É muito difícil compreender como o experiente e lúcido eleitor francês tenha caído na mais recente cilada da centro direita, chamada Emmanuel Jean-Michel Frédéric Macron, de 40 anos; assim sendo, por conta disso, hoje ocupa a cadeira de presidente da República na França. Assim, o tendencioso centrismo de direita é o que predomina em discursos políticos moderados.
A versão repaginada da tal "terceira via" moldada de acordo com a atuação do ex-premiê britânico, Tony Blair, no início dos anos 2000, parece de novo ter contagiado também, os incautos eleitores francos e ficou mais clara após os violentos protestos contra a reforma trabalhista (ainda no governo de François Hollande), sancionada por Macron logo depois de sua posse.
Não sendo bem um sistema parlamentarista autêntico e optando pelo semipresidencialismo, a França é outro bom exemplo que optou pela figura de um chefe de Estado amarrado aos interesses do parlamento, uma vez que no sistema de governo francês, como no presidencialismo, o próprio presidente elabora a composição do gabinete de governo.
Com isso aumentam as responsabilidades do presidente que mesmo dividindo as funções do poder executivo com o chefe de governo, na figura de um primeiro-ministro - e que apenas faz papel coadjuvante na condução governamental interna -, estará o líder máximo do país, sujeito à moção de censura tanto da Assembleia Nacional, quanto do Senado francês.
Ou seja, o povo pode escolher o presidente, mas quem decide se ele fica no cargo são os deputados e senadores (também eleitos pelo povo); sendo assim, seus legítimos representantes escolhidos para o parlamento, podem ou não, aceitar a escolha do povo para a chefia máxima do país.
Surge daí a mesma preocupação com a representatividade parlamentar em debate atualmente no Brasil, embora o regime de governo brasileiro seja o presidencialismo (puro), e a permanência do presidente da República no cargo, independa de qualquer tipo de apoio no Congresso, a situação do chefe do executivo dependerá sempre dos agrados que conceder à sua base de apoio.
Exatamente por isso podemos entender como modelo, o chamado "presidencialismo de coalizão" adotado no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e consolidado por Lula, como o ingrediente parlamentarista (ou semipresidencialista) ocorrido em 2016, determinante para o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Dessa forma a condição de permanência no cargo de presidente da República, dependerá sempre da maioria que conseguir manter no congresso (ou parlamento), e como a qualidade da composição parlamentar no Brasil é sempre vista como de menor importância, os eleitores brasileiros acabam cometendo o erro de elegerem deputados e senadores sem observar devidamente seus posicionamentos.
No caso da França, Macron sabe que se não fizer como no script neoliberal, o parlamento assim, pode destituí-lo do poder e junto com ele, seu primeiro-ministro e todo o gabinete de governo. Com isso observa-se que o modus operandi de atuação dos interesses corporativos e econômicos privados, passou a atuar também em outras instituições das chamadas democracias contemporâneas.
E o problema para o povo francês parece ser exatamente o fato de Macron estar alinhado à agenda do parlamento; e o parlamento por sua vez, não alinhar sua agenda à do povo. A pauta dos interesses tanto do governo, quanto do parlamento, não indicam contemplar o interesse público, mas tão somente, os interesses privados do grande capital.
Justamente em razão do divergente e contraditório posicionamento do governo francês em relação aos interesses populares que escreve Roger Cohen, na página do jornal The New York Times. Cohen que já morou na França, diz estranhar a passividade atual da população, quando antes, qualquer menção à palavra "flexibilização" era visto como suspeitas.
O estreito relacionamento de Macron com o presidente norte-americano, Donald Trump, é outra evidência de que a França se sucumbiu à agenda liberal e aos poucos parece abandonar as políticas públicas de Estado de bem estar social direcionadas a população. Com isso, o povo francês parece ter caído no velho conto do "pragmatismo" (de direita).
Cohen mesmo adverte que a amizade de Macron com Trump é arriscada, afirmando ainda que o presidente francês se põe em perigo politicamente em razão disso, se sujeitando a ser um 'poodle' do chefe de Estado americano.
Para piorar a convivência do presidente da França com Donald Trump, pelo que tudo indica, parace o ter contaminado. Macron chegou a se confundir em seu arranhado inglês e se referiu à esposa do primeiro ministro da Austrália como "deliciosa" em um ato falho por erro de interpretação do idioma saxônico.
Dessa forma, no estilo político do líder francês o povo é convidado a renunciar direitos em benefícios que se traduzem em mais privilégios para a elite. Macron assim, é a representação máxima da desfaçatez política; do lobo em pele de cordeiro e a do jovem cheio de ideias arcaicas e ultrapassadas na cabeça.
