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Indústria de Cracolândias

Pequenos gestos país à fora, de uma empresa que "respeita" seus funcionários.

http://www.viomundo.com.br/denuncias/mpt-brf-brasil-foods-s-a-de-capinzal-continua-violando-direitos-dos-trabalhadores.html

http://pndt.jusbrasil.com.br/noticias/2995066/justica-do-trabalho-bloqueia-r-4-7-milhoes-da-br-foods

Vista aérea do inferno

Denúncias
14 de dezembro de 2011 às 19:32

MPT: BRF Brasil Foods S.A. viola direitos dos trabalhadores

Brasil Foods S/A de Capinzal é multada em quase R$ 5 milhões por descumprir decisão da Justiça do Trabalho
da Ascom do Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina (MPT/SC), sugestão de Maria Maeno

 A BRF Brasil Foods S.A. de Capinzal que responde por 9% das exportações mundiais de proteína animal e é a única companhia do Brasil com rede de distribuição de produtos em todo o território nacional, foi multada em quase R$ 5 milhões, por descumprir decisão judicial. A Unidade que abate cerca de 450.000 frangos/dia, emprega hoje 4.500 pessoas das quais 20% tem algum tipo de doença ocupacional.

 No dia 08 de fevereiro de 2010, a Juíza da Vara do Trabalho de Joaçaba, Lisiane Vieira, concedeu tutela antecipada em ação movida pelo Ministério Público do Trabalho obrigando a empresa a conceder pausas de recuperação de fadiga de 8 minutos a cada 52 minutos em atividades repetitivas e notificar as doenças ocupacionais comprovadas ou objetos de suspeita. A mesma tutela proibiu a BRF Brasil Foods S.A de promover jornadas extras para minimizar os efeitos nocivos do trabalho a seus funcionários. Ao julgar mandado de segurança movido pela empresa, o Tribunal Regional do Trabalho cassou a tutela antecipada, mas em recurso interposto pelo MPT, o Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade, restabeleceu a decisão da Vara do Trabalho de Joaçaba.

 O descumprimento das pausas gerou a execução de multa no valor de R$ 10.000,00 ao dia, desde 28/06/11. Também foram executadas multas de R$ 20.000,00 ao dia, desde 28/06/11, em razão da BRF Brasil Foods SC não emitir Comunicações de Acidentes de Trabalho. As multas somam R$ 4.710.000,00 (quatro milhões, setecentos e dez mil reais). Da decisão cabe recurso, mas a empresa deverá depositar o valor para poder recorrer. O Frigorífico solicitou à Justiça a nomeação de um bem em garantia ao invés de realizar pagamento em dinheiro, pedido negado em razão da legislação processual estabelecer prioridade de penhora em dinheiro.

 Para o Procurador do Trabalho Sandro Eduardo Sardá, Gerente Nacional do Projeto do MPT de Regularização das Condições de Trabalho em Frigoríficos, “é lamentável que mesmo após a concessão de tutela antecipada pela Vara de Joaçaba, mantida pelo TST, determinando a adoção de medidas essenciais à proteção à saúde e dignidade humana, a empresa continuou violando os direitos fundamentais dos trabalhadores. Trata-se de grave desrespeito ao Poder Judiciário Trabalhista, ao Ministério Público, aos trabalhadores e a toda a sociedade”.

 Na coletiva esta tarde, 12 , na sede da PRT 12, em Florianópolis, o Procurador lembrou que recentemente a BRF Brasil Foods em Capinzal investiu cerca de 50 milhões de reais em automação de seus processos industriais, e “mesmo assim os empregados continuam submetidos a um rito de trabalho intenso e incompatível com a saúde física e mental, com a realização de 70 a 120 movimentos por minuto, quando estudos apontam que o limite de 30 a 35 movimentos por minuto não deve ser excedido”, enfatizou.

A EMPRESA

 A BRF Brasil Foods fechou 2010 como a terceira maior exportadora do país. É uma das maiores empresas de alimentos do mundo, e foi criada a partir da associação entre a Perdigão e Sadia. Atua nos segmentos de carnes (aves, suínos e bovinos), alimentos industrializados (margarinas e massas) e lácteos, com marcas consagradas como Perdigão, Sadia, Batavo, Elegê, Qualy, entre outras.
 Com faturamento líquido de R$ 23 bilhões registrado em 2010, a BRF exporta para 140 países, opera 61 fábricas no Brasil (distribuídas em 11 Estados) e três no exterior (Argentina, Reino Unido e Holanda). Mantém 24 escritórios comerciais no Exterior e emprega cerca de 115 mil trabalhadores.

DOENÇAS OCUPACIONAIS

 Estudos realizados pela própria BRF Brasil Foods na Unidade de Videira comprovam:
68,1% dos empregados do setor de aves sentem dores causados pelo trabalho;
65,31% dos empregados do setor de suínos sentem dores causados pelo trabalho;
61,79% dos empregados estabelecem relação entre a dor e o trabalho desenvolvido na área de aves
60,34% dos empregados estabelecem relação entre a dor e o trabalho desenvolvido na área de aves;
70,89% dos postos precisam de intervenção ergonômicas no setor de aves;
95,5% dos postos precisam de intervenção ergonômicas no setor de suínos;
30,24% dos empregados manifestaram dormir mal no setor de aves e 33,18% no setor de suínos;
49,64% dos empregados manifestaram se sentir nervosos, tensos ou preocupados no setor de aves e 50,43% no setor de suínos;
12,26% dos empregados manifestaram que alguma vez pensou em acabar com a sua vida no setor de aves;
13,46% dos empregados manifestaram que alguma vez pensou em acabar com a sua vida no setor de suínos:
Cerca de 20% de toda a mão de obra em frigoríficos vem sendo acometida de doenças ocupacionais.
Fonte: Programa de Reabilitação Ampliado mantido pela Perdigão em Videira.

Fonte: Site viomundo

O Perfil dos funcionários da BRF de Rio Verde, muda um pouco, por se tratar em sua maioria, de pessoas (jovens) vindas de Estados do nordeste do país. Mas a realidade é a mesma, porém, com desfecho mais trágico, já que essas pessoas ao se depararem com esses problemas dentro da empresa, dão início ao um cansativo processo de desligamento da mesma, sem a justa causa, sempre de forma isolada e desarticulada. Com isso, os funcionários insatisfeitos promovem todos os tipos de ações e iniciativas, visando esse desligamento e a indenização trabalhista, mas os mesmos são vencidos pelo cansaço e então: Ou pedem a conta e perdem todos os seus direitos trabalhistas, ou são levados a tomar atitudes induzidas em erro, (devido à pressão psicológica sutil e dissimulada de seus superiores), para serem demitidos por justa causa. As consequências, não poderiam ser piores, pois além de saírem da empresa, a mesma disponibiliza más referências do empregado junto à outras empresas que em sua maioria, são fornecedores da Perdigão BRF, e por assim ser, possuem um acordo de cavalheiros para que os ex-funcionários da BRF, não sejam contratados por essas empresas, levando os mesmos ao suicídio moral nas bocas de fumo da cidade.









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