Pular para o conteúdo principal

Expo-agro Rio Verde: crescer ou mediocrizar

 Considerada a maior exposição agropecuária do interior de Goiás, a Expo Rio Verde, que em 2015 no mês de julho realizará sua 57ª edição, parece que vem perdendo o brilho e o glamour que teve em outros tempos. E o que certamente se dá como maior responsável disso, pode ser atribuído ao pouco investimento que é feito para o crescimento da festa em relação ao lucro obtido pelo Sindicato Rural de Rio Verde (organizador do evento). E isso nada tem a ver com a atual crise pela qual o País vem atravessando.

 Há pelo o menos 26 anos que existe a promessa de se transferir o recinto de exposições para outro imóvel de propriedade do Sindicato Rural na rodovia estadual GO-174, saída para Montividiu, onde atualmente é realizado os leilões de gado da entidade. Muitos transmitidos por emissoras de televisão abertas, especializadas na transmissão desse tipo de evento por antenas parabólicas. 

 O local onde há 50 edições é realizada a festa fica no bairro residencial e comercial mais destacado da cidade depois do centro, se tornou pequeno e também gera grandes incômodos e distúrbios tanto pelo barulho, quanto pelo trânsito nos arredores do parque em época de festa. 

 O rodeio que é uma atração à parte, já há três edições não sedia a etapa internacional da PBR, "cedida gentilmente" este ano aos cuidados da SGPA, organizadora da exposição agropecuária de Goiânia. Segundo a organização do rodeio, que há mais de 20 anos está sob a coordenação de Lauro Roberto Dias, o rodeio de Rio Verde, é considerado o melhor na categoria touros do País há mais de 10 anos; e paga a maior premiação aos campeões em todo o Brasil. Este ano cerca de R$ 130 mil em prêmios.

 Os críticos do rodeio acreditam que os animais sofrem barbáries em relação ao tratamento dados à eles. Na verdade o que foi constatado, essencialmente em Rio Verde, é que ocorre exatamente o inverso do que os críticos argumentam. É o que pode ser conferido num trabalho de monografia feito por uma acadêmica de Direito (confira aqui).

 Mas certamente a maior crítica que se faz à festa, além do barulho que quase ensurdece a vizinhança do parque de exposições dos bairros adjacentes ao Popular - como o Pauzanes (bairro ao qual também margeia o recinto) -, se dá em torno dos preços cobrados por comidas e bebidas comercializadas nas barracas em seu interior. O preço dos ingressos também é fator de reclamações, apesar disso pouco influenciar em possíveis diminuições de público que visitam a feira agropecuária.

 Mesmo em épocas de crises como a atual, muitos não deixam de visitar a exposição agropecuária. É que com a proximidade da festa no mês de julho, muitas pessoas (essencialmente mulheres), capricham no visual para se tornarem cowboys ou cowgirls de ocasião. Para isso, compram roupas, botas, chapéus e acessórios para visitarem a feira (parcelados).

Etapa da Professional Bull Riders (PBR), de Rio Verde em 2010.
Etapa goiana foi "gentilmente cedida" à  SGPA  organizadora da 
da festa agropecuária de Goiânia.
 Isso de certa forma gera no mês seguinte um fenômeno muito semelhante ao que ocorre nos meses de janeiro de todos os anos, em decorrência das festas de fim de ano. O resultado disso é que o dinheiro praticamente "some" do comércio da cidade. O movimento no comércio local só vem a melhorar no mês de outubro e se recupera totalmente em novembro com a liberação da primeira parcela do décimo terceiro e as compras de fim de ano.  

 Contudo a demanda mais urgente se dá no debate em torno da mudança definitiva do recinto de exposições do Sindicato Rural de Rio Verde onde acontecem as feiras agropecuárias anuais. E isso não apenas pelo fato do incômodo do barulho em torno do elevado som dos microfones nos shows de artistas que se apresentam na festa, de locutores de rodeio, dos shows pirotécnicos ou do trânsito em função da interdição de ruas e avenidas próximas ao local, essa reflexão deve ocorrer dentro da própria diretoria do Sindicato Rural por uma questão que envolve a sobrevivência da própria festa.  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Rio Verde moderna

 Dando seqüência ao último post, em comemoração ao aniversário de 164 anos de Rio Verde, no próximo dia 05 de agosto, vamos iniciar de onde paramos: a década de 1960, quando relatei que a cidade enfim, inebriava-se num breve período onde a dupla Mauro Borges (governador do Estado) e Paulo Campos (prefeito), inaugurava uma fase onde o centro de Rio Verde passava por sua modernização.   Ruas de terra ou calçadas com paralelepípedo em basalto davam lugar ao asfalto. O paralelepípedo teve uma outra destinação, e foi usado como guias de sarjetas das novas ruas recém-pavimentadas.  Os postes que sustentavam a rede de energia elétrica de aroeira, deram lugar a modernos postes de concreto e uma iluminação pública mais potente ganhava as ruas da cidade. Tudo da energia provida de Cachoeira Dourada.  Conta-se que a primeira rua a ser pavimentada foi a Rua João Belo, (atualmente, Rua São Sebastião no centro antigo de Rio Verde). E o asfalto ficou tão bom, que a necessidade de recapeamen

Um nome estranho; um bairro que nasceu para ser "setor"

Para quem já se 'cansou' de ler sobre a história do nosso município que nesse finalzinho de agosto -celebra seu mês de aniversário-, deve portanto saber, que a chamada "arrancada para o desenvolvimento" de Rio Verde, se deu a partir dos anos 1970.  O certo, é que a cidade seguiu o ritmo do tal "milagre econômico" dos governos militares daquela época. Mas sem dúvida, o que foi determinante em tudo isso, se deu com a fundação da Comigo, no ano de 1975.  Desde o final da década até o início dos anos 1980 porém, a expansão urbana de Rio Verde também sofreu um elevado aumento, sendo que essa situação provocou o surgimento de bairros cuja a única infraestrutura disponível, se deu somente na abertura de ruas e o traçado das quadras.  A especulação imobiliária por parte dos herdeiros de propriedades antes rurais, que margeavam os limites urbanos da cidade, abriu espaço para bairros onde atualmente se verifica sobretudo, a apertura das ruas, em que muitas delas nã

Globalismo Vs nacionalismo e o futuro da humanidade

O mundo sempre viveu conflitos entre interesses privados e coletivos; mas apesar de ser um termo novo o globalismo por sua vez, teve papel preponderante nisso, logicamente adaptado aos contextos de suas épocas.  Antes, na antiguidade, as primeiras civilizações já eram globais e dominavam outras, pela força. Não que hoje os métodos de dominação tenham mudado, porém para isso, se tornaram mais sutis, e não menos violentos.  Desse modo, a sensação de violência sofrida é que pode demorar algum tempo para ser sentida; o que não ocorre de maneira uniforme por todas as populações subjugadas.  Sem falar na corrupção, a maior aliada dos dominadores contra os subjugados. Assim, pessoas do lado dos oprimidos, se veem partidárias de seus opressores, em nome de possíveis vantagens pessoais adquiridas. Alexandre, o primeiro grande conquistador, certamente de modo involuntário, foi o primeiro a difundir o globalismo, através de seus exércitos. Porém, conforme diz sua história, ele teria chorado por n