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Mostrando postagens de fevereiro, 2013

Chorando a infraestrutura derramada

 Impossível se conter diante de tantas distorções e sofismas que os veículos da grande imprensa goiana, integralmente subserviente às verbas publicitárias do governo de Goiás, instigam em seus telespectadores mais incautos e desavisados na exibição de matérias jornalísticas às quais têm como único propósito, preservar a imagem do governador, em vista da precariedade crescente das condições da infraestrutura no estado.  Há pouco menos de um ano o governo de Goiás se viu obrigado a ceder o controle majoritário de suas ações na Companhia Energética de Goiás (Celg) para Furnas Centrais Elétricas - por pura incompetência de quatorze anos em que o governo goiano atual esteve à frente da empresa -, onde as dívidas da estatal de energia de Goiás, se acentuaram e os investimentos minguaram.   Com isso a empresa perdia ano a ano, sua capacidade de investimento, à medida que sua dívida monstruosa crescia e chegava a impressionante cifra de R$ 6 bi. Sem condições e cacife para manter o b

O crescimento e a inflação

  Imaginem o seguinte cenário, onde um paciente que se encontra num estado subnutrido, em que o seu diagnóstico diz que ele precisa se alimentar (consumir) bem, para continuar a manter o seu organismo funcionando em perfeitas condições. Mas existe a questão de que sua alimentação (consumo) não pode ser dada de qualquer maneira, deve atender as prescrições médicas e ademais exige um cuidado nos efeitos colaterais que uma alimentação à base de carboidratos, pode desencadear no organismo de um hipertenso (inflação).  Porém o paciente não por conta de uma doença, pode de forma alguma ficar sem se alimentar (consumir), pois sua saúde debilitada pode vir a se agravar. Além de uma dieta balanceada, precisa praticar exercícios e mudar os hábitos alimentares, pois se ficar totalmente sem nenhum tipo de alimentação (consumo) pode morrer.  Em economia, há ligeiras semelhanças no trato de um paciente, dentro de um diagnóstico sucinto e conciso, caso contrário o paciente (a economia) pod

A taxa de câmbio e a doença holandesa

Artigo de Luiz Carlos Bresser-Pereira  Extraído do jornal Valor Econômico  O desequilíbrio macroeconômico fundamental que o Brasil enfrenta desde o início dos anos 1990 é o da sobreapreciação cambial que desestimula os investimentos e desindustrializa gradualmente o país. Não os desestimula de forma definitiva na indústria porque no Brasil a doença holandesa não é grave. Hoje a taxa de câmbio de equilíbrio corrente, aquela que equilibra intertemporalmente a conta corrente do país, deve estar próxima de R$ 2,20 por dólar, e a taxa de câmbio de equilíbrio industrial - necessária para que empresas de bens comercializáveis internacionalmente que usam tecnologia no estado da arte mundial sejam competitivas, e para que o mercado interno deixe de ser capturado por importações - deve estar próxima de R$ 2,80 por dólar. A doença holandesa brasileira é, portanto, moderada, de apenas R$ 0,60 por dólar; é uma sobreapreciação estrutural que seria resolvida por uma depreciação de aproximad

Uma guerra que não era, e que agora é... coisas da cabeça de Mantega

 Há um ano o ministro da Fazenda, Guido Mantega denunciava uma guerra injusta com fundo protecionista da parte das economias desenvolvidas, enquanto na outra ponta a imprensa nacional jurava de 'pés juntos' que tudo não passava de algo criado pelo ministro para justificar o câmbio 'apreciado demais' e o que com isso, prejudicava o comércio internacional do Brasil com seus parceiros comerciais. Ministro Mantega e a triste sensação de  falar sozinho  Agora depois da reunião do G-20 em Moscou no último fim de semana, onde as denúncias do ministro Guido Mantega foram enfim confirmadas, a grande imprensa do Brasil resolveu também admitir que realmente existe uma guerra cambial entre as economias desenvolvidas e que ela é tão prejudicial ao Brasil, quanto para todo o comércio internacional.  Num cenário como o atual - de baixas transações comerciais entre os países -, a saída mais trivial é uma desvalorização cambial, buscando uma valorização imediata das merc

