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Economia para, desemprego cresce, mas prioridade é segurança e obras paradas

  O desemprego cresce a olhos vistos na cidade, porém a ideia repassada para a população é que obras paradas e segurança pública, sejam prioridades mais urgentes a serem atendidas. Quando muito, se o tema infraestrutura é discutido, se restringe apenas a pavimentação de estradas rurais de competência do município.

 Se eleição municipal se faz como excelente oportunidade para se instigar o debate sobre problemas vividos por um município, a pobreza das discussões tem sido a tônica predominante em torno delas. 

 Temas fora de foco, sem um direcionamento prático ao que realmente interessa e podem fazer a diferença na vida diária do rio-verdense são ignorados, enquanto os pré-candidatos preferem usar a tangente de temas genéricos ou dos debates fúteis quando lançam mão de ideias que estariam embasadas numa prévia onde se insere a coleta de opiniões ou sugestões da comunidade.

 Assim um pré-candidato que se presta a "ouvir" a população em torno do que é diuturnamente convidada (ou melhor, instigada), a entender como "prioritário", acaba por chancelar a legitimidade do que não é competência de um prefeito resolver, tal como segurança pública, por exemplo. Enquanto o fator desemprego bate em suas portas. 

 Como se não bastasse, o fluxo migratório de pessoas de estados menos desenvolvidos da região Nordeste do País ainda persiste, mas nenhuma política de geração de empregos para absorver essa mão de obra foi proposta até agora. 

 Isso confronta com a dura realidade dos desempregados e moradores mais veteranos que também precisam resolver a difícil equação entre trabalhar em horários alternativos e conciliar isso com a necessidade de aperfeiçoamento e qualificação profissional. Ou mesmo, o desafiador desejo de uma graduação superior.

 Se hoje também, dada a determinadas facilidades de acesso a financiamentos (que já se tornaram coisa do passado), muitos conseguiram seus meios próprios de mobilidade pessoal, o tema 'transporte coletivo' também deixou de ser preocupação popular, perdendo feio dentre as prioridades vistas pela população, como a segurança pública.

Falta de propostas em torno de políticas públicas que já vinham sendo ignoradas, prometem seguir nesse mesmo modus operandi, caso algum dos pré-candidatos venham a vencer as eleições deste ano. 
  
 Assim o medo de ser assaltado parece ser pior que o risco de nossas crianças ficarem sem a devida assistência educacional. A construção e o funcionamento de um centro de internação de menores infratores parece ser mais importante que políticas públicas ancoradas na Educação que ajudem a formar cidadãos coesos de seus direitos e deveres. 

 A conclusão de uma nova avenida marginal no leito de um córrego que corta o perímetro urbano do município, tem um caráter até mais urgente que um moderno e eficiente sistema de transporte coletivo integrado. Ou ainda: o asfaltamento de estradas rurais que parece ser algo mais prioritário do que o de trabalhadores urbanos desempregados e aqueles que se mantiveram no emprego, mas com seus salários achatados em vista da ameaça do desemprego.

 Enquanto isso, podemos contar nos dedos, quantos investimentos produtivos diretos que poderiam estar gerando empregos atualmente e que tiveram suas propostas de instalação negadas pelo poder público municipal, em vista da nítida falta de apoio governamental para isso, atendendo puramente a caprichos de orientações palacianas vindas de Goiânia. 

 A localização estratégica e a distância considerável em relação à capital do estado, que são fatores importantes para se despertar o interesse de grandes grupos industriais interessados em investirem em Rio Verde, é pouco explorada, mesmo dentre os pretensos candidatos a prefeito. Tampouco a discussão de um planejamento de longo prazo, proposto pela maior entidade representativa empresarial da cidade, segue no possível interesse em torno da elaboração de propostas dentre os candidatos.

 O que presenciamos é a tática da falsa proposta em vista do que não se tem interesse em fazer. Sabe-se lá, atendendo a quais interesses envolvidos e se tais interesses também não seriam, próprio da nova safra plutocrática que se vislumbra dentre os pré-candidatos a prefeito de Rio Verde.          

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