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O que somos?

 Impossível passar inerte e deixar de manifestar um pesar, ou algo que viesse a confortar a irreparável dor das famílias dos mortos e feridos de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

 Porém em momentos dolorosos como este, dada a repercussão internacional do fato, associando ainda ao crescente sucesso do protagonismo brasileiro, essencialmente no campo econômico, mais a realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, a reputação do Brasil não passa ilesa aos ataques impertinentes e inoportunos de colunistas internacionais mundo afora, chegando ao ponto do uso de trocadilhos infelizes parafraseados ao lema de nossa bandeira: "Ordem e Progresso". 

 Logo depois de publicado no blog de um jornal britânico, o mesmo ganha notoriedade e espaço em editorias de jornais brasileiros - que reproduzem aqui a repercussão do episódio de Santa Maria mundo afora -, entrando em ação portanto, uma horda de brasileiros 'indignados' com o próprio País, e associando situações de flagrantes atos de corrupção em todas as esferas de governo e poder brasileiros, à ocorrência de ocasiões infelizes com a do último sábado, se unindo em coro ao colunista 'cheio de boas intenções e preocupações com o bem-estar e segurança do povo brasileiro' disparando em críticas à própria terra. 

 Mal sabem nossos desavisados e incautos participantes que manifestam suas opiniões nas redes sociais, que por trás de toda crítica de qualquer colunista profissional de um veículo de imprensa comercial - tendo este como pano de fundo preocupações de cunho social ou embasados em situações de comoção pública nacional -, sempre têm em seus textos fundamentados interesses econômicos, políticos e próprios, de quem redige artigos com teor crítico como o publicado pelo jornal britânico 'Financial Times' sobre a tragédia de Santa Maria.

 Críticas como as do colunista do 'Financial Times', poderiam ser bem-vindas, caso cada sílaba ou vírgula contida nas palavras fossem escritas de maneira honesta, idônea e acima de tudo, isenta. E o pior! Trata-se de um artigo que em nada ajudará no conforto às famílias das vítimas. 

 Isenção nesse caso é o que menos se nota na iniciativa jornalística do nobre 'lord' colunista britânico, ao encher a boca - tomando proveito de uma situação, para por em dúvida a capacidade e a competência brasileira para a realização de eventos internacionais como a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil -, aproveitando a deixa para macular a imagem do País, nos lembrando do nosso eterno estigma do Terceiro Mundo.

 Nesse caso é preciso que se entenda o que pode ter motivado, nosso inconformado colunista em sua empreitada em falar mal do Brasil, lembrando que em 2011, a economia brasileira como também sugerido, sobre o sucesso econômico do País mencionado em seu texto, quando chegamos ao posto de 6ª maior economia do mundo, ultrapassando justamente a Grã-Bretanha. 

 Tanto que o governo do Primeiro Ministro David Cameron, fez questão de promover uma valorização da libra esterlina, sabendo que o fraco desempenho da economia de seu país persistiria durante o ano seguinte, à exemplo também do que ocorreu na economia do Brasil, para que a economia britânica, pudesse restabelecer a sua posição perdida ao Brasil, mas que ainda está ameaçada. 

 Outro fator para que o jornalista britânico fizesse menção à dúvida em relação à competência na organização dos dois eventos esportivos internacionais os quais o Brasil sediará em 2014 e 2016, se deve ao fiasco na própria segurança da qual se verificou nas Olimpíadas de Londres do ano passado, motivo de vexame para os britânicos.

 Óbvio, que um surto repentino de imparcialidade como forma de contrabalancear as críticas ao Brasil se fazem notar no texto, como descrito, ao mencionar situações semelhantes em outros países do mundo, mas nada que não fosse mera peça de figuração, dentro do velho estilo 'morde e assopra'.

 E assim, a imprensa brasileira, também movida por seus interesses ideológicos partidários, repercute no Brasil, críticas infelizes impertinentes e inoportunas em um momento de tamanha dor de famílias que em muitos casos, sequer sabem, ou ouviram falar do 'Financial Times', ou sequer tomaram conhecimento de que o Brasil até pouco tempo chegou a ser maior que a 'terra da rainha'. 

 Afinal, somos vítimas de nossos fracassos ou de nossas vitórias?

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