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Qualidade de sinal Hypertensa

 O moço da imagem é João Alves de Queiroz Filho, um dos empresários goianos mais bem sucedidos do País. Queiroz Filho talvez seja o segundo homem mais rico de Goiás.

 Proprietário de um conglomerado de empresas com sede em São Paulo, iniciou sua carreira própria - advindo da herança do portfólio deixado por seu pai provindo da Arisco, vendida mais tarde à Unilever -, ao se lançar a partir de 2001 em desafios mais ousados por meio da Pratika Industrial, detentora da marca de esponjas de aço Assolan, até então também pertencente à Unilever. 

 Com isso no decorrer de toda a década de 2000 e o início da década de 2010, o grupo Hypermarcas veio adquirindo a propriedade de marcas famosas e conhecidas no ramo: alimentício, de higiene e limpeza, de cosméticos e farmacêutico. Muito beneficiada pelos incentivos fiscais concedidos pelo governo de Goiás, definiu como quartel general para a produção da maior parte de seu portfólio de produtos, a cidade de Anápolis. É de Anápolis que saem produtos conhecidos como Engov, Melhoral, Estomazil, Epocler, Benegripe, Merthiolate e outros, do chamado polo farmoquímico da cidade. 

 Chama a atenção o fato da transação envolvendo o empresário João Alves de Queiroz Filho, a Unilever e o então governo de Goiás à época - que nada mais, nada menos se tratava da titularidade de Marconi Perillo (PSDB) -, os quais estiveram à frente no negócio envolvendo a Arisco, até então também de propriedade de Queiroz Filho. 

 No final dos anos 1990 Rio Verde via-se na emergente inserção no segmento industrial com a vinda de importantes indústrias como Perdigão (atual BRF), e a Unilever (que na época no Brasil era conhecida como Gessy Lever). A fábrica da então Gessy Lever em Rio Verde inicialmente estava destinada à produção de atomatados em um sistema de integração e parceria com produtores de matéria prima locais, mas em poucos anos de atividade no município, vislumbrou também a produção de outros segmentos da marca no País, como até mesmo na fabricação de sabão em pó. 

 Talvez incomodados com esse potencial que ia muito além da vocação agroindustrial de Rio Verde e entrando em choque com a suposta vocação estritamente industrial de Anápolis, a intermediação do negócio envolvendo Queiroz Filho e a Gessy Lever seria o tiro de misericórdia (nas ambições industriais de Rio Verde, é claro), para que Anápolis não fosse passada para trás em sua vocação industrial (quase que forçada da parte das autoridades goianas).

 O surgimento da Hypermarcas coincide muito com o fato da aquisição da Arisco pela Unilever. Aquisição que levou de mudança, todo o maquinário industrial da ex-Gessy Lever, de Rio Verde para Goiânia (nossa capital) - deixando centenas de desempregados os quais nem todos foram absorvidos pela Perdigão. Levou também o sonho de uma industrialização mais consistente de Rio Verde, toda para Anápolis.    

 Rio Verde a partir de então seria tratada, tanto pelo governo de Goiás, quanto por grupos empresariais já presentes no município e no restante do estado, como uma imensa fazenda capaz de produzir apenas commodities agrícolas em que só seria 'permitido' um ligeiro grau de sub-industrialização. 

 A desimportância dada a Rio Verde por parte de João Alves de Queiroz Filho é tão grande que nem mesmo um sinal satisfatório de sua emissora de televisão, ele interessa em oferecer aos rio-verdenses. É que além de atuar nessa frente de produtos, Queiroz Filho também é concessionário público de televisão. Sua emissora - a TV Serra Dourada, afiliada ao SBT -, é líder em audiência na capital do estado e poderia facilmente se-lo também em cidades médias como Rio Verde, caso se interessasse em ao menos oferecer um sinal de qualidade que fosse mais digno da importância que a cidade possui e que Queiroz Filho insiste em não reconhecer.

Uma emissora cuja o proprietário talvez seja mais rico 
que até mesmo o dono da própria cabeça de rede reluta 
em fazer investimentos na qualidade de seu sinal em 
cidades do interior

 Mesmo também possuindo um estúdio de uma das emissoras de sua rede de rádio em Rio Verde (porém com a titularidade da concessão na vizinha cidade de Montividiu), o bem sucedido empresário goiano, não se interessou até hoje por melhorar os investimentos em seus veículos de comunicação eletrônicos presentes na região.

 Mas voltando à qualidade do sinal de sua televisão em Rio Verde, de acordo com o responsável pela transmissão da emissora em todo o estado, a cidade é prioridade na implantação do sinal digital e seria a primeira a ser contemplada com o benefício. O que está impedindo a agilização disso porém, segundo ele, seria exatamente a liberação da verba por parte de seu patrão.

 Só lhes resta não demorarem muito para a liberação da dita verba e implantarem logo o sinal digital na cidade, tendo em vista que conforme publicação do Ministério das Comunicações no Diário Oficial da União do último dia 23 de junho, Rio Verde será a primeira cidade do País a desligar os transmissores analógicos de TV, previsto já para novembro de 2015 (dentro do cronograma previsto pelo Ministério), para a liberação de espaço de banda e assim tornar possível a telefonia celular 4G no País.

A TV Serra Dourada, passou a disponibilizar seu sinal digital em alta definição para Rio Verde (por meio do canal virtual 5.1), desde o mês de novembro de 2014. 

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