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Povo sem memória, povo sem futuro

 Dia 05 último, comemoramos o aniversário de nossa cidade. São 162 anos, de uma não muito rica história, mas que num espaço de tempo como esse, tem uma certa bagagem. 

 Tudo porque, não somos uma sociedade muito dada à preservação histórica, a não ser de fotos antigas que permanecem em acervos particulares que não são compartilhados com o público, por falta de um espaço adequado. Nem mesmo a disponibilização de um site onde essas fotos pudessem ser publicadas.

 Rio Verde, teve sua "tenra" história iniciada no início do século XIX, com a chegada de desbravadores oriundos do interior do atual estado de São Paulo, sob um decreto imperial que concedia terras a quem se dispusesse a trabalhar nelas, no intuito de povoamento dos sertões do Brasil central. Sua emancipação ocorreu quase em meados do século XIX, mais precisamente em 1848.

 O fundador, José Rodrigues de Mendonça, só é lembrado numa pequena praça do centro da cidade em que as pessoas conhecem apenas como: "praça da Igreja São Sebastião". Já a memória de sua esposa Florentina São Bernardo, nem mesmo é lembrada em nenhum logradouro público. Com as frequentes mudanças dos cemitérios, o local onde os restos mortais dos fundadores foram postos se perdeu, e hoje há dúvidas de onde seria o local exato onde estariam depositados.

 Um outro fator de preocupação com a preservação de nossa história, são as constantes demolições de casarões em estilo colonial do centro antigo sem nenhum escrúpulo de especuladores imobiliários. A não ser com raras exceções, quase todos foram demolidos, dando lugar a lotes baldios, cheios de mato e lixo em pleno centro, sem falar no incômodo de roedores em meio ao entulho acumulado nos mesmos. E isso, sempre foi uma constante na cidade, sempre com total desrespeito de autoridades, sendo que o desinteresse da preservação da memória é proposital - tendo em vista serem rixas entre adversários políticos - e da total omissão da comunidade local.

 Na parte literária, apenas poucas edições publicadas e fatos importantes de nossa história se perdem na devassidão do tempo, mas tudo esbarra também na pouca disponibilidade das empresas locais em patrocinar essas publicações, além é claro da falta de interesse das livrarias locais em comercializar livros que contenham nossa trajetória como sociedade, ligeiramente organizada.

 Como visto, há um longo trabalho a ser feito, principalmente na conscientização das novas gerações, nas escolas e universidades; Igrejas, sindicatos e associações de moradores pela preservação de nossa história.

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