forçava uma alta nos preços por conta de uma falsa ideia de consumo excessivamente aquecido. O resultado não poderia deixar de ser dos piores, o que propiciou a uma variação negativa sobre Índice da Produção Industrial em (-2,7%) no ano passado. Sendo o segundo menor registro de atividade industrial nos últimos três anos, quando se registrou queda de (7,4%) em 2009, no auge da crise financeira mundial.
Mais uma vez, assim como em tantas outras ocasiões, o mercado dita o ritmo que deseja para a economia brasileira. Ao decidir que deseja um estancamento da produção e com isso, vir até a comprometer o crescimento da economia apenas para ter como finalidade de compulsar altas generalizadas nos preços, [mesmo que com isso se arrisque a não auferir lucros estimados (ou subestimados)], pode dessa forma, não pensar duas vezes.
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