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Ambiguidades comerciais do Brasil com os Estados Unidos

 Desde as denúncias feitas pelo ex-agente da CIA, Edward Snowden sobre práticas de espionagem americana ao governo brasileiro e à Petrobras, que a visita da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos ficou condicionada a explicações dadas pelo governo estadunidense para que assim não viesse a ser marcada por convenções embusteiras ou meros cumprimentos de formalizações protocolares entre chefes de Estado.

 Tanto por seu histórico de submissão ou em decorrência da consideração periférica da economia brasileira por parte dos Estados Unidos; e mesmo ainda dada a localização geográfica entre os dois países - de onde se tem o maior, no hemisfério norte e o menor no hemisfério sul -, tal condição sempre fez com que absolutamente quase todos os governantes americanos olhassem o Brasil de cima para baixo. 

 A tentação em fazer o mesmo da parte de Barack Obama não deixaria de ser menor, já que se trata de um comportamento peculiar dos governos democratas em nunca encarar o Brasil dentro do que fosse um olhar de igualdade. Nada parecido com o tratamento de presidentes americanos do partido oposicionista [republicano] que com exceção de Jimmy Carter (pertencente ao mesmo partido de Obama), George W. Bush, George Bush e Ronald Reagan, tiveram todos uma relação de profundo respeito para com o Brasil; tanto que o empresariado brasileiro não esconde sua preferência aos presidentes republicanos. 

Para os EUA, a sexta maior economia não deve mais ser ignorada
 Com o cancelamento da viagem da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, as lamentações sobre os possíveis acordos comerciais entre Brasil e Estados Unidos que deixaram de ser homologados e a consequente inviabilização de novas oportunidades de comércio inevitavelmente colocam em cheque, questões prementes indispensáveis à soberania e também sobre a necessidade de uma efetuação mais favorável de negócios para a amenização dos efeitos da crise mundial. Contudo no histórico das relações entre os dois países, não faltam episódios em que ficaram nítidos e pesaram sensivelmente prejuízos do Brasil em relação aos Estados Unidos.

 Na atual conjuntura porém, fica difícil se saber quem perde mais com a decisão da presidente Dilma em se recusar a ir aos Estados Unidos. Aquela que ainda é considerada a maior potência do mundo também tem muito a perder com a recusa do governo brasileiro em não mais atender com solicitude o convite feito durante a visita do vice-presidente estadunidense Joe Biden ao Brasil em maio último. Como mesmo o vice-presidente americano disse, o Brasil não pode mais ser considerado emergente, mencionando isso da seguinte maneira: "Já não podemos nos referir ao Brasil como um país emergente, vocês emergiram e todos perceberam".

 Quem sabe o fato de o Brasil ter sido vítima de espionagem não seja o reflexo disso na prática, quando ficou nítido o interesse dos Estados Unidos na Petrobras?        

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