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Mostrando postagens de 2014

Talk show de esquerda

 O que dizer sobre os últimos posicionamentos dos quais poderíamos enumerar como no mínimo contraditórios da parte de Jô Soares?  O número 1 dos talk shows brasileiros, que há quase três décadas ficou conhecido por seu bordão: "beijo do gordo" - inicialmente no SBT (e mesmo antes disso com o humorístico na Globo "Viva o Gordo") -, parece que resolveu também brindar com o ósculo da amizade, aquilo o que muitos classificariam como que uma guinada à esquerda de sua parte.  Apesar de ainda fazer piadas com o escândalo da Petrobras, Jô Soares tem mantido posições firmes, quando o assunto fica sério.   Sua última interjeição, foi quando ao iniciar um comentário sobre a atuação do deputado Jair Bolsonaro em relação à deputada Maria do Rosário, foi interrompido por um rapaz da platéia que fez um louvor público ao nome de Bolsonaro. Jô quis saber de quem partia tal iniciativa e o mesmo logo se manifestou.   "Eu já ouvi muitas bobagens na minha...

Mitos sobre a elevada carga tributária e a revisão da meta fiscal brasileira

 O brasileiro de classe média ou alta, é mesmo um piadista: deseja serviços de primeiro mundo, mas quer pagar impostos da forma como acontece nas mais atrasadas das sub-democracias asiáticas ou orientais.   E o pior, acha que pode exigir que o governo cumpra suas metas fiscais, mesmo em um ambiente em que tivemos baixo crescimento - com consequente redução na arrecadação e com a sonegação de impostos beirando 500 bilhões de reais/ano -, e que ainda aumente o repasse de recursos para a saúde, a educação, a conservação de estradas e toda a infraestrutura do País.  A Globo ainda na prática da política de "inocente engana trouxa", exibirá na próxima sexta, um documentário no programa jornalístico 'Globo Repórter' sobre o padrão de vida vivido pela população da Suécia (que é desde a década de 1950 promovida pelas políticas de Estado de bem-estar social).  Já a edição do Jornal Nacional desta quarta-feira (03), engrossou o discurso alienante reacionário com um...

Por que só a indústria demite?

 O Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou hoje o índice de desemprego para o mês de outubro, que ficou em 4,7%. Um dos mais baixos para o período desde 2002. Portanto muito próximo do que indica os especialistas do conceito conhecido como: "pleno emprego".  Por que então só a indústria demite? Por que a indústria teima em continuar numa crise da qual somente ela pode sair e que para isso, precisa manifestar o desejo de sair dessa crise!?   E o essencial nessa reflexão: em qual contexto se insere o conceito de indústria? A indústria que demite é a indústria brasileira de uma forma geral, ou apenas a indústria paulista?  Esse raciocínio é importante para identificarmos o que há de verdade em torno dos argumentos usados para se justificar o fracasso apontado por alguns, que explica a decadência de nossa indústria.   Antes é preciso se entender o fenômeno da industrialização brasileira, já que desde a gênese d...

A base da pirâmide

    Artigo de João Paulo da Cunha Gomes  A felicidade é o objetivo do objetivo supremo de cada indivíduo. A felicidade do maior número de pessoas é o que almeja a sociedade.   Pretendeu-se, dentre outras coisas, quando se pensou no conceito de liberdade, no século XVIII, que esta criasse as condições para que os homens buscassem a felicidade através do desenvolvimento de suas aptidões, visando sua participação na vida política.  Idealizou-se que o Estado não deveria interferir na iniciativa individual, limitando-se a garantir outros serviços considerados essenciais à coletividade.   A livre concorrência, associada às aptidões pessoais dos indivíduos, se encarregaria de harmonizar a vida em sociedade.  Trata-se do liberalismo, que possui como sua principal obra propagandística "A Riqueza das Nações", escrita por Adam Smith em 1776.  Ocorre que essa tal liberdade, após a derrubada do Antigo Regime, na prática não ...

Somos mais de 200 mil

  Saiu ontem a estimativa populacional dos municípios brasileiros. Rio Verde agora conta exatos 202.221 habitantes, um incremento de 5.173 pessoas em um período de um ano.  Embora a população do município continue crescendo vertiginosamente - com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontando Rio Verde como uma das sete cidades que mais cresceram no período entre 2003 e 2013 -, autoridades e mesmo candidatos a autoridades acreditam que o atual nível de desenvolvimento econômico rio-verdense é satisfatório.   Argumentam ainda que seria perigoso para a saúde social do município promover novas alavancagens ao seu desenvolvimento, pois corre-se o risco do "inchaço populacional".  Ocorre que esse inchaço populacional como já diagnosticado pelo IBGE, já vem acontecendo em Rio Verde há pouco mais de dez anos, e o atual nível de desenvolvimento econômico quase não é capaz de acompanhar esse inchaço populacional.  Porém ...