Gestão vaticana

 Dentro dos mais variados pontos de vista, muitos católicos ou não, procuram analisar as reais causas para a renúncia do Papa. Em algo todos concordam, a sua autoridade estava comprometida, em torno de uma certa perda do seu controle absoluto sobre a administração da Igreja, agravada justamente por seu estado de saúde e idade avançada, mas não menos importante também, em cima de aspectos que apontam para certos desvios graves na condução do seu papado e sobre os quais não poderia mais reverter.  É inegável a necessidade de reformas dentro da Igreja, e mais essencial, uma reforma sobre sua própria natureza institucional, política e principalmente, econômica. Contudo mesmo tendo características próprias de uma organização estatal, o Vaticano procura manter um certo tradicionalismo em sua estrutura institucional de Estado.  Antes de mais nada, é importante lembrar que o regime de governo no Vaticano é o de uma monarquia absoluta autocrática - por não haver a divisão dos poderes

Por que no Brasil Lemann precisa do BNDES?

Artigo de Fernando Dantas do jornal O Estado de S. Paulo  A oferta de aquisição, junto com Warren Buffett, da multinacional americana de alimentos Heinz (conhecida pela tradicionalíssima marca de ketchup do mesmo nome) pela 3G Capital coloca em destaque os três bilionários brasileiros – Jorge Paulo Lemann, Marcelo Telles e Carlos Sicupira – que podem ser considerados os maiores símbolos nacionais do capitalismo liberal, desimpedido e agressivo. Desde o início da sua carreira, Lemann, ex-campeão de tênis (e também um dos pioneiros do surf no Brasil, detalhe menos conhecido), tornou-se conhecido, e até cultuado, como um visionário empreendedor, que aplica na prática, e com feroz zelo, as leis de mercado pregadas por Adam Smith e que contribuem mais para geração de riqueza para os indivíduos e para as nações do que qualquer outro sistema econômico.  A história dos bilionários brasileiros da 3G Capital é bem conhecida. Do ultra agressivo e competitivo (inclusive internamente) Ban

Imbróglio cavalar

 De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, nos últimos 20 anos o Brasil alçou um crescimento médio aproximado de 68% na produção de carne bovina. Em todo esse período desbancou velhas concorrentes como a Austrália e a Argentina e conquistou também o cobiçado mercado europeu.  No entanto em todo esse tempo o Brasil precisou percorrer um longo caminho até consolidar sua posição de segundo maior produtor e exportador mundial de carne. Foi um trabalho árduo, principalmente no sentido em atender aos rigorosos padrões sanitários do exigente mercado europeu, que se deram em sua maior parte, no controle de doenças como a febre-aftosa e a implantação de um rigoroso sistema de rastreabilidade do gado bovino, com a implementação do Sisbov.  Vencidos praticamente todos os desafios impostos por sucessivos embargos sanitários à carne brasileira na União Européia e Rússia, o Brasil caminha hoje para uma situação confortável em seu mercado de carne bovina,

O custo (burro) Brasil

 Estamos em plena safra e como todos os anos ela acontece no verão que como se sabe, é o período chuvoso no Brasil. Justamente por conta de que a safra ocorre no período das chuvas, é que a nossa infraestrutura se mostra mais sensível, e todos os anos a velha história se repete..., entre trancos e barrancos de rodovias esburacadas, a pouca disponibilidade de ferrovias..., e a distâncias dos portos se mostram como uma rotina de décadas no Brasil.  Porém o dinamismo que o País demanda como sempre, é atribuído ao papel único e absoluto do governo federal. Como se este, fosse o único agente o qual tem por obrigação, disponibilizar toda uma estrutura de produção, totalmente gratuita e sem nenhum ônus aos agentes de produção, por estes sempre considerarem que o custo de produção no Brasil é elevado e burocratizado.   Contudo não podemos nos deixar levar pela onda falaciosa daqueles da 'torcida do contra' ou do 'quanto pior, melhor', por sermos diariamente bombarde

