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Talk show de esquerda

 O que dizer sobre os últimos posicionamentos dos quais poderíamos enumerar como no mínimo contraditórios da parte de Jô Soares?

 O número 1 dos talk shows brasileiros, que há quase três décadas ficou conhecido por seu bordão: "beijo do gordo" - inicialmente no SBT (e mesmo antes disso com o humorístico na Globo "Viva o Gordo") -, parece que resolveu também brindar com o ósculo da amizade, aquilo o que muitos classificariam como que uma guinada à esquerda de sua parte.

 Apesar de ainda fazer piadas com o escândalo da Petrobras, Jô Soares tem mantido posições firmes, quando o assunto fica sério. 

 Sua última interjeição, foi quando ao iniciar um comentário sobre a atuação do deputado Jair Bolsonaro em relação à deputada Maria do Rosário, foi interrompido por um rapaz da platéia que fez um louvor público ao nome de Bolsonaro. Jô quis saber de quem partia tal iniciativa e o mesmo logo se manifestou. 

 "Eu já ouvi muitas bobagens na minha vida, mas essa supera a do Bolsonaro", rebateu Jô ao rapaz, que constrangido ainda o aplaudiu. 

 Contudo se essa foi a mais recente cartada (ou cortada), anti-reacionária de Jô manifestada em seu programa, ao que parece, com certeza não será a última. 

 Mesmo porque, não é a primeira vez desde que se recuperou de uma infecção pulmonar - que o manteve cerca de vinte dias internado no Hospital Sírio-Libanês, até receber alta em 15 de agosto último -, que tem feito manifestações de defesa anti-golpista. 

 Desde esse acontecimento portanto (mais o ainda recente agravante da morte de seu filho), Jô tem se mostrado mais sensato nas opiniões que emite sobre política. Teria a ocorrência desses fatos em sua vida particular, alguma influência em seu comportamento?

 Porém há outro fator que pode explicar parte da ligeira tendência esquerdista de Jô Soares: o fator concorrência. Outros programas do gênero, exibido nas concorrentes da Globo, na mesma faixa de horário, têm se mostrado mais reacionários ou um tanto mais neutros (para não dizer, superficiais, nas críticas que os demais apresentadores fazem sem muito compromisso ético, nisso), quando o assunto passa a ser política nacional.


Depois de Obama reatar relações  diplomáticas com Cuba,  Jô Soares  agora se
sente mais à vontade para manifestar sua posição anti-reacionária na TV brasi-
leira.

 Jô estaria tentando passar uma imagem totalmente inversa à de seu principal concorrente e que já por diversas oportunidades liderou a audiência no horário, Danilo Gentili.

 O jeitão irresponsável do rapaz (e por sinal, golpista), pode ser - senão a principal -, uma das mais importantes razões para Jô tentar conquistar ou manter fiel, uma faixa de público que se opõe a recursos antidemocráticos defendidos abertamente por gente como Gentili, em irreverentes programas de entrevista, dos inícios de madrugadas.

 Certamente esta pode ser a maior razão para Jô Soares - em nome do bom senso -, se comportar como um verdadeiro alienígena em meio ao senso comum predominante da grande mídia corporativa a que pertence; e que para mostrar "imparcialidade", entende que deve sempre se manter contrária ao governo.    

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