Hoje comemora-se o aniversário de fundação de minha cidade. Uma das cidades mais prósperas e dinâmicas da região Centro-Oeste, encravada na região conhecida no estado como Sudoeste goiano. Tem atualmente perto de 180 mil habitantes e um Produto Interno Bruto - PIB - de algo em torno de 3,6 bilhões de reais. Que gira em cerca de 20 mil reais por habitante - o chamado PIB- Per capita.
Dessa forma seria quase que impossível haver pessoas em situação de extrema pobreza em Rio Verde. Mas não é o que acontece na realidade.
Talvez o mercado de trabalho seja onde isso mais seja evidente. Dada à atração de mão-de-obra oriunda de outros estados, destinadas ao trabalho braçal nas indústrias da cidade, em que de modo geral, são pessoas semianalfabetas ou analfabetas funcionais e às quais consequentemente estão desqualificadas profissionalmente, mas que com os salários que recebem, o alto custo de vida na cidade e a imcompatibilidade de horários nas jornadas de trabalho, torna-se quase que impossível, a busca pela tão sonhada qualificação. Sonhada tanto pelos colaboradores, quanto pelos empregadores.
Os empregadores por sua vez, não colaboram em quase nada, pela qualificação de seus colaboradores. O certo é que todo esse cenário contribui para o desenvolvimento econômico da cidade em associação com uma pervesa concentração de renda e a perpetuação da eterna situação de pobreza, principalmente de jovens em nosso município.
Mas com certeza a ausência de políticas públicas de âmbito municipal, pela qualificação de mão-de-obra e formação acadêmica de nossos jovens, contribui muito pela permanência do atual quadro social por mais algumas décadas, contribuindo pelo atraso social e didático da população como um todo.
Nossa querida universidade é o maior exemplo disso: Sob tutela do poder público municipal, padece de uma falta constante de investimentos principalmente na área de pesquisa e formação de docentes capacitados. E o pior, trata-se de uma universidade pública, à qual efetiva a cobrança de pesadas mensalidades a seus acadêmicos e que por sua vez, inviabiliza o acesso dos mais pobres aos cursos superiores oferecidos pela instituição.
O certo também é que as empresas nunca deixam muito claro, a real necessidade de suas demanda pontuais de dessa chamada: "mão-de-obra qualificada" , pois nem sempre a determinada função executada, depende de tanta qualificação assim, podendo ser executada por alguém que tenha o ensino médio e certo domínio em informática.
Um outro empecílho para um desenvolvimento social, mais consistente, seria a valorização das próprias empresas ao seu corpo de funcionários, aos quais adquirem a prática necessária através das "TLT's" - 'Treinamento em Local de Trabalho'. Ao adquirir a experiência necessária ao bom desempenho da função e enfim, estar pronto para uma classificação na função exercida e assim, consequentemente a sua equiparação salarial, logo as empresas se veem na necessidade de se livrarem desse colaborador, gerando assim uma certa reserva de mercado, impedindo pessoas a uma graduação profissional que lhes proporcione uma recolocação profissional em outras empresas na mesma função exercida que na anterior.
Toda essa situação gera sem dúvida, frustrações nas pessoas e o sentimento de incapacidade pessoal inconfessada e que pode se refletir nos índices de violência e delinquência de modo geral.
Rio Verde assim, perde a oportunidade de mostrar um caminho diferente do praticado pelo restante do país. Uma cidade próspera e dinâmica, mas que não oferece conhecimento aos seus cidadãos para que possam concorrer em igualdade de condições com a mão-de-obra qualificada importada do Sul e Sudeste do país.
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