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O mundo de sonho, fantasia e devaneio populista do PT

 Desde o surgimento do Partido dos Trabalhadores o maior engano da sigla, foi acreditar que aos 22 anos de sua vida partidária, pudesse, uma vez conquistado o poder, acreditar que depois do País passar por toda sua história política, sendo administrado por governos amplamente plutocráticos e conservadores, que seria possível se implantar um modelo de gestão pública, amparada na socialdemocracia. 

 E uma vez no poder, o partido seguiu errando em acreditar que era possível se tratorar o fato de que com a direita fora do governo, seria possível conduzir o País para um universo de democracia social, como nas mais evoluídas realidades nórdicas europeias. As conquistas sociais até que vieram, e muito mais expressivas do que se esperava. Porém isso não agradou às faixas superiores de renda nacionais. 

 Políticas públicas que deram certo mais a honestidade intelectual petista onde se acreditava que a população envolta por um sentimento de gratidão, reconheceria os méritos do partido no governo por ela mesma - sem um trabalho mais aprimorado da comunicação que fizesse frente à contrainformação, tanto da internet, quanto da mídia -, esbarraram no velho conceito de individualismo meritocrático construído em décadas de manipulação do senso comum.   

 Embora sempre houvesse o temor de que medidas antipopulares (e antielitistas), tomadas por governos anteriores pudessem acontecer, e mesmo com seguidos desmentidos a olhos vistos - na prática -, o Brasil hoje vive uma 'crise de confiança'. O mercado de capitais não confia no governo brasileiro, o setor produtivo não confia, a mídia não confia e até a esquerda também deixou de confiar nele.

 Mas esse não é apenas um estigma conceitual meramente anti-petista. Basta compararmos o Brasil do Plano Cruzado de 1986 com a Venezuela de hoje. A crise brasileira de desabastecimento verificada naquele ano, nada mais foi que uma forma de boicote e sabotagem do setor produtivo, insatisfeito com o congelamento de preços. O impeachment de Collor?! Uma singela forma de 'demonstração de carinho', da parte de uma elite que se viu tolhida em seu direito de movimentar seu próprio dinheiro. 

 Agora até o próprio PT quer que o governo da presidente Dilma Rousseff tome um posicionamento frente ao que o partido acredita ser, propostas de superação ao ajuste fiscal. Tudo por medo de que Lula não venha a se eleger em 2018. E isso pelo fato de o PT também não esboçar uma confiança tão grande quanto tinha antes, em relação a Dilma. 

 Dentre as principais proposta do partido do governo (ao governo), é a adoção de uma pauta de reforma tributária sobre o imposto de renda, numa faixa que seria de 5% a 40% e também a cobrança do imposto sobre fortunas, mais o 'IPVA' para embarcações, helicópteros e jatinhos de luxo particulares. E ainda, a cobrança de um imposto de renda sobre lucros, dividendos e remessas para matrizes, de multinacionais instaladas no Brasil ao exterior.

 Contudo há uma ideia que pode até agradar aos bancos: é a venda da dívida ativa com desconto para as instituições financeiras, onde as mesmas executariam a cobrança junto aos devedores, hoje de propriedade do fisco. 

 Mas será que se o PT se entrincheirar ainda mais à esquerda, o partido terá mais chances de eleger Lula em 2018? Com certeza, se fizer isso, o PT estará alimentando ainda mais o ódio da elite econômica conservadora dominante, contra seu principal candidato. 

 A radicalização pouco ajudaria agora e soa como propostas tardias e desesperadas, uma vez que o histórico de atuação do próprio PT no governo Lula, foi a de uma postura muito branda em relação à pautas mais progressistas do ponto de vista socialdemocrata, onde muito pouco se avançou na condução de reformas consistentes que dessem ao Brasil de hoje, mais proteção contra a atual crise vivida.

 Convencer o governo da necessidade de se discutir isso, pode até ser fácil; difícil será convencer deputados e senadores ricos, empresários, latifundiários, sonegadores e fisiologistas a aprovarem essas medidas contra eles mesmos. Assim como sempre foi, convencer os pobres a não elegerem candidatos ricos para o Congresso Nacional.     

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