Durante um simpósio sobre pedofilia, na Universidade Gregoriana de Roma, o prefeito da Congressão para Doutrina da Fé, Willian Levada, admitiu que nos últimos dez anos, houve cerca de quatro mil denúncias à padres por pedofilia. E ainda salientou que a resposta da Igreja foi "inadequada" durante todos esses anos.
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,vaticano-reconhece-4-mil-casos-de-pedofilia-e-admite-resposta-inadequada,832213,0.htm
A nova visão da Igreja Católica, neste papado, em assumir a mazelas da instituição e por, freios - dados pelo Sumo Pontífice à setores considerados, radicais da extrema direita, como o OPUS DEI e a RCC (Renovação Carismática Católica) - parecem não terem a conotação desejada à altura dos moralistas ateus, que pregam o laicismo como alternativa de um mundo melhor. Enquanto já em 1985, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), divulgou documento, através de sua ala progressista, referente à TFP (Tradição, Família e Propriedade) em que diz:
"É notória a falta de comunhão da TFP com a Igreja no Brasil, sua Hierarquia e com o Santo Padre. O seu caráter esotérico, o fanatismo religioso, o culto prestado à personalidade de seu chefe e progenitora, a utilização abusiva do nome de Maria Santíssima, conforme notícias veiculadas, não podem de forma alguma merecer a aprovação da Igreja. Lamentamos os inconvenientes decorrentes de uma sociedade civil que se manifesta como entidade religiosa católica, sem ligação com os legítimos pastores. Sendo assim, os Bispos do Brasil exortam os católicos a não se inscreverem na TFP e não colaborarem com ela".
(Itaici, 18 de abril de 1985 Bispos do Brasil Reunidos na 23ª Assembleia Nacional da CNBB).
Para figuras ou movimentos que usam o nome da Igreja Católica buscando uma identidade de suas causas patrimonialistas e conservadoras aos seus interesses nesse meio, tem perdido espaço. E para aqueles de tendência oposicionista à Católica, vêem nesses meios auspiciosos ou alvissareiros, formas de denegrir a imagem da Igreja por esse intermédio.
A necessidade de uma resposta do clero Católico, surge mais pela manutenção da legitimidade do Evangelho, do que propriamente em nome da instituição, dado ao crescente número de ateus, que assim o fazem, alegando que nem o meio Católico ou Protestante, dispõem mais dessa legitimidade, refletindo-se na própria mensagem libertadora do Evangelho de Jesus Cristo, claramente distorcida por maus pregadores católicos ou protestantes, numa mensagem de controle de massas, através de uma pseudo ameaça de Deus.
Tanto na Europa do Welfare state, quanto no Brasil em franco crescimento econômico, as religiões de maneira geral têm perdido sua significância e isso se deve à um lento e gradual processo de desmistificação de dogmas ou de constantes tentativas, dado por vários motivos, a mostrar a verdadeira face das religiões e ações de seus membros no decorrer da história. Como se isso fosse melhorar a vida das pessoas vítimas de abusos de todas as ordens, tanto do ponto de vista moral/sexual, quanto ético/financeiro.
A realidade nua e crua de tudo isso, se dá muito mais por aqueles que de certa forma se sentem incomodados pelas religiões que constantemente denunciam a tirania de um mundo cada vez mais individualista, materialista e de auto-suficiência e que dessa forma desejam se infiltrar também nos meios religiosos através de grupos elitistas e conservadores buscando a atenuação da tendência libertária proposta por Jesus nos Evangelhos. Cabe aos líderes religiosos o dircenimento das reais intenções de seus membros.
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