Irmã Dulce foi canonizada com o título de "Santa Dulce dos Pobres" em um evento onde a intolerância com os pobres é cada vez mais visível entre os católicos. Com isso a proliferação de santos banalizou o conceito de santidade, apesar da merecida homenagem e embora figuras como Irmã Dulce só sejam usadas como ícones de uma fé morta.
A canonização ocorre em um país que cada vez mais usa a ideologia conservadora ultradireitista contra o que chamam "socialismo" para oprimir e esmagar os pobres, o que por sua vez, estimula o surgimento de novas "irmãs Dulces" que enfrentam preconceitos, humilhações, e provações das formas mais duras possíveis, para que depois de alguns anos de sua morte seja vista como santa.
Santidade assim, só contrasta com a maldade peculiar da sociedade insensível que se aproveita de uma massa pobre para dominar todo um grupo. Banalizar a santidade, é homenagear santos com títulos canônicos e permitir que as mesmas injustiças que fizeram tantos mártires, se perpetuem. Não há como acreditar ser natural, algo que o próprio Cristo criticou.
No Evangelho de Lucas 11:47, Jesus menciona o fato daqueles que construíam túmulos para os profetas, quando todos foram assassinados pelos antepassados dos mesmos os quais lhes prestavam homenagens. A canonização de figuras da Igreja, não passa de nada muito semelhante à isto. Os insultos, as humilhações e os aviltamentos sofridos em vida por Irmã Dulce, demonstram tais práticas incessantes.
Santa Dulce dos Pobres, rogai por nós contra as hipocrisias humanas. |
É preciso fazer a sociedade se tornar mais cristã, na verdadeira essência do termo, pois somente assim, haveremos de evitar que novos santos sejam alçados aos altares depois de tanto sofrerem em meio a práticas vis de uma civilização à qual pratica barbáries e mesmo assim, se diz "civilizada". Canonizações só testemunham o quanto a maldade humana pode ser cruel com pessoas inocentes. Assim como também Jesus o disse aos fariseus.
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