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Choramingos do agronegócio

 Destaque na imprensa nacional, as declarações do ministro da Fazenda Joaquim Levy repercutiram muito mais fora de Goiás do que propriamente aqui, onde ele de fato as fez. O ministro prometeu um incremento entre 20 e 25% no crédito rural. Já para Kátia Abreu da Agricultura, a promessa é que muito dentro em breve o Seguro Rural estará próximo de uma configuração, por meio da edição de uma Medida Provisória orçada em R$ 300 milhões. Uma determinação da própria presidente Dilma, segundo Kátia, para que fosse reservado esse montante no orçamento federal deste ano.

 
Foto: jornal O Globo
Ministros Joaquim Levy e Kátia Abreu, estiveram presentes na cerimônia de
de abertura da Tecnoshow 2015 e prometeram melhores condições de custeio
e garantias ao agronegócio.

 As declarações dos dois ministros, vieram logo depois das costumeiras choradeiras de um dos maiores líderes do agronegócio brasileiro, o presidente da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), Antônio Chaváglia, onde habitualmente nas aberturas oficiais da Tecnoshow - maior feira de tecnologia do agronegócio do Centro-Oeste, realizada anualmente nos meses de abril em Rio Verde -, a qual usa a oportunidade ao dar pitacos em autoridades convidadas para o evento.

 O Seguro Rural que foi a maior reivindicação do líder classista anfitrião da feira de negócios agrícola, também foi alvo de seguidas fraudes praticada pelos próprios produtores rurais da região, os quais faziam uso indevido do que antes era conhecido no meio financeiro rural como Proagro. O Proagro sofreu severas restrições no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso em 1995, como meio de contenção de recursos e assim viabilizar o então incipiente Plano Real. 

 Até então com o Proagro, muitos produtores rurais da região, que praticamente faziam do programa algo semelhante ao que é observado entre trabalhadores pobres que "sobrevivem" do Seguro Desemprego, foram à falência por não poderem mais contar com recursos que até inibiam a produtividade no campo.

 Portanto a volta de um sistema de securitização de perdas no campo, reflete também maior responsabilidade do setor agrícola para com o benefício ao qual novamente é oferecido à classe que também conta com uma série de facilidades para financiamento de safras para compra de insumos e máquinas. Só resta saber se com o Seguro Rural, as mesmas práticas viciosas efetuadas com o mau uso do Proagro, serão recorrentes.

 Já no final da semana passada, o ministro Joaquim Levy, veio novamente a Goiás para presidir a reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Na pauta, o fim da guerra fiscal onde foi discutida a unificação das alíquotas sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e as compensações sobre as perdas de arrecadação e ainda, incentivos fiscais concedidos por estados para a atração de empresas, sem a ratificação unânime dos demais membros do conselho.

 A função do ministro Levy parece agora a de promover uma conciliação entre setores litigiosos e arredios com o governo, contudo, sempre se atendo ao máximo de atenção para com a realidade das contas públicas, que às quais não permitem grandes afagos ou agrados a setores da economia que estão sempre insatisfeitos.   

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