O banco dos Brics

 Na semana passada um acordo histórico marcou o mundo das finanças com o anúncio da crianção do Banco dos Brics.   Os Brics, como se sabe, é o conjunto de países formado por Brasil, Rússia, China e África do Sul que juntos respondem por quase 20% do PIB mundial.  O termo na verdade nasceu de um acrônimo cunhado pelo economista do Banco Goldman Sachs, Jim O'Neill - inicialmente apenas como Bric (sem o 'S' de África do Sul) -, por meio de um estudo no qual ele aponta que essas economias num futuro próximo passariam a ter papel quase central na economia do globo.     O fato de esse acordo ter o Brasil como anfitrião enfoca o lado grande do País no cenário internacional atualmente, e o consolida como líder regional e protagonista pleno nas decisões que envolvem esses novos atores na moldura da nova ordem mundial.   O Brasil como anfitrião do acordo de criação do banco, reflete sua importância crescente no cenário das decisões multilat...

Precisa-se de emprego ou de renda?

Artigo de João Paulo da Cunha Gomes    Daí o sujeito diz assim: "O prefeito precisa trazer indústrias para a cidade. Indústria gera empregos e desenvolvimento". Daí eu observo o seguinte: São Paulo é o maior polo industrial da América Latina, e mesmo assim tem inúmeras favelas e cortiços; mesmo sendo considerada a cidade latino-americana mais rica, nela seres humanos vivem em casas de madeira e papelão. E muitas vezes, são os moradores desses cortiços que trabalham nas tais indústrias que para lá foram levadas "para promover o progresso".   Progresso? De quem? Para quem?  O mesmo ocorre em outras cidades industriais do interior, onde bairros periféricos miseráveis se multiplicam na mesma proporção em que novas indústrias se instalam. Há algo de errado com aquela fala do cidadão. A mesma controvérsia serve para aquele cidadão que diz: "O prefeito precisa fazer tal coisa, que será bom para o comércio". Daí eu pergunto: se será bom para o comérci...

É para a liberdade que Cristo nos libertou (Gl 5, 1)

  Nesta quarta-feira de cinzas (05), a Igreja Católica no Brasil dá início à Campanha da Fraternidade (CF-2014), com o tema: "É para a liberdade que Cristo nos libertou", extraído do texto da carta de São Paulo aos Gálatas no capítulo 5 versículo 1, o qual traz também seu cartaz que quer refletir sobre o tráfico humano.   As mãos acorrentadas e estendidas simbolizam a situação de dominação e exploração dos irmãos e irmãs traficados e o seu sentimento de impotência perante os traficantes. A mão que sustenta as correntes representa a força coercitiva do tráfico, que explora vítimas que estão distantes de sua terra, de sua família e de sua gente. A sombra na parte superior do cartaz expressa as violações do tráfico humano, que ferem a fraternidade e a solidariedade, que empobrecem e desumanizam a sociedade.   As correntes rompidas e envoltas em luz revigoram a vida sofrida das pessoas dominadas por esse crime e apontam para a esperança de libertação do tr...

Criminalização juvenil

  Antes de criminalizar uma criança é preciso se entender as possíveis razões que a levaram a esse suposto mundo de delinquência juvenil. Uma criança pode já nascer criminalizada por ser pobre e ter que trabalhar feito um adulto (mesmo não tendo a mesma coordenação motora que a de um adulto).  Assim, muitos acreditam que crianças e jovens podem representar uma ameaça tal qual seja a de delinquentes adultos. Dessa forma defendem veementemente formas mais rígidas e duras de punição para crianças e jovens que as quais já nasceram punidas pela pobreza.  O trabalho infantil e análogo à escravidão é uma vergonha em nosso País, mas a maior parte das pessoas preferem condenar ainda mais nossas crianças e jovens, a lutarem para liberta-los de situações de trabalhos degradantes.  Mais lamentável e estarrecedor ainda, se ouvir de pessoas ditas religiosas e (católicas) as quais nunca se levantaram para defender qualquer criança ou jovem em situação de trabalho degradante...

Sub-industrialização tardia e desindustrialização precoce

 Entre uma conversa e outra, logo nos deparamos com expressões elogiosas, porém no mínimo equivocadas sobre o progresso de cidades médias interioranas como Rio Verde.   É justamente ao tentarem enfatizar isso, que nos defrontamos com 'pérolas' como: "em Rio Verde, só não trabalha quem não quer" .    Sim, isso pode ter lá o seu fundo de verdade, mas de que tipo de trabalho estamos falando?  Frases assim são ecoadas pelos quatro cantos do País e repetidas sempre por pessoas que gozam de um relativo sucesso profissional por sempre terem disponíveis o pleno acesso aos meios de preparo, graduação e agregação de capital intelectual para que em sua boa parte, conseguissem sempre as melhores ocupações disponíveis no mercado de trabalho.   Portanto pessoas que pensam assim, estão muito mais interessadas em destilar o veneno da discriminação social - do que propriamente emitir uma opinião dentro de um amplo entendimento -, de que por mais que a ...