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Custo benefício da segurança para a indústria automobilística

  Afirmar e reafirmar a preocupação com a segurança dos carros produzidos no Brasil, parece um discurso tentador e fácil para uma imprensa sempre ansiosa por algo que desabone o governo. Não interessa se haverá demissões - com o fim de linhas de produção de automóveis os quais os dispositivos de segurança não são compatíveis a suas 'arcaicas-idades' -, não interessa se os nossos já muito caros veículos comercializados por grandes e médias montadoras (asiáticas no meio), serão encarecidos ainda mais por praticarem as mais altas e absurdas margens de lucro do planeta, à fim de abastecerem suas respectivas matrizes no primeiro mundo carentes de recursos para enfarar a fome por dividendos de seus acionistas.

 No fim, o alvo predileto da grande mídia é sempre o governo; em debates ancorados dentro da mais pura conotação ideológica contrária a toda e qualquer política do governo - que é sempre a de culpa-lo, vilaniza-lo ou enfim, responsabiliza-lo por aquilo que se acredita ser mais uma 'incoerência', se atentar para a eliminação de postos de trabalho, em vez de prezar pela segurança dos brasileiros que fazem uso de seus veículos, parece ser a maior das heresias. 

A imprensa e as saias justas que impõe ao governo: em jogo, o aumento da segurança nos veículos produzidos no Brasil, o emprego de metalúrgicos ameaçado por linhas de montagem desativadas em torno disso, e o encarecimento de um bem que já é relativamente caro em um país de renda média baixa como o Brasil. 
  Lógico, claro e evidente que carros mais seguros com freios ABS e airbags, são primordiais nos dias de hoje; porém o que se deve levar em conta no debate é que tudo no Brasil sempre é mais caro ou também porque toda e qualquer 'nova' tecnologia que se empregue no País, acaba por encarecer ainda mais o que já é caro. 

 Em torno disso surgem os mais manjados discursos sobre o tal 'custo-Brasil', 'carga tributária', 'mão de obra', 'energia', 'infraestrutura'..., que 'encarece' tudo o que é fabricado no Brasil. Como se toda a infraestrutura dependesse apenas do governo para existir ['mas o setor privado precisa de regras claras para investir em infraestrutura', dizem], onde para todos os efeitos unicamente o governo fique com o ônus de todos os fracassos e incompetências ou comodismos do setor privado. 

 Contando com o imputado peso de consciência ao governo, as montadoras agora esperam uma possível prorrogação das desonerações (mais que generosas), das quais se beneficiou, em nome da segurança dos usuários dos veículos produzidos no Brasil pelas distintas montadoras. E a grande mídia, claro, firme e forte ajudando no árduo trabalho de persuasão, fazendo coro em meio à choradeira de nossas 'pobres' montadoras ricas.    

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