Pular para o conteúdo principal

Brincar de governar - uma segunda reflexão

 Mais uma 'chapelada' nos usuários: é o que promete a turma do executivo municipal, a do legislativo e o proprietário da Viação Paraúna - que não dependem de transporte público para se deslocarem de um lugar ao outro - em decorrência de todos eles terem poder aquisitivo suficientes para adquirir um veículo próprio e assim, entupir as estreitas ruas de Rio Verde.

 O executivo engambelou e embromou a opinião pública, afirmando pela televisão - que frequentemente faz locação de espaços à prefeitura, em sua programação local - que o processo licitatório e de concorrência pública da uma nova empresa de transporte coletivo já estaria em 'adiantado' estágio e que dentro em breve, seria anunciada a nova empresa que faria a exploração do serviço na cidade. Ocorre que essa turma anda calada e desde a audiência pública em que foi exposta na nova proposta das linhas a serem oferecidas como solução para o caótico sistema, que nada de novo tem acontecido desde então. A não ser, por alguns micro-ônibus - de propriedade da dita empresa que circula pelas ruas e avenidas da cidade com sua concessão vencida e renovada diversas vezes - em caráter experimental, com um novo combustível 'inédito' no Brasil e 'nunca antes testado em nenhuma outra cidade brasileira': o biodiesel. Logo agora que o tal biodiesel 'saiu de moda', e recentemente preterido pela nova onda do momento do mundo fashion dos novos combustíveis: o diesel 'S 50' (com menor teor de enxofre que o atual, o S 1800).

 Nos tempos em que se fala tanto em 'sustentabilidade', soa um tanto destoante e contraditório se falar em preservar o meio-ambiente com veículos velhos com um tipo de combustível tão obsoleto. Mais destoante ainda, é se falar nessa tal 'sustentabilidade', numa maneira tão demagógica quanto os políticos por aí, que afirmam estar investindo no melhoramento do transporte público, enquanto aqueles que discursam em favor da tal 'sustentabilidade', dificilmente usariam o transporte público urbano e deixariam seus veículos na garagem. Talvez por conta da 'descontrolada criminalidade', ou da 'falta de segurança'. Mas que tipo se segurança? Se temos casas penduradas na beira de córregos onde nossas crianças se arriscam a serem levadas pela enxurrada? Ou mesmo daquela sobre o estado de conservação dos ônibus do transporte urbano?!

 Essa imprensinha paroquiana que temos e que vive dos impostos do cidadão rio-verdense, precisa se posicionar e deixar claro, sobre o lado de quem realmente ela está. Se do lado dos poderosos que a sustentam ou do lado do povo que precisa de um apoio, principalmente moral, para continuar vivendo numa cidade cujo o custo de vida não para de aumentar e a renda fica estagnada. Aliás os meios de comunicação eletrônicos e que dependem também de concessão pública para funcionarem, precisam acima de tudo, terem a consciência de que eles (os meios de comunicação), não são donos do espectro eletromagnético, por onde se transmite os sinais de rádio e televisão, mas apenas concessionários de um bem público. Portanto acima de tudo, por mais que tenham natureza comercial, esses veículos de comunicação precisam debater meios e propor ideias sobre melhorias e democratização do transporte público, em vez de ficarem somente falando da 'criminalidade', como válvula de escape ou objeto de fuga, quanto à problemas mais essenciais a serem solucionados.

 Dessa forma a 'chapelada' se constitui como algo agravado por conta de uma omissão total, não só dos poderes públicos, como também das constantes negativas de chancela e endosso por parte de nossa imprensa que gosta mesmo é falar dos bandidos e que em nada protege a população dessa orquestrada omissão desses poderes.

 Em relação ao novo sistema de transporte urbano, o projeto prevê que a principal avenida de Rio Verde: a Presidente Vargas, se torne um corredor de ônibus ou um eixo, onde circularia veículos de grande porte, enquanto as linhas alimentadoras seriam atendidas por micro-ônibus, mas o fato é que o mandato está terminando e as medidas a serem tomadas parecem truncadas ou aplicadas em doses homeopáticas de morfina, para dopar a população com muita propaganda e pouca ação - com o auxílio da imprensa, é claro - visando que tudo passe despercebido em brancas nuvens até a posse do possível reeleito no dia 1º de janeiro de 2013. 

  

  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Rio Verde moderna

 Dando seqüência ao último post, em comemoração ao aniversário de 164 anos de Rio Verde, no próximo dia 05 de agosto, vamos iniciar de onde paramos: a década de 1960, quando relatei que a cidade enfim, inebriava-se num breve período onde a dupla Mauro Borges (governador do Estado) e Paulo Campos (prefeito), inaugurava uma fase onde o centro de Rio Verde passava por sua modernização.   Ruas de terra ou calçadas com paralelepípedo em basalto davam lugar ao asfalto. O paralelepípedo teve uma outra destinação, e foi usado como guias de sarjetas das novas ruas recém-pavimentadas.  Os postes que sustentavam a rede de energia elétrica de aroeira, deram lugar a modernos postes de concreto e uma iluminação pública mais potente ganhava as ruas da cidade. Tudo da energia provida de Cachoeira Dourada.  Conta-se que a primeira rua a ser pavimentada foi a Rua João Belo, (atualmente, Rua São Sebastião no centro antigo de Rio Verde). E o asfalto ficou tão bom, que a necessidade de recapeamen

Um nome estranho; um bairro que nasceu para ser "setor"

Para quem já se 'cansou' de ler sobre a história do nosso município que nesse finalzinho de agosto -celebra seu mês de aniversário-, deve portanto saber, que a chamada "arrancada para o desenvolvimento" de Rio Verde, se deu a partir dos anos 1970.  O certo, é que a cidade seguiu o ritmo do tal "milagre econômico" dos governos militares daquela época. Mas sem dúvida, o que foi determinante em tudo isso, se deu com a fundação da Comigo, no ano de 1975.  Desde o final da década até o início dos anos 1980 porém, a expansão urbana de Rio Verde também sofreu um elevado aumento, sendo que essa situação provocou o surgimento de bairros cuja a única infraestrutura disponível, se deu somente na abertura de ruas e o traçado das quadras.  A especulação imobiliária por parte dos herdeiros de propriedades antes rurais, que margeavam os limites urbanos da cidade, abriu espaço para bairros onde atualmente se verifica sobretudo, a apertura das ruas, em que muitas delas nã

Globalismo Vs nacionalismo e o futuro da humanidade

O mundo sempre viveu conflitos entre interesses privados e coletivos; mas apesar de ser um termo novo o globalismo por sua vez, teve papel preponderante nisso, logicamente adaptado aos contextos de suas épocas.  Antes, na antiguidade, as primeiras civilizações já eram globais e dominavam outras, pela força. Não que hoje os métodos de dominação tenham mudado, porém para isso, se tornaram mais sutis, e não menos violentos.  Desse modo, a sensação de violência sofrida é que pode demorar algum tempo para ser sentida; o que não ocorre de maneira uniforme por todas as populações subjugadas.  Sem falar na corrupção, a maior aliada dos dominadores contra os subjugados. Assim, pessoas do lado dos oprimidos, se veem partidárias de seus opressores, em nome de possíveis vantagens pessoais adquiridas. Alexandre, o primeiro grande conquistador, certamente de modo involuntário, foi o primeiro a difundir o globalismo, através de seus exércitos. Porém, conforme diz sua história, ele teria chorado por n