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TV de primeira geração

Com a popularização do rádio e do cinema, ainda no final do Século XIX, surgiu o desejo de alguns inventores, sobre a possibilidade da criação de um aparelho eletrônico, que unisse som e imagem num só produto. Com a descoberta do selênio em 1884 por Paul Nipkow em que fez uso de um disco cheio de pequenos furos, foi possível transmitir imagens por meio da luz produzida pelo novo elemento químico.

Outros experimentos de diferentes criadores entre os anos de 1906 a 1927 aperfeiçoaram a ferramenta até o surgimento da primeira emissora de TV, à qual operava em caráter experimental na cidade de Nova York, em 1928; em 1936, surge a primeira emissora em modo oficial e definitivo, a British Broadcasting Corporation, ou a famosa BBC de Londres; embora já operasse em modo experimental desde 1932.

Primeira TV de tela plana de 42 polegadas, lançada em 1997, já no padrão "slim" e que na época chegava a custar US$ 15 mil - Foto: Reddit.

Assim, a televisão inicia seu uso como meio de entretenimento comercial, a partir de meados dos anos 1930, ganhando um pouco mais de notoriedade nos anos 1940, apesar de o rádio ser ainda, muito mais popular entre as massas mais humildes. 

O fato de haver poucas emissoras ou repetidoras de sinal que transmitissem o conteúdo das grandes cidades, até as regiões mais remotas, fez o americano John Walson, criar um sistema de transmissão de sinal de TV via cabo por volta de 1948; o que melhorou muito, a recepção de sinal das emissoras no interior dos Estados Unidos e ajudou a popularizar a televisão.

TV a cores e por assinatura - as primeiras grandes evoluções da televisão

Nos anos 1950, a televisão ampliava um pouco mais seu público, mas somente com a introdução da TV à cores em 1954 através do sistema americano NTSC, foi que ocorreu a primeira grande inovação; a partir da década de 1960, ocorreu o maior aumento no número de residências com aparelhos de televisão, e o surgimento do sistema europeu de TV a cores, que tecnicamente ficou conhecido como PAL. 

Já no início da década de 1970, a TV a cabo ganha uma dinâmica comercial diferente, à qual além das cores, prometia um novo modelo na programação das emissoras com conteúdos exclusivos para quem se dispusesse a pagar por isso, através da implantação da TV por assinatura. A HBO, foi a primeira emissora a oferecer esse tipo de serviço, nos Estados Unidos, inicialmente para cerca de 360 residências. 

Entre 1984 e 1992, a TV por assinatura alcançou US$ 15 bilhões em investimentos na construção de redes de cabeamento, direcionado ao seu público de interesse. Estima-se que atualmente, nos Estados Unidos, 80% das residências disponha de algum tipo de serviço de TV por assinatura, superando as emissoras abertas convencionais (ABC, CBS e NBC).

Outra grande novidade da TV por assinatura à cabo, foram os canais monotemáticos, direcionados a públicos específicos, ao contrário da grade fixa e variada, comum nos canais de TV aberta. 

Desse modo, os canais foram separados por segmentação de público, tais como esportes (ESPN), notícias (CNN), músicas (MTV), filmes (HBO), de teledramaturgia, e alcançando até, o segmento de mercado financeiro como a Bloomberg; além de outros exclusivos para previsão do tempo. 

TV digital

Com a popularização dos computadores domésticos e da internet nos anos 1980 e 1990, sobretudo nos Estados Unidos, surgiu o interesse na criação de um sistema com transmissão de sinal configurado na codificação binária 0/ 1 (zero e um), e que se trata da linguagem entendida pelos computadores, que é o meio digital.

Entre fabricantes japonesas de aparelhos de TV como Toshiba e Sony, iniciaram testes com produtos digitais a partir de 1986, os quais dispunham de conversores internos que faziam a comutação da transmissão analógica para a digital, propiciando melhoras significativas na recepção do sinal, ainda que por transmissão aérea captada através de antenas. 

Já entre 1988 e 1991, entidades europeias se empenharam na codificação de um sinal para transmissão digital. O primeiro teste com sinal digital de TV, ocorreu durante as transmissões da Copa do Mundo de futebol em 1990, na Itália, através da rede italiana RAI.

Comercialmente, a TV digital se iniciou nos Estados Unidos, pelo serviço de TV por assinatura via satélite através das operadoras DirecTV em 1994, e por cabo, através da TCI (de propriedade da Time Warner), dois anos depois. Já em 1998 se iniciou a transmissão terrestre no Reino Unido, através do sistema DVB-T.

Ainda no final dos anos 1990, surgiram os aparelhos de TV em tela plana, concomitantes com as novas tecnologias que eliminaram o tubo e fizeram os produtos ficarem esteticamente mais bonitos e práticos, através do plasma, o LCD e o LED. De todas essas diferentes tecnologias dos novos aparelhos de TV, a que se sobressaiu, foi o LED, de onde surgiram outras, como o Q-LED.

Encarte de 1928 expunha os potenciais de 
publicidade da televisão - Foto: Wikimedia
Commons.

No Brasil a TV digital iniciou seu processo de implantação por volta do ano de 2007, em São Paulo, através de sistema próprio que se utilizou como base, uma plataforma tecnológica japonesa. 

Em sua proposta, a TV digital no Brasil prometia um software chamado "Ginga", para atividades de interatividade do telespectador com as emissoras (previsto inclusive nos conversores externos, chamados set-top box, que eram instalados para recepção do sinal digital nos aparelhos de TVs analógicas).

Mas a interatividade só veio a ocorrer algum tempo depois, de um outro modo, com a introdução das Smart-TVs (ou TVs inteligentes), às quais podem ser conectadas à internet, com acesso a plataformas de streaming e ao YouTube, porém, sem o software anunciado. 

Aliás, o streaming foi outra grande inovação da TV com o surgimento da Netflix, como a primeira empresa a disponibilizar o serviço. Criada em 1997 como um serviço de entrega domiciliar de vídeos em discos DVD e Blu-ray, a Netflix iniciou dez anos depois, o serviço de distribuição digital de conteúdo pela internet.

Agora, essa promessa de interatividade, foi relegada à TV digital de terceira geração, que está em processo acelerado de implantação no país. Mas isso, para atender demandas das emissoras brasileiras, que se sentem ameaçadas em suas hegemonias, pelas novas tecnologias de entretenimento áudio visuais no Brasil. Desta vez, o padrão americano foi o escolhido para ser adotado na implantação da TV 3.0, como tem sido chamada no país.

A Inteligência Artificial e a TV

Entretanto, enquanto muitos questionam sobre o uso das inteligências artificiais por pessoas comuns para a produção de conteúdos em vídeo na internet, pouco ou quase nada se fala sobre a possibilidade de as emissoras de TV, também fazerem uso da ferramenta para finalidades pouco nobres ou desonestas.

Até agora, as discussões sobre o futuro da TV, têm girado mais ao redor da conexão com a internet, no modelo de televisão digital que está sendo chamado de "terceira geração" ou TV 3.0. A ideia é melhorar ainda mais a qualidade da imagem, na adoção da chamada ultra definição (UHD), também conhecida como 4k; ainda mais avançada que a atual, alta definição de 1080 linhas (HD).

Uma tecnologia que já se encontra em implantação no Brasil, sem qualquer discussão ou debate junto à sociedade; e isso