Foi grande a repercussão da entrevista exibida na noite deste domingo, do líder da Igreja Universal do Reino de Deus, bispo Edir Macedo, no programa "Conexão Repórter" de Roberto Cabrini, no SBT. Macedo falou sobre praticamente tudo de sua vida: desde a infância pobre no interior do estado do Rio de Janeiro, até a adolescência quando se mudou com sua família para a capital; sua vida de rapaz boêmio, frequentador de bordéis, de funcionário público da loteria estadual do Rio de Janeiro e depois, de sua conversão, até se tornar o líder de uma das instituições religiosas mais controversas e influentes do Brasil.
Porém o que se quer chamar a atenção aqui, é para o que é visto como mais polêmico em sua Igreja: a Teologia da Prosperidade.
Segundo as palavras de Macedo na entrevista, após ser indagado pelo entrevistador, sobre se a recompensa ao cristão estaria reservada - não para a vida presente, mas sim, para a "vida" após a morte -, a recompensa de fato para ele, seria a própria vida eterna prometida por Cristo nos Evangelhos, e o que a Igreja Universal prega, para a vida presente, seriam graças divinas como "direito". O direito de não sofrer uma vida de privações, ou de misérias e humilhações.
Essa alegação contudo, leva ao ponto mais questionado e o qual mais escandaliza a sociedade. Tanto para aqueles que professam algum tipo de religião, quanto para outros que se declaram ateus: que é a pregação que associa bênçãos à prosperidade. E o que é visto por muitos, como algo ainda mais grave, que é a ambição por "bençãos" materiais.
O bispo mor da Igreja Universal argumentou que muitas religiões, como o catolicismo, pregam uma vida de conformismo em relação a fiéis que passam por dificuldades e misérias, para que os mesmos encarem suas derrotas como prova de fé. Em certa medida, Macedo está certo sobre esse ponto de vista católico, na forma que encara disparidades sociais em nossa sociedade; está certo também, quando diz que o cristão tem o direito de não viver constantemente uma vida de privações e misérias.
Ao também ser questionado por Roberto Cabrini, sobre relações entre a Igreja Universal e a Católica, Macedo foi categórico e incisivo ao afirmar que as relações entre as duas denominações cristãs, são 'zero'. Talvez por isso, Edir Macedo desconheça o outro lado da Igreja Católica, o qual também vê, vidas levadas com dignidade como um direito.
Isso certamente leva o bispo Macedo a ignorar um movimento que causa incômodo até mesmo dentro da própria Igreja Católica, que é a Teologia da Libertação.
Ao contrário da Teologia da Prosperidade, a Teologia da Libertação procura promover questionamentos sociais, em torno de problemas relacionados entre à excessiva concentração de renda e a influência nociva do capitalismo para com os mais necessitados. Fatores pelos quais, a Teologia da Prosperidade não se debruça ou instiga seus fiéis a refletir.
Portanto a religião usada como instrumento de controle de massas ou em sua definição abordada pela Teologia (católica), da Libertação como sendo "o ópio do povo", continua sendo recorrente na Teologia da Prosperidade. Já que o que importa na teologia pregada por bispos e pastores da Universal é tão somente a prosperidade e não reflexão em torno de sociedades mais igualitárias, focadas no altruísmo comunitário e firmadas em bases mais espiritualizadas e menos individualistas.
Mesmo promovendo ações filantrópicas de assistência a pessoas carentes em situação de risco, promiscuidade ou vulnerabilidade social, a teologia pregada pela Igreja Universal não aborda temas sociais antagônicos como capital e trabalho, propriedade privada e reforma agrária, direitos da criança e do adolescente ou redução de maioridade penal, e ainda, reforma política e ruptura da democracia (em nome da moralidade pública).
Simplesmente prega que pela fé, o seguidor de sua doutrina precisa passar por uma espécie de reeducação por meio da Palavra de Deus, e enfim, ter o "poder de determinar" e de até mesmo "cobrar" de Deus, as bênçãos necessárias para que o fiel obtenha a tão perseguida prosperidade.
Assim, ao mencionar que as relações entre as duas Igrejas é 'zero', Edir Macedo acerta ao afirmar isso inconscientemente, se atendo por um lado da Igreja Católica do qual desconhece. O lado marginalizado, incompreendido e mais atacado da parte de alas mais conservadoras e reacionárias da Igreja Católica. Alas de pessoas (conforme dito por ele na entrevista), às quais um dia disseram à ele "enquanto católico que foi", que pobreza e miséria são fatalidades inevitáveis na vida de uma ser humano.
Pessoas do clero católico, tais como o arcebispo de Goiânia, dom Washington Cruz, o qual caminhou de braços dados ao lado do governador de Goiás, Marconi Perillo, por ocasião do dia de sua posse e que marcou o início de seu quarto mandato à frente dos destinos do estado. Mesmo sabendo que em 2005, Marconi usou toda a truculência da força policial do estado para reprimir a invasão de um terreno particular por sem-tetos em Goiânia.
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Macedo em entrevista ao SBT, defendeu a Teologia da Prosperidade |
Mesmo promovendo ações filantrópicas de assistência a pessoas carentes em situação de risco, promiscuidade ou vulnerabilidade social, a teologia pregada pela Igreja Universal não aborda temas sociais antagônicos como capital e trabalho, propriedade privada e reforma agrária, direitos da criança e do adolescente ou redução de maioridade penal, e ainda, reforma política e ruptura da democracia (em nome da moralidade pública).
Simplesmente prega que pela fé, o seguidor de sua doutrina precisa passar por uma espécie de reeducação por meio da Palavra de Deus, e enfim, ter o "poder de determinar" e de até mesmo "cobrar" de Deus, as bênçãos necessárias para que o fiel obtenha a tão perseguida prosperidade.
Assim, ao mencionar que as relações entre as duas Igrejas é 'zero', Edir Macedo acerta ao afirmar isso inconscientemente, se atendo por um lado da Igreja Católica do qual desconhece. O lado marginalizado, incompreendido e mais atacado da parte de alas mais conservadoras e reacionárias da Igreja Católica. Alas de pessoas (conforme dito por ele na entrevista), às quais um dia disseram à ele "enquanto católico que foi", que pobreza e miséria são fatalidades inevitáveis na vida de uma ser humano.
Pessoas do clero católico, tais como o arcebispo de Goiânia, dom Washington Cruz, o qual caminhou de braços dados ao lado do governador de Goiás, Marconi Perillo, por ocasião do dia de sua posse e que marcou o início de seu quarto mandato à frente dos destinos do estado. Mesmo sabendo que em 2005, Marconi usou toda a truculência da força policial do estado para reprimir a invasão de um terreno particular por sem-tetos em Goiânia.
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