Muitos explicariam o desemprego entre os jovens como principal causa, o crescimento mediano que o Brasil vem experimentando nos últimos anos; mesmo em municípios considerados dinâmicos, o desemprego entre os jovens assusta; e assusta muito mais na medida em que se observa que a mão de obra desempregada entre os jovens de 18 a 24 anos não é tão despreparada ou desqualificada quanto se pensa; já que muitos estão se graduando ou concluíram suas graduações.
Dessa forma fica difícil compreender qual seria a razão principal que explicasse tamanho desemprego entre essa faixa etária, porém sem dúvida a principal delas parece que se deve mesmo ao crescimento inconstante da economia de muitos municípios e regiões brasileiras.
Com isso é sempre importante perceber não apenas dados oficiais do desempenho da economia e do emprego no País de forma geral, mas importante se saber também em decorrência da miúças, das particularidades e peculiaridades de cada município ou região para se saber com exatidão o que estaria interferindo negativamente na geração de emprego e renda em cada um dos 5.564 municípios brasileiros; bem como ainda, a qualidade dos empregos oferecidos em termos de execução de tarefas e de remuneração.
O certo é que emerge a iminência de uma certa reserva de mercado praticada pelas empresas como forma de forçar reduções sistêmicas de salários, dentre as políticas implícitas de precarização do mercado de trabalho, numa clara alusão de que o setor 'ganha' muito mais produzindo pouco, gerando desemprego, mantendo estoques sempre artificialmente baixos e assim pressionando preços; buscando com isso uma consequente redução de vagas de emprego, do que necessariamente aumentando a produção e promovendo ganhos de escala e colaborando pelo crescimento da economia das comunidades locais.
A baixa oferta de estágios, ou mesmo a relutância de empresas na adoção de programas treinee, também faz parte de um reflexo do pensamento que é predominante na mentalidade empresarial, onde sempre se preza a contenção absoluta de gastos e o investimento em capital humano segue uma orientação de pensamento que vai na mesma linha de raciocínio do gasto.
Não faltam criatividade de argumentos para justificar o baixo índice de contratações, já que o acirramento na concorrência de vagas entre candidatos é explicada justamente em torno de teses neoliberais. Desde a reduzida perspectiva de investimentos do setor produtivo - que se explica pela baixa expectativa de crescimento da economia -, ao pessimismo exagerado de certos analistas econômicos em torno disso, e mesmo a explícita defesa de ideias que acabem em mais desemprego e redução da renda da massa trabalhadora, como meio de contenção de surtos inflacionários ou reordenação da macro economia.
O fato preponderante é que os maiores prejudicados em toda essa política de privatização de lucros e socialização de prejuízos, seguramente é o jovem; que mais adiante é apontado senão a principal, mas como sendo um dos maiores problemas sociais de nossos tempos, por se atribuir sempre a eles, justamente a maior parte das mazelas de que são vítimas contumazes; essencialmente contribuindo pelo aumento da discriminação que existe em torno da figura do próprio jovem. São preconceitos que giram em círculos.
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