De uns tempos para cá, a pieguice de formadores de opinião da grande e também da média imprensa interiorana que mimetiza veículos de comunicação nacionais, sobre a reforma da previdência, se faz pior que programas de TV exibidos aos domingos, que falam de reencontros melosos de pessoas pobres e seus parentes distantes.
A moda agora é apelar para o sentimentalismo barato falando sobre a necessidade de se combater privilégios para tornar a previdência mais justa e dessa forma, temos um discurso ainda mais demagógico da parte da imprensa, que o de políticos que discutem a matéria no Congresso Nacional. Nada poderia ser mais patético que a piedade leviana com os pobres.
Tudo porque esse discurso de afetação supostamente favorável aos menos favorecidos, nada mais serve como mote em favor de uma reforma à qual torna o sistema previdenciário ainda mais injusto do que já é e ainda promete fazer patrões se livrarem de terem de contribuir pela aposentadoria de seus funcionários com o sistema de capitalização proposto.
Tudo porque esse discurso de afetação supostamente favorável aos menos favorecidos, nada mais serve como mote em favor de uma reforma à qual torna o sistema previdenciário ainda mais injusto do que já é e ainda promete fazer patrões se livrarem de terem de contribuir pela aposentadoria de seus funcionários com o sistema de capitalização proposto.
Quando a preocupação alegada está em reduzir o déficit da previdência, abrir mão de receitas apenas para que os patrões não se vejam na obrigação de auxiliar na aposentadoria de seus empregados, indica claramente a contradição e a incoerência do discurso o qual carrega, quanto mais na indisposição de contratar idosos forçados a continuar trabalhando.
Se por um lado, acredita-se que é razoável aumentar o tempo de contribuição por se entender que nossos idosos estivessem mais saudáveis e dispostos, o mercado laboral não vê dessa forma, e descarta homens acima dos 55 anos, entendendo que além de suas baixas qualificações, não dispõem mais do vigor, da agilidade e da força para trabalhos rústicos.
E em meio ao destrambelhamento do governo na condução da reforma, deputados e senadores elaboram à contragosto do ministro da Economia, Paulo Guedes, um projeto de previdência menos agressivo do ponto de vista social e lógico, um tanto mais condescendente para com os privilégios do alto escalão de Estado, dentre os institutos de governo.
A tendência com isso, é a proeminência de uma reforma previdenciária surgida de modo espontâneo das bases congressistas do parlamento brasileiro, com quase nenhuma participação do governo nela, podendo se entender daí, a tranquilidade do mercado de capitais em relação à "usina de crises" do governo, conforme disse Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O presidente da Câmara dos Deputados, parece estar tomando a dianteira ao acalmar os mercados em relação à reforma e vem dando aulas de comportamento institucional ao governo, no sentido também de apaziguar ânimos exaltados em torno de declarações populistas providas de atores do Poder Executivo, ou do próprio presidente da República.
Assim a condução da reforma previdenciária, adquire contornos que estariam se dando de modo automático, de acordo com os trâmites naturais da Constituição, à qual norteia os caminhos institucionais seguidos; algo possível de se considerar como positivo, onde instituições de personalidade própria, atuam acima do personalismo de governos populistas.
Mas o populismo infelizmente, não é próprio apenas da natureza política; e no ambiente de imprensa, acabou-se adotando o mesmo modus operandi; agradar plateias, adular os pobres e com isso, persuadindo corações e mentes populares, a aceitarem a reforma proposta pelos bancos como única, irreversível e inescapável, personifica assim, a desonestidade midiática.
Em outro assunto não menos grave, atores da imprensa ou protagonistas do mercado de capitais "infiltrados" na imprensa, esboçam falsas preocupações também com os pobres que necessitam sempre, recorrer ao limite do cheque especial que cobra juros anuais próximos de 280%; tudo numa abordagem onde de novo, os pobres são culpados por perderem renda.
E dentro desse ângulo de visão, além da falsa piedade, se esconde em outros casos, a sátira a aqueles que complementam a renda perdida com a estagnação econômica desde 2014, através do caro subsídio bancário usado; além do risco de não conseguirem pagar e se ter mais gente negativada, sem poder comprar, atravancando ainda mais a economia brasileira.
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