Pular para o conteúdo principal

Mudança de modelo no desenvolvimento brasileiro


 Os dados sobre a economia brasileira da última semana, sinalizam  os efeitos quase nulos das medidas de estímulo do governo federal, e o que de fato, o consumidor e o trabalhador têm absorvido em benefícios práticos em sua vida.

  A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), sobre a 'linha branca' por exemplo, onde mesmo com esses benefícios, a indústria de fogões, máquinas de lavar e geladeiras reajustaram seus preços para cima, sob a alegação de que por conta do aumento do câmbio, teria havido um consequente aumento nos custos de importação de alguns componentes para fabricação desses produtos, e que por sua vez, estaria influenciado nesses reajustes.

 No mesmo bojo dos benefícios tributários para a indústria, se encontram os funcionários da General Motors de São José dos Campos em São Paulo, que foram surpreendidos com um programa de demissões voluntárias.

 Avaliando o impacto quase nulo nos resultados da economia brasileira, a renúncia fiscal empreendida em sacrifício pelo governo federal - e o repasse na mesma medida que o ofertado pelo governo proporcionado ao consumidor na hora do ato da compra -, o próprio governo já trabalha com a tese da suspensão do benefício fiscal concedido à determinados setores, considerados mais estratégicos na indústria nacional.

 Há uma grita geral em torno da imprensa especializada do mundo dos negócios, de que a intervenção do governo nesse caso já foi classificada como hiperativa; paliativa e até mesmo um tanto desastrosa por não ter evitado aquilo que é tido como 'pibinho'.

 Nesse sentido temos um paradoxo, entre aqueles que defendem o que parece mesmo, indefensável. Onde temos uma flagrante concentração do setor industrial, daquilo o que é concedido à ele pelo governo; num pleno exemplo de como 'privatizar lucros e socializar prejuízos' - especialmente no caso da General Motors -, e tendo por base também o outro exemplo acima descrito.   

 Com outras medidas do governo no sentido de desonerar a folha de pagamento de todos os setores da economia e também sobre o custo da energia elétrica para o setor industrial, surgem como medidas consideradas como um pouco mais consistentes, mas ainda insuficientes.

 Com o aumento dos custos em função do movimento altista do câmbio, a redução nas exportações, da queda das vendas no mercado interno e (do possível incremento da inadimplência), gera uma reação que ao menor susto, é capaz de promover demissões e já se faz sentir nas estatísticas do desemprego, mas de forma ainda moderada.

 Como reconciliar o setor produtivo com a economia saudável, que cresce; gera e distribui renda?

 E como fazer para que o investimento em infraestrutura seja tão atraente, para que seja capaz de fazer com que o governo ceda mais espaço para o setor privado nesses grandes empreendimentos?

 Isso já tem sido feito por componentes do alto escalão do Banco Central, ao sinalizarem e reafirmarem os fundamentos sólidos da economia brasileira, e que nada justifica a retranca e os juros ainda renitentes do mercado, tanto para a produção quanto para o consumo.

 Como podemos observar, o desafio de fazer a economia crescer, não pode ser tido como atribuição única e exclusiva do governo, trata-se de algo que podemos classificar até mesmo, como um preceito patriótico. Algo pelo qual se tem por parecido em 11, de cada 10 casos de sucesso entre as potências econômicas mundiais.  



  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Rio Verde moderna

 Dando seqüência ao último post, em comemoração ao aniversário de 164 anos de Rio Verde, no próximo dia 05 de agosto, vamos iniciar de onde paramos: a década de 1960, quando relatei que a cidade enfim, inebriava-se num breve período onde a dupla Mauro Borges (governador do Estado) e Paulo Campos (prefeito), inaugurava uma fase onde o centro de Rio Verde passava por sua modernização.   Ruas de terra ou calçadas com paralelepípedo em basalto davam lugar ao asfalto. O paralelepípedo teve uma outra destinação, e foi usado como guias de sarjetas das novas ruas recém-pavimentadas.  Os postes que sustentavam a rede de energia elétrica de aroeira, deram lugar a modernos postes de concreto e uma iluminação pública mais potente ganhava as ruas da cidade. Tudo da energia provida de Cachoeira Dourada.  Conta-se que a primeira rua a ser pavimentada foi a Rua João Belo, (atualmente, Rua São Sebastião no centro antigo de Rio Verde). E o asfalto ficou tão bom, que a necessidade de recapeamen

Um nome estranho; um bairro que nasceu para ser "setor"

Para quem já se 'cansou' de ler sobre a história do nosso município que nesse finalzinho de agosto -celebra seu mês de aniversário-, deve portanto saber, que a chamada "arrancada para o desenvolvimento" de Rio Verde, se deu a partir dos anos 1970.  O certo, é que a cidade seguiu o ritmo do tal "milagre econômico" dos governos militares daquela época. Mas sem dúvida, o que foi determinante em tudo isso, se deu com a fundação da Comigo, no ano de 1975.  Desde o final da década até o início dos anos 1980 porém, a expansão urbana de Rio Verde também sofreu um elevado aumento, sendo que essa situação provocou o surgimento de bairros cuja a única infraestrutura disponível, se deu somente na abertura de ruas e o traçado das quadras.  A especulação imobiliária por parte dos herdeiros de propriedades antes rurais, que margeavam os limites urbanos da cidade, abriu espaço para bairros onde atualmente se verifica sobretudo, a apertura das ruas, em que muitas delas nã

Globalismo Vs nacionalismo e o futuro da humanidade

O mundo sempre viveu conflitos entre interesses privados e coletivos; mas apesar de ser um termo novo o globalismo por sua vez, teve papel preponderante nisso, logicamente adaptado aos contextos de suas épocas.  Antes, na antiguidade, as primeiras civilizações já eram globais e dominavam outras, pela força. Não que hoje os métodos de dominação tenham mudado, porém para isso, se tornaram mais sutis, e não menos violentos.  Desse modo, a sensação de violência sofrida é que pode demorar algum tempo para ser sentida; o que não ocorre de maneira uniforme por todas as populações subjugadas.  Sem falar na corrupção, a maior aliada dos dominadores contra os subjugados. Assim, pessoas do lado dos oprimidos, se veem partidárias de seus opressores, em nome de possíveis vantagens pessoais adquiridas. Alexandre, o primeiro grande conquistador, certamente de modo involuntário, foi o primeiro a difundir o globalismo, através de seus exércitos. Porém, conforme diz sua história, ele teria chorado por n