Longe de mim tentar fazer qualquer tipo de comparação entre o progresso de uma cidade como Uberlândia em Minas Gerais, com o de Rio Verde em Goiás. Impossível! O que se pode, é atribuir ao que foi determinante para que uma cidade 40 anos mais jovem que Rio Verde se despontasse e se destacasse tanto de forma isolada em relação à outra.
Rio Verde surgiu em decorrência da busca por terras devolutas da parte do paulista José Rodrigues de Mendonça e se desenvolveu de forma quase vegetativa em seus primeiros anos, sendo em seu início apenas como ponto de pouso de tropeiros que transportavam gado entre o Mato Grosso e Uberaba, no Triângulo Mineiro - povoação que mais tarde daria origem a outro lugarejo [São Pedro do Uberabinha, hoje Uberlândia].
Certamente o grande diferencial de Uberlândia desde a concepção de seus primeiros anos como aglomeração urbana autônoma, se deu no dinamismo de sua elite política e econômica. Os antepassados que no decorrer das décadas ajudaram a formar a economia de Uberlândia, tinham claro e bem definidos o horizonte que precisavam percorrer para atingir o pleno objetivo de tornar Uberlândia uma cidade vanguardista.
A preocupação com a infraestrutura que propicie um projeto de crescimento econômico de longo prazo é imprescindível para qualquer espaço geográfico. Dessa forma a primeira companhia elétrica de Uberlândia surgiu em caráter privado sob organização de sociedade anônima, o que tornou possível o adiantado surgimento no município mineiro, de serrarias e cerealistas às quais tinham instaladas, máquinas beneficiadoras de arroz e outras como, processadoras de algodão [apesar de que com um ligeiro atraso, Rio Verde também tenha possuído máquinas de beneficiamento de arroz e serrarias].
Diferentemente de Rio Verde, a infraestrutura energética de Uberlândia nunca foi negligenciada e é o que hoje torna a cidade atraente para investimentos em diversas atividades que compõem a economia daquele lugar.
Para se ter uma dimensão do boom econômico vivido por Uberlândia nos últimos tempos, a cidade atraiu dois grandes shopping centers e ainda dois hotéis de padrão internacional; uma unidade industrial de uma das maiores companhias de bebidas do mundo; sem contar a instalação de um centro de distribuição de uma grande rede varejista brasileira; além de novos investimentos nas empresas já instaladas no município mineiro. Só para se ter uma ideia, das seis grandes indústrias existentes em Uberlândia, duas delas já anunciaram novos investimentos na ampliação e modernização de suas plantas industriais.
O espírito empreendedor da classe política de lá, fez com que em apenas sete anos após se emancipar de Uberaba, Uberlândia já contasse com a linha férrea da Estrada de Ferro Mogiana, por onde se escoou boa parte da produção agrícola local e os instrumentos rudimentares providos das primeiras e incipientes fabriquetas locais. Já Rio Verde, somente agora pode contar com o ar da graça de ter esse privilégio, com a construção da Ferrovia Norte-Sul e que nem mesmo ainda entrou em operação, mas que desperta discursos demagógicos da parte dos políticos locais, com promessas de contrapartidas na construção do trecho local, de efetivação ainda muito distante e duvidosa no município goiano.
Diferentemente de Rio Verde, a infraestrutura energética de Uberlândia nunca foi negligenciada e é o que hoje torna a cidade atraente para investimentos em diversas atividades que compõem a economia daquele lugar.
Para se ter uma dimensão do boom econômico vivido por Uberlândia nos últimos tempos, a cidade atraiu dois grandes shopping centers e ainda dois hotéis de padrão internacional; uma unidade industrial de uma das maiores companhias de bebidas do mundo; sem contar a instalação de um centro de distribuição de uma grande rede varejista brasileira; além de novos investimentos nas empresas já instaladas no município mineiro. Só para se ter uma ideia, das seis grandes indústrias existentes em Uberlândia, duas delas já anunciaram novos investimentos na ampliação e modernização de suas plantas industriais.
O espírito empreendedor da classe política de lá, fez com que em apenas sete anos após se emancipar de Uberaba, Uberlândia já contasse com a linha férrea da Estrada de Ferro Mogiana, por onde se escoou boa parte da produção agrícola local e os instrumentos rudimentares providos das primeiras e incipientes fabriquetas locais. Já Rio Verde, somente agora pode contar com o ar da graça de ter esse privilégio, com a construção da Ferrovia Norte-Sul e que nem mesmo ainda entrou em operação, mas que desperta discursos demagógicos da parte dos políticos locais, com promessas de contrapartidas na construção do trecho local, de efetivação ainda muito distante e duvidosa no município goiano.
