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Sujos sobre mal lavados

 A sociedade brasileira adotou o método de desvirtuar reputações, seja pelo mero prazer sádico que essa prática proporciona ao se perceber os danos causados a uma pessoa que sofre os efeitos nocivos da desmoralização pública, ou ainda, por fatores motivados por mera inveja. Estas também são ações de criminalização de inocentes.

 Com isso o hábito informal de se acusar pessoas, sem necessariamente haver o sentimento que motive o uso de provas, tem sido uma constante no comportamento humano da civilização que aprendeu defender seus interesses, apenas atacando a reputação de outras pessoas. Esse é um conceito recorrente de criminosos ricos para apagar rastros de crimes.

  Porém o agravante de que o discurso dos ricos costuma ser bem convincente para pobres ávidos por se darem bem, às custas daqueles vistos como alvos morais a serem atacados, toda uma sociedade acaba aderindo à causa corrupta, sem saber ou se importar ao certo, sobre as verdadeiras razões para tanto esforço pela desonra de quem vive a antipatia pública.

 Inveja e aversão à postura independente de pessoas que caem na besteira de acreditar que o Brasil se trate de uma democracia liberal, ainda que tenha todo o seu histórico embasado no autoritarismo, no despotismo e nos regimes de exceção totalitários tirânicos, o culto à personalidade de indivíduos políticos sem a mínima dotação de tolerância os faz admirados.

 Justamente por ser amado por seu público (por aqueles que se sentem representados em sua estultice e covardia), que os infames, os detratores e os difamadores acusam sem precisar de provas, apenas porque se sentem ameaçados, somente pelo fato de serem criminosos (condenados), e para isso precisam acusar aqueles que jamais chegaram perto da corrupção.

 O que faz dessas pessoas respeitadas? Por que mesmo que todos conheçam e saibam de seus crimes, ainda apoiam suas causas?

 Como uma sociedade espera sustentar o discurso da ética, da moralidade e da probidade, se dá ouvidos a corruptos, votam e elegem mentirosos, além de apoia-los colaborando para com seus caprichos pessoais, apenas porque são "ricos" e "poderosos"? O comportamento de veneração ao dinheiro, motiva pessoas ambiciosas nessa colaboração.

 Afinal a desgraça de uns, representa a glória de outros e a razão ou a legitimidade daqueles vistos como vulneráveis na situação, pouco parece importar. São conjunturas que se apresentam como genuínas de sociedades corruptas onde tirar vantagem parece ser a tônica que norteia nossa civilização nacional. Sem o amparo da lei essas práticas reinam. 

 Uma situação que a bem da verdade, não está completamente fora da jurisdição da lei, mas nesse caso, depende de toda uma forte reunião de provas da parte prejudicada contra seus algozes (criminosos já condenados pela justiça, mas respeitados na sociedade), e como isso depende de farta colaboração que apenas uma das partes tem, dadas as razões de cada um.


No Brasil, a mesma sociedade que protesta contra a corrupção, é a primeira a colaborar com ela. Primeiro duvidando das instituições que ela mesma não sabe fiscalizar, depois apoiando criminosos que as próprias instituições que critica mantêm soltos, e os quais denigrem a imagem de pessoas inocentes (foto: divulgação internet). 

 A dúvida na democracia, na Justiça e nas instituições, motiva pessoas comuns a cooperarem com gangsteres profissionais condenados, embora se mantenham soltos por pagarem bons advogados e possuírem boas relações com autoridades que garantam a liberdade aqueles comprovadamente criminosos, mas que denigrem a imagem de outros, jamais indiciados.

 E é justamente o descrédito público na democracia liberal que possibilita a tiranos serem alçados democraticamente por sufrágio popular ao poder máximo nacional, e que criminosos condenados pela Justiça, continuem denegrindo a imagem de inocentes, apenas para que o status quo e o establishment sejam mantidos. Fazendo uso inclusive, do mesmo aparato de Estado o qual deveria mantê-los presos, em vez de respeita-los e até homenageá-los.           

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