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Por que só a indústria demite?

 O Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou hoje o índice de desemprego para o mês de outubro, que ficou em 4,7%. Um dos mais baixos para o período desde 2002. Portanto muito próximo do que indica os especialistas do conceito conhecido como: "pleno emprego".

 Por que então só a indústria demite? Por que a indústria teima em continuar numa crise da qual somente ela pode sair e que para isso, precisa manifestar o desejo de sair dessa crise!? 

 E o essencial nessa reflexão: em qual contexto se insere o conceito de indústria? A indústria que demite é a indústria brasileira de uma forma geral, ou apenas a indústria paulista?

 Esse raciocínio é importante para identificarmos o que há de verdade em torno dos argumentos usados para se justificar o fracasso apontado por alguns, que explica a decadência de nossa indústria. 

 Antes é preciso se entender o fenômeno da industrialização brasileira, já que desde a gênese do processo industrial no Brasil, o objetivo nunca foi o de competir com produtos feitos em outros países. 

 O foco da política de industrialização brasileira alegado, tanto por governos e pela elite produtiva privada - à qual sempre foi amplamente atendida pelos seguidos governos brasileiros -, era o da "substituição de importações".

 Portanto como o objetivo da indústria nacional sempre foi atender especificamente ao mercado doméstico brasileiro, aconteceu uma acomodação natural por a mesma ter décadas de um mercado inteiro garantido só para ela.

 Os problemas para a indústria brasileira começaram desde que o presidente Collor, atendendo a determinações do Consenso de Washington, resolveu abrir o mercado brasileiro para produtos importados. 

 O argumento era de que com a abertura aos importados, esse seria um fator que estimularia a competitividade de nossa indústria. 

 Passados quase 25 anos, a indústria nacional pouco se sofisticou e a partir da chamada "invasão dos produtos chineses", a situação se agravou fortemente.

 A grande lição - não aprendida por nossos industriais -, é de que se não se compete ou se busca a competição por meio da inovação, até mercados consolidados podem vir a ser perdidos pela concorrência externa. 

 Esse é o resultado do comodismo da indústria brasileira e para isso, nada como se usar os velhos clichês de sempre: "o governo isso, o governo aquilo", "a burocracia e a elevada carga de impostos", "as incertezas da política econômica do governo" e claro: "as leis trabalhistas".

 Eis os ingredientes que explicam, mas não justificam o crescente desemprego no setor com pior desempenho na economia brasileira. 

 Porém algo curioso acontece na indústria. Os lucros do setor parecem intactos. Ou em muitos casos, se foram reduzidos parecem ter seus impactos minimizados, já que nenhuma grande indústria fechou suas portas.  

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