Há um consenso comum entre os formadores de opinião da grande mídia, de que o Banco Central deve manter uma postura independente do governo nas decisões que envolvem políticas monetárias - essencialmente na condução da política de juros.
Indisfarçavelmente muitos - entre operadores do mercado financeiro e colunistas de grandes veículos de imprensa -, têm manifestado desconforto em meio às elevadas taxas inflacionárias e reduzidas taxas de juros praticadas atualmente, impostas pelo governo, às quais reduzem sensivelmente também, os ganhos dos rentistas que vivem quase que absolutamente de especulação no mercado de papéis lastreados nos juros oficiais do governo.
Tombini: sempre afirmando aquilo o que o mercado quer ouvir |
Indisfarçavelmente muitos - entre operadores do mercado financeiro e colunistas de grandes veículos de imprensa -, têm manifestado desconforto em meio às elevadas taxas inflacionárias e reduzidas taxas de juros praticadas atualmente, impostas pelo governo, às quais reduzem sensivelmente também, os ganhos dos rentistas que vivem quase que absolutamente de especulação no mercado de papéis lastreados nos juros oficiais do governo.
Após o mal estar provido por conta dos mal-intencionados do mercado financeiro e propagado em coro e eco pela imprensa sobre o pronunciamento da presidente Dilma, durante o encontro dos Brics na África do Sul, onde foi interpretado por agentes do mercado financeiro que a presidente seria tolerante com a inflação em nome da preservação do crescimento da economia. A presidente Dilma disse porém, não concordar com políticas de combate à inflação pelo viés da redução do crescimento econômico. Os juros nesse caso, não podem ser usados para estancar a inflação e ao mesmo tempo comprometer o crescimento da economia brasileira, disse a presidente.
Coube ao presidente do Banco Central Alexandre Tombini, o papel de bombeiro e assim apagar o incêndio provocado por funcionários de corretoras de investimentos que operam no mercado e torcem por uma decisão que lhes seja favorável. Tombini afirmou que a autoridade monetária fará uso de instrumentos de reajuste nos juros sempre que a mesma achar conveniente.
Em toda essa situação o que se caracteriza, é o fato de que o Banco Central na visão do mercado deve sempre ser independente do governo, mas que intrinsecamente manifesta nas entre linhas, que a autoridade monetária deve assim atender aos interesses do mercado. Nesse sentido o Banco Central teria sua independência garantida em todas as ocasiões que manifestasse uma decisão em desacordo com o entendimento do governo?
Dessa forma o que fica definido por quem atua no mercado é que o Banco Central do Brasil parece dever sempre, se submeter a todos os caprichos dos agentes econômicos os quais detêm os meios de produção, que forçam aumentos generalizados de preços, ao subutilizarem a capacidade instalada de produção da indústria nacional, para que assim o BC também seja forçado a aumentar os juros, todas as vezes que a inflação ameace se descontrolar.
Qual então seria o conceito de independência do Banco Central em torno das decisões que precisa tomar? A atuação dele, caso contrarie as expectativas do mercado, seria um sintoma de que sua independência estaria comprometida? Essa atuação deve contemplar sempre e apenas o controle da inflação, ou também a garantia do emprego e do crescimento da economia? Desse modo ao se dar por subentender que o governo seria leniente com a inflação e que o Banco Central estaria se submetendo ao desejo do governo, o mercado procura constranger a autoridade monetária a atender ao que ele (o mercado) deseja.
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