É possível se afirmar que ainda é um bom negócio para economias pequenas aderirem à União Europeia?
Com base na austeridade imposta às economias pequenas da Europa como uma forma talvez de purgar desvios de governos supostamente irresponsáveis, a novidade em participar de um bloco econômico como o europeu, não parece mais entusiasmar a população desses países, à qual notoriamente na maior parte das vezes é vítima contumaz dessas políticas. Desse modo também, revolvidos antigos sentimentos dicotômicos e étnicos de distantes e remotos tempos em que alguns indivíduos de um lado mesmo pertencendo ao mesmo país, nutrem sentimentos de afinidade patriótica a ele, enquanto outros têm os mesmos sentimentos ao buscarem se aproximar também em torno de uma órbita de influência para com outro, a Ucrânia assim se vê com sua população agora dividida.
Porém resumir a crise desencadeada desde que o ex-presidente ucraniano decidiu se reaproximar da Rússia - e não levar adiante o acordo pré-acertado de adesão da Ucrânia à União Europeia -, é minimizar outros aspectos tão importantes quanto os primeiros. Tudo isso por sua vez, fez reacender e de certo modo ser determinante para que a Guerra Fria tomasse uma forma repaginada aos nossos tempos.
A decisão do ex-presidente Viktor Yanukovich, de não prosseguir com os tratados pré-estabelecidos com a União Europeia, talvez se devam aos pesados custos com as exigências impostas pelo bloco econômico, que custariam a bagatela aproximada de 165 bilhões de euros ao país (em que certamente o povo ucraniano seria o mais penalizado).
Contudo a população nesse caso, não parece ter tido a clareza suficiente e necessária em compreender os verdadeiros interesses envolvidos nisso. Ao se amparar em razões mais relacionadas ao cunho essencialmente étnico, do que econômico - não observando a situação das economias mais frágeis da Europa que compõem a Zona do Euro como exemplos -, o povo ucraniano parece mesmo ter sido usado como massa de manobra (ou tidos como "idiotas úteis"), nos planos que atendem especificamente a interesses de grandes corporações e principalmente, bancos europeus envolvidos.
Por tudo isso, o avanço russo no território da Crimeia reinaugurou uma nova roupagem para a Guerra Fria; em que temos de um lado: a Rússia demonstrando que sua influência sobre as antigas repúblicas soviéticas continua firme e mais do que nunca, revigorada; e de outro, as grandes potências europeias como França e Alemanha (claro, com a sublime contribuição estadunidense), procurando não perder uma potencial e preciosa contribuição para que a Zona do Euro saia enfim, da crise que se arrasta desde 2008.
Como podemos observar, isso não deve ser resumido apenas sob o ângulo simplista da velha dicotomia (que ora se revigora), entre capitalismo e comunismo o qual está muito mais amparado no temor dos pobres de se verem obrigados a pagar pelas besteiras e extravagâncias dos ricos - muito comum nos dias de hoje em nosso meio predominantemente capitalista que segue as prescrições da dita globalização (ou como é conhecida vulgarmente como neoliberalismo) -, e que necessariamente não tem qualquer relação com antagonismos de natureza étnica/ideológica.
Prova disso foi a revolta popular ocorrida na Islândia entre 2008 e 2009 onde o povo determinou que o então governo deveria se demitir, já que o mesmo se mostrava incompetente na administração de sua dívida pública e o qual tendia a adotar surradas medidas de austeridade pelas quais somente o povo é quem mais sofre, e é penalizado com consequências danosas à ele (com certeza nos mesmos moldes como defendido por aqui através de alguns candidatos à presidência do Brasil, e rotulado pelos mesmos, como "medidas impopulares"). Justamente em decorrência de tais medidas que visam apenas, ter a Islândia como mais um novo membro da União Europeia.
