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As despesas da rainha só aumentam e a Economist se cala

 Tão preocupada com a situação econômica de outros países - sugerindo até mesmo a demissão de ministros e ainda, a medição sobre o que seria o nível de democracia dentre os países -, quando o assunto é opinar sobre a situação econômica do próprio Reino Unido, a revista britânica The Economist, se cala. 

 Foi o que se pôde perceber quando em meio à sua frágil situação econômica, o parlamento britânico aprovou um reajuste de 20% sobre a remuneração da rainha Elizabeth II. A verba de custeio destinada à monarquia no Reino Unido que até então era de £ 30 mi (30 milhões de libras), passa agora a ser de £ 36,1 mi (36,1 milhões de libras), cerca de R$ 110 milhões.

Além de ter a própria cara em cédulas de libra esterlina, a rainha agora quer mais dinheiro para suas despesas pessoais
 O mais interessante foi que a decisão de reforço de caixa para a monarquia acontece um dia depois de o governo britânico realizar novos cortes em benefícios sociais pagos para famílias de baixa renda na Grã Bretanha, sob pretexto de novas medidas de austeridade justificadas pela crise.

 Como se sabe, boa parte da crise do Primeiro Mundo se deve aos elevados gastos com campanhas bélicas em torno da neura com o terrorismo que assolou a década de 2000. Agora todas as medidas de austeridade são exclusivamente e exaustivamente defendidas pelo "bem" da economia do país - que desde a década de 90, vem apresentando baixas taxas de crescimento. Já em relação ao 'estado de bem estar' da monarquia, esse além de parecer imexível - do ponto de vista do corte de gastos -, reflete um certo desrespeito para com os contribuintes que antes recebiam ajuda do governo e que agora terão de abrir mão disso, pelo bem estar único e exclusivo da rainha.  

 Embora não tenha havido o anúncio sobre como a verba extra será usada, despesas como a reforma do Palácio de Windsor não estariam descartadas. A justificativa para o aumento do repasse de verbas do governo para a monarquia, seria por causa dos lucros obtidos com as receitas provenientes do turismo e outras atividades ligadas às propriedades da coroa. 

 De todo modo, o que fica claro é a de que a revista The Economist se mostra muito mais atenciosa quando mete o bedelho em economias e democracias alheias. Já em relação à condução do rito democrático e de gestão orçamentária do seu próprio quintal, não se manifesta tão atenta assim. Pelo visto o que existe na verdade, é a defesa da tese da infalibilidade das democracias ditas maduras, em relação à outras que se mostram tão incipientes quanto a nossa.

 Certamente essas coisas acontecem por lá, por conta do que seria a doença 'brasileira da memória curta' em vista de acontecimentos com forte teor histórico. Afinal desde a Revolução Gloriosa e a tentativa de explosão do Parlamento inglês por Guy Fawkes, alguns séculos se passaram. Vai ver eles se esqueceram desses fatos. Ou ainda sobre acontecimentos que se deram em torno de sua maior rival durante o século XVIII - a França -, quando um de seus últimos monarcas, literalmente perdeu a cabeça por conta de seus elevados gastos militares (e vejam só com quem: os Estados Unidos nas guerra pela independência contra a Inglaterra inspirada em ideologias de forte teor iluminista) e também da gastança exacerbada das extravagâncias da rainha Maria Antonieta. 

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