Sabendo disso milhares de pessoas foram às ruas de Paris, no último 1º de Maio, protestar contra a nova lei trabalhista em vigor após a reforma ocorrida na legislação laboral do país e que conforme já mencionado antes, sancionada pelo próprio presidente francês logo após sua posse (protestos estes, nada pacíficos, diga-se de passagem).
Emmanuel Macron assim, é o tipo de político que se deve evitar, principalmente quando o marketing da grande imprensa o foca em demasia em tons elogiosos ou como promessa vanguardista de uma imagem torpe do político moderno e arrojado, que serve de alerta não somente para o Brasil, mas como se pode observar no caso francês, ao mundo todo.
Ou seja, o povo pode escolher o presidente, mas quem decide se ele fica no cargo são os deputados e senadores (também eleitos pelo povo); sendo assim, seus legítimos representantes escolhidos para o parlamento, podem ou não, aceitar a escolha do povo para a chefia máxima do país.
Surge daí a mesma preocupação com a representatividade parlamentar em debate atualmente no Brasil, embora o regime de governo brasileiro seja o presidencialismo (puro), e a permanência do presidente da República no cargo, independa de qualquer tipo de apoio no Congresso, a situação do chefe do executivo dependerá sempre dos agrados que conceder à sua base de apoio.
Emmanuel Macron, o presidente francês eventualmente elogiado pela imprensa mundial, é o tipo de político do qual se deve desconfiar (foto: Estadão). |
Exatamente por isso podemos entender como modelo, o chamado "presidencialismo de coalizão" adotado no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e consolidado por Lula, como o ingrediente parlamentarista (ou semipresidencialista) ocorrido em 2016, determinante para o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Dessa forma a condição de permanência no cargo de presidente da República, dependerá sempre da maioria que conseguir manter no congresso (ou parlamento), e como a qualidade da composição parlamentar no Brasil é sempre vista como de menor importância, os eleitores brasileiros acabam cometendo o erro de elegerem deputados e senadores sem observar devidamente seus posicionamentos.
No caso da França, Macron sabe que se não fizer como no script neoliberal, o parlamento assim, pode destituí-lo do poder e junto com ele, seu primeiro-ministro e todo o gabinete de governo. Com isso observa-se que o modus operandi de atuação dos interesses corporativos e econômicos privados, passou a atuar também em outras instituições das chamadas democracias contemporâneas.
E o problema para o povo francês parece ser exatamente o fato de Macron estar alinhado à agenda do parlamento; e o parlamento por sua vez, não alinhar sua agenda à do povo. A pauta dos interesses tanto do governo, quanto do parlamento, não indicam contemplar o interesse público, mas tão somente, os interesses privados do grande capital.
Justamente em razão do divergente e contraditório posicionamento do governo francês em relação aos interesses populares que escreve Roger Cohen, na página do jornal The New York Times. Cohen que já morou na França, diz estranhar a passividade atual da população, quando antes, qualquer menção à palavra "flexibilização" era visto como suspeitas.
O estreito relacionamento de Macron com o presidente norte-americano, Donald Trump, é outra evidência de que a França se sucumbiu à agenda liberal e aos poucos parece abandonar as políticas públicas de Estado de bem estar social direcionadas a população. Com isso, o povo francês parece ter caído no velho conto do "pragmatismo" (de direita).
Cohen mesmo adverte que a amizade de Macron com Trump é arriscada, afirmando ainda que o presidente francês se põe em perigo politicamente em razão disso, se sujeitando a ser um 'poodle' do chefe de Estado americano.
Para piorar a convivência do presidente da França com Donald Trump, pelo que tudo indica, parace o ter contaminado. Macron chegou a se confundir em seu arranhado inglês e se referiu à esposa do primeiro ministro da Austrália como "deliciosa" em um ato falho por erro de interpretação do idioma saxônico.
Dessa forma, no estilo político do líder francês o povo é convidado a renunciar direitos em benefícios que se traduzem em mais privilégios para a elite. Macron assim, é a representação máxima da desfaçatez política; do lobo em pele de cordeiro e a do jovem cheio de ideias arcaicas e ultrapassadas na cabeça.
Sabendo disso milhares de pessoas foram às ruas de Paris, no último 1º de Maio, protestar contra a nova lei trabalhista em vigor após a reforma ocorrida na legislação laboral do país e que conforme já mencionado antes, sancionada pelo próprio presidente francês logo após sua posse (protestos estes, nada pacíficos, diga-se de passagem).
Emmanuel Macron assim, é o tipo de político que se deve evitar, principalmente quando o marketing da grande imprensa o foca em demasia em tons elogiosos ou como promessa vanguardista de uma imagem torpe do político moderno e arrojado, que serve de alerta não somente para o Brasil, mas como se pode observar no caso francês, ao mundo todo.
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