Como no caso da Ucrânia, a revolta popular parece ter se dado por razões opostas às da Islândia - e a isso, "explica-se" -, por questões étnicas, porém não justificáveis em função dos últimos acontecimentos que têm deixado marcas profundas no país. A tal ponto que chegou a perder parte de seu território e que ainda corre o risco de perder outra significativa parcela dele. Ao optarem pela derrubada de um governo o qual na verdade dentro de sua mais pura sobriedade e coerência institucional, preferiu uma reaproximação com a Rússia, a ter seu país como bode de expiação pelo 'pecado capital' de outros (membros veteranos do bloco), o povo ucraniano certamente não avaliou o elevado custo de pertencerem à já não tão mais ovacionada União Europeia.
Porém resumir a crise desencadeada desde que o ex-presidente ucraniano decidiu se reaproximar da Rússia - e não levar adiante o acordo pré-acertado de adesão da Ucrânia à União Europeia -, é minimizar outros aspectos tão importantes quanto os primeiros. Tudo isso por sua vez, fez reacender e de certo modo ser determinante para que a Guerra Fria tomasse uma forma repaginada aos nossos tempos.
A decisão do ex-presidente Viktor Yanukovich, de não prosseguir com os tratados pré-estabelecidos com a União Europeia, talvez se devam aos pesados custos com as exigências impostas pelo bloco econômico, que custariam a bagatela aproximada de 165 bilhões de euros ao país (em que certamente o povo ucraniano seria o mais penalizado).
Contudo a população nesse caso, não parece ter tido a clareza suficiente e necessária em compreender os verdadeiros interesses envolvidos nisso. Ao se amparar em razões mais relacionadas ao cunho essencialmente étnico, do que econômico - não observando a situação das economias mais frágeis da Europa que compõem a Zona do Euro como exemplos -, o povo ucraniano parece mesmo ter sido usado como massa de manobra (ou tidos como "idiotas úteis"), nos planos que atendem especificamente a interesses de grandes corporações e principalmente, bancos europeus envolvidos.
Por tudo isso, o avanço russo no território da Crimeia reinaugurou uma nova roupagem para a Guerra Fria; em que temos de um lado: a Rússia demonstrando que sua influência sobre as antigas repúblicas soviéticas continua firme e mais do que nunca, revigorada; e de outro, as grandes potências europeias como França e Alemanha (claro, com a sublime contribuição estadunidense), procurando não perder uma potencial e preciosa contribuição para que a Zona do Euro saia enfim, da crise que se arrasta desde 2008.
Como podemos observar, isso não deve ser resumido apenas sob o ângulo simplista da velha dicotomia (que ora se revigora), entre capitalismo e comunismo o qual está muito mais amparado no temor dos pobres de se verem obrigados a pagar pelas besteiras e extravagâncias dos ricos - muito comum nos dias de hoje em nosso meio predominantemente capitalista que segue as prescrições da dita globalização (ou como é conhecida vulgarmente como neoliberalismo) -, e que necessariamente não tem qualquer relação com antagonismos de natureza étnica/ideológica.
Prova disso foi a revolta popular ocorrida na Islândia entre 2008 e 2009 onde o povo determinou que o então governo deveria se demitir, já que o mesmo se mostrava incompetente na administração de sua dívida pública e o qual tendia a adotar surradas medidas de austeridade pelas quais somente o povo é quem mais sofre, e é penalizado com consequências danosas à ele (com certeza nos mesmos moldes como defendido por aqui através de alguns candidatos à presidência do Brasil, e rotulado pelos mesmos, como "medidas impopulares"). Justamente em decorrência de tais medidas que visam apenas, ter a Islândia como mais um novo membro da União Europeia.
Como no caso da Ucrânia, a revolta popular parece ter se dado por razões opostas às da Islândia - e a isso, "explica-se" -, por questões étnicas, porém não justificáveis em função dos últimos acontecimentos que têm deixado marcas profundas no país. A tal ponto que chegou a perder parte de seu território e que ainda corre o risco de perder outra significativa parcela dele. Ao optarem pela derrubada de um governo o qual na verdade dentro de sua mais pura sobriedade e coerência institucional, preferiu uma reaproximação com a Rússia, a ter seu país como bode de expiação pelo 'pecado capital' de outros (membros veteranos do bloco), o povo ucraniano certamente não avaliou o elevado custo de pertencerem à já não tão mais ovacionada União Europeia.
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