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Ideologia pragmática ou pragmatismo ideológico

 Em tempos de crise surgem debates antagônicos sobre quais os melhores rumos que os governos devem tomar embasados em orientações doutrinárias nas conduções governamentais ou de gestão, amplamente defendidas por formadores de opinião e políticos que manisfestam suas teses e pontos de vista, obedecendo de acordo com a doutrina sócio-político e econômica que defendem. 

 Nos primórdios de nossa civilização contemporânea - mais precisamente após o período conhecido como 'Iluminismo' - em que surgiram as linhas de pensamento filosóficas sob as mais variadas mentes acadêmicas de então, a predominância se fez valer onde melhor se adaptou à nova realidade pós-revoluções. Inspiradas nessas novas linhas de pensamento, surgiram os primeiros governos 'constitucionais' e com eles os defensores ou opositores dos fundamentos de gestão desses governos. 

 Os conceitos de 'direita', 'centro' e 'esquerda', surgiram com o posicionamento das cadeiras do Parlamento francês, nos idos da Revolução Francesa em que..., dependendo desse posicionamento dos assentos, ficava caracterizado o comportamento desse parlamentar em relação à defesa de suas ideias e pontos de vista.


Lula e Dilma na reunião do G-20
 Engana-se quem pensa que a condução de políticas públicas adotadas por certos governos, não estejam ligadas à ideologias, sejam elas, de orientação à esquerda ou de direita. 

 Talvez o que esteja acontecendo, seja uma mesclagem parcial ou superficial de uma ou de outra, onde temos então o chamado 'pragmatismo': corrente de pensamento que considera a utilidade prática de uma ideia como critério de sua verdade; filosofia utilitária. [este sistema de ideias aplica-se especialmente a um movimento filosófico que se baseia em conceitos norte-americanos]; onde governos devem tomar atitudes pensadas na conciliação das mais variadas correntes de interesses, e claro, sempre obedecendo à uma ótica e a uma visão de mercado. 

 Bem, ao que parece temos a predominância contemporânea do 'pragmatismo'; tendo por base o conjunto de desdobramentos práticos, que por sua vez também embasa-se em dados empíricos de observância dos comportamentos humanos, mas principalmente, na atualidade e sempre tendo como foco a observância e a obediência à visão de mercado. Portanto nessa ótica do mercado podemos dizer que por mais que alguns defendam uma postura pragmática, nunca ela se dará numa formatação "puro sangue", porém continuamente obedecendo o curso natural do interesses do capital.


  Temos aí, a defesa implícita, subliminar ou abstrata - para os menos atentos -, de ideologias de 'direita', travestidas de 'pragmatismo', onde na medida do observado, nas condutas reivindicadas pela mídia e agências de classificação de risco, aos governos protagonistas da crise, em prol da 'saúde' financeira dos bancos nos países atingidos por ela, em detrimento de políticas sociais à suas populações, mais vulneráveis.


 Mas quanto a isso, espera-se por uma corrida ao protecionismo, através de táticas e estratégias de desvalorização das moedas locais, dentro do preceito da chamada "guerra cambial", numa tentativa de atenuar os efeitos recessivos na população, aumentando exportações e ao menos preservar os empregos que ainda restam, já que os protestos tem corroborado em diversas partes não só na Europa, mas em todos os países afetados.



 Dessa forma, há sim um certo pragmatismo nas decisões, pois essas decisões precisam ser milimetricamente pensadas - tanto no ponto de vista do mercado, pela preservação da credibilidade dessas nações, quanto pela popularidade desses governos em relação aos seus eleitorados -, num consenso comum, principalmente nos blocos econômicos mais arraigados. 

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