Pular para o conteúdo principal

FMI: 'Brasil voltará a ser 7ª maior economia'

 O Fundo Monetário Internacional divulgou as projeções para a atividade econômica mundial e dentre essas projeções, tem destaque especial o Brasil que deve crescer algo em torno - segundo o FMI - entre 3% este ano, com destaque para a recuperação da indústria no decorrer do período.

  Um dado meio simplório em termos de precificação das economias, dado pelo câmbio, onde há cenários de valorização da Libra esterlina e de manutenção da cotação do Real em relação ao Dólar. Caso o cenário atual se confirme até o fim do ano, aí sim, possivelmente o Brasil cederia o espaço que um dia havia pertencido ao Reino Unido, de 6ª maior economia do mundo. 

  Mas sexta ou sétima, qual é a diferença para a população do país que não sabe o que é, uma política de 'Estado de Bem-estar Social'?

 Para o Prêmio Nobel de Economia Paul Krugman, houve alguns avanços sociais nos países latino-americanos, por conta de um certo distanciamento do acordo neoliberal conhecido como 'Consenso de Washington' que previam dez regras básicas que visassem promover ajustes macroeconômicos de países em desenvolvimento que passavam por dificuldades. São elas:


  • Disciplina fiscal
  • Redução dos gastos públicos
  • Reforma tributária
  • Juros de mercado
  • Câmbio de mercado
  • Abertura comercial
  • Investimento estrangeiro direto, com eliminação de restrições
  • Privatização das estatais
  • Desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e trabalhistas)
  • Direito à propriedade intelectual    

 Todas essas medidas adotadas religiosamente pelos governos disciplinados da América Latina de então, se configuraram como totalmente desastrosos do ponto vista social e que praticamente não surtiram efeito algum, sobre o desenvolvimento dessas economias. 

 Para Krugman - liberal de carteirinha e cético por obstinação ideológica - aquilo que era tido como inconciliável (liberdade de mercado e distribuição de renda), e que parece ser algo inédito nas Ciência Econômicas do início do século XXI, tem demonstrado uma eficiência nunca antes observadas. E acreditem, ele reconhece que a tendência para governos de esquerda na região, contribuíram para isso. Certamente um fato curioso e que serve de exemplo até, para a Europa - que fez exatamente o contrário - quando se percebe formas criativas de governo na condução de suas políticas econômicas às quais estão propiciando melhor qualidade de vida das populações latino-americanas.


 Mas o grande desafio mesmo é manter um ritmo de crescimento de nossa economia acima de 5% ao ano, para que o mais depressa possível - coisa de uma década, quem sabe - conseguíssemos que nosso PIB Per-capita, atingisse os $40 mil dólares, da realidade britânica de hoje, enquanto o Brasil que ultrapassou o Reino Unido o ano passado, e se tornou a sexta maior economia do mundo, tem um produto por habitante de no máximo $13 mil dólares. Isto é, a economia avança para o Primeiro Mundo, enquanto o povo permanece estacionado no Terceiro. 

 Em seu artigo 'Devolvendo o Gini à garrafa', Paul Krugman, termina seu texto mencionando o fato da aplaudida previdência privada chilena, não ser tão ovacionada assim, por quem de fato depende dela. E ainda diz: "Bem, talvez nossos vizinhos do sul tenham uma lição diferente a nos ensinar".

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Um nome estranho; um bairro que nasceu para ser "setor"

Para quem já se 'cansou' de ler sobre a história do nosso município que nesse finalzinho de agosto -celebra seu mês de aniversário-, deve portanto saber, que a chamada "arrancada para o desenvolvimento" de Rio Verde, se deu a partir dos anos 1970.  O certo, é que a cidade seguiu o ritmo do tal "milagre econômico" dos governos militares daquela época. Mas sem dúvida, o que foi determinante em tudo isso, se deu com a fundação da Comigo, no ano de 1975.  Desde o final da década até o início dos anos 1980 porém, a expansão urbana de Rio Verde também sofreu um elevado aumento, sendo que essa situação provocou o surgimento de bairros cuja a única infraestrutura disponível, se deu somente na abertura de ruas e o traçado das quadras.  A especulação imobiliária por parte dos herdeiros de propriedades antes rurais, que margeavam os limites urbanos da cidade, abriu espaço para bairros onde atualmente se verifica sobretudo, a apertura das ruas, em que muitas delas nã...

Captação do rio Verdinho ou esperar a seca

 Há aproximadamente 18 anos, fala-se em um projeto para se captar água do rio Verdinho (curso d'água que cruza o município, mas que fica distante do perímetro urbano, cerca de 16 Km). E o problema é exatamente esse: não há sequer um projeto, tudo não passa apenas de um discurso político que atravessou mandatos e os anos.  Agora com a crise hídrica que atinge sobretudo o estado e a cidade de São Paulo, mas que também ronda a capital goiana e que não é uma probabilidade tão remota assim, de vir a acontecer também em Rio Verde, a proposta novamente ganha o ar da graça dos políticos locais.  A cidade atualmente é abastecida unicamente pelo ribeirão Abóboras, contudo, cerca de 50% de sua vazão é captada pela unidade industrial da BRF, que possui sua planta industrial instalada há aproximadamente 15 anos no município. Por conta disso, o abastecimento de água na cidade ficou comprometido, já que só metade do que o ribeirão pode oferecer é disponibilizado para a cidade....

Rio Verde moderna

 Dando seqüência ao último post, em comemoração ao aniversário de 164 anos de Rio Verde, no próximo dia 05 de agosto, vamos iniciar de onde paramos: a década de 1960, quando relatei que a cidade enfim, inebriava-se num breve período onde a dupla Mauro Borges (governador do Estado) e Paulo Campos (prefeito), inaugurava uma fase onde o centro de Rio Verde passava por sua modernização.   Ruas de terra ou calçadas com paralelepípedo em basalto davam lugar ao asfalto. O paralelepípedo teve uma outra destinação, e foi usado como guias de sarjetas das novas ruas recém-pavimentadas.  Os postes que sustentavam a rede de energia elétrica de aroeira, deram lugar a modernos postes de concreto e uma iluminação pública mais potente ganhava as ruas da cidade. Tudo da energia provida de Cachoeira Dourada.  Conta-se que a primeira rua a ser pavimentada foi a Rua João Belo, (atualmente, Rua São Sebastião no centro antigo de Rio Verde). E o asfalto ficou tão bom, que a n...