A indiferença de uma renúncia

 O que é destaque em toda a imprensa mundial impressionantemente não tem tratamento semelhante por parte dos veículos de mídia eletrônica católicos - que em tese seriam os maiores interessados no assunto. O anúncio da renúncia do Papa Bento XVI, parece que não repercutiu em nada nas emissoras católicas de televisão do Brasil. Josepf Ratzinger e a solidão do poder papal  entre as  disputas internas da Igreja  Mesmo que daqui para a frente essas emissoras venham a demonstrar algum interesse tardio no tema que envolve os  assuntos da própria instituição da qual as emissoras de TV católicas afirmam representar, o simples fato de uma cobertura distante e parcimoniosa - evitando o assunto o máximo possível -, e privando os telespectadores católicos que assistem essas emissoras de maiores detalhes sobre o ocorrido, não teriam uma abordagem suficiente e à altura do que o assunto merece.  Contudo para que um fato tão relevante para a própria Igreja, tenha um tratamento tão indifer

A Petrobras no alvo

 A Petrobras agora se tornou o maior alvo da imprensa, e tudo o que ela vinha auferindo em dividendos não só para seus acionistas, como também para o governo, agora por não conseguir manter o ritmo das metas propostas por ele à empresa, é motivo de regozijo entre a imprensa da 'torcida do contra'.  Com certeza os desafios propostos à estatal eram enormes, e oneraram substancialmente o caixa da empresa. 'Aumentar a produção, ajudar no controle da inflação, fazer caixa para o enorme programa de investimentos, servir de alavanca para a indústria nacional de fornecedores da empresa, e ainda, contribuir decisivamente para as contas públicas de estados e municípios, com polpudos pagamentos de royalties', parecem mesmo desafios intransponíveis.  Certamente daqui para frente a empresa precisará passar por uma reestruturação, recuperando sua capacidade de investimento e retomando seu nível de produção à altura do que o mercado interno projeta. Tomou por sua vez com iss

'Sou do contra' ("a favor"?).

 O que dizer de uma imprensa que ao divulgar números positivos de nossa economia, sempre é capaz de lembrar um "mas" ilustrando assim, um certo limite nos números alvissareiros.  Sempre movida por interesses ideológicos a imprensa procura limitar e impor barreiras dentro do que para ela, nada mais seja do que os 'lendários' gargalos de infraestrutura, que por sua vez impediriam que bons números de produção em nossa economia se repetissem.   A solução para a resolução desses ditos gargalos como apontados pela imprensa, seria a volta do investimento numa cadência projetada em algo acima de 22% do Produto Interno Bruto (PIB).   Para o governo, o ano que passou ficou marcado por uma série de medidas que visavam justamente a canalização de recursos privados para investimento na produção, e que essas medidas demoram um pouco para surtirem o efeito desejado, mas que por outro lado, indica que não estamos longe de conseguirmos.  Contudo na outra ponta - a do

'A BRF ficou exposta. Eu não merecia isso', diz presidente da BRF

 Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo Nildemar Secches, presidente da BRF ( Perdigão /Sadia), comenta sobre a exposição que diz ter sido vítima na qual Abílio Diniz se tornou o principal pivô, na briga pela presidência da BRF.  Certamente ele provou um pouco de seu próprio veneno, já que é prática rotineira dentro da Perdigão, a exposição moral de funcionários por parte de seus superiores diretos e indiretos. Algo do qual nunca se esforçou para debelar tal prática nos recintos de produção da empresa.  A entrevista foi concedida à Raquel Landim e Alexandre Calais, confira:  Depois de 18 anos, Nildemar Secches está mesmo de saída da BRF, empresa resultante da fusão entre Perdigão e Sadia. Ele conta que foi uma decisão pessoal, comunicada aos acionistas em dezembro do ano passado, e lamenta que a empresa tenha ficado "exposta" após o vazamento da notícia para a imprensa. "Eu não merecia isso. E foi ruim para a empresa. Mas o objetivo dessa entrevista