O impulso industrial de Uberlândia foi dado nos anos 1970 com a instalação da maior unidade fabril tabagista do País. Uberlândia na época com pouco menos de 130 mil habitantes já possuía traços verticalizados com seus primeiros espigões erguidos no centro ao redor da Praça Tubal Vilela. Concomitante à isso, Rio Verde ainda ensaiava seus primeiros passos rumo ao título que hoje ostenta - e mais do que nunca consolidado -, de 'capital do agronegócio' goiano com o surgimento das primeiras lavouras comerciais de arroz, em que a agricultura de subsistência cedia espaço para uma nova situação que contribuiu para o surgimento de uma das maiores cooperativas agrícolas do País [que só daria seus primeiros frutos tangíveis à industrialização do que hoje é conhecida como commodity agrícola, na década seguinte].
Na outra ponta, Rio Verde precisa correr para suprir as sérias deficiências de infraestrutura que se tornaram grandes e verdadeiros gargalos para o município goiano. Mesmo sendo contemplada com significativos investimentos federais nesse sentido, como a construção da Ferrovia Norte-Sul e a duplicação da BR-060, o maior deles, a ineficiência na oferta de energia elétrica, é sem dúvida a mais preocupante. Sem energia, simplesmente torna-se inviabilizada toda e qualquer menção ou lembrança ao nome do município para a vinda de novos e propensos investimentos do setor industrial.
A atual disponibilidade de energia elétrica em Rio Verde só torna possível o lançamento de novos empreendimentos no setor imobiliário - o que tem acelerado o processo de verticalização da cidade -, e também de shopping centers; mas esses investimentos no médio prazo podem se mostrar insustentáveis por ainda dependerem do desempenho de nossa principal base econômica, ancorada basicamente ao agronegócio [ou apenas na produção de commodities agrícolas de baixo valor agregado em decorrência de um nível de industrialização insatisfatório].
Em ambos os casos pode-se observar portanto, que entre o sucesso de uma cidade e o limitado desenvolvimento de outra, sem nenhuma sombra de dúvidas o que é expressivo e determinante, se dá no empenho e na vontade de suas respectivas elites econômicas, às quais precisam estar alinhadas à classe política [que por sua vez, deve oferecer também, condições ao setor empresarial, para que o mesmo colabore para com o desenvolvimento local de cidades e regiões].
Algo que em Uberlândia sempre foi constante e em Rio Verde [como no momento atual], obedece a surtos anticíclicos de um desenvolvimentismo que fica basicamente apenas em discursos demagógicos por não haver uma preocupação e um critério, capazes de oferecer uma ampla oferta de infraestrutura e torne o seu desenvolvimento sustentável à médio e longo prazos.
Na outra ponta, Rio Verde precisa correr para suprir as sérias deficiências de infraestrutura que se tornaram grandes e verdadeiros gargalos para o município goiano. Mesmo sendo contemplada com significativos investimentos federais nesse sentido, como a construção da Ferrovia Norte-Sul e a duplicação da BR-060, o maior deles, a ineficiência na oferta de energia elétrica, é sem dúvida a mais preocupante. Sem energia, simplesmente torna-se inviabilizada toda e qualquer menção ou lembrança ao nome do município para a vinda de novos e propensos investimentos do setor industrial.
A atual disponibilidade de energia elétrica em Rio Verde só torna possível o lançamento de novos empreendimentos no setor imobiliário - o que tem acelerado o processo de verticalização da cidade -, e também de shopping centers; mas esses investimentos no médio prazo podem se mostrar insustentáveis por ainda dependerem do desempenho de nossa principal base econômica, ancorada basicamente ao agronegócio [ou apenas na produção de commodities agrícolas de baixo valor agregado em decorrência de um nível de industrialização insatisfatório].
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Uberlândia década de 1970, a cidade nessa época tinha sua vocação industrial consolidada |
Algo que em Uberlândia sempre foi constante e em Rio Verde [como no momento atual], obedece a surtos anticíclicos de um desenvolvimentismo que fica basicamente apenas em discursos demagógicos por não haver uma preocupação e um critério, capazes de oferecer uma ampla oferta de infraestrutura e torne o seu desenvolvimento sustentável à médio e longo prazos.
De acordo com o economista Fábio Terra, que é natural de Uberlândia e professor da Universidade Federal do ABC, o ponto determinante do desenvolvimento de sua cidade, foi a construção de Brasília, tendo Uberlândia sido base de distribuição de materiais que vinham pela Estrada de Ferro Mogiana e seguiam de caminhão até a futura capital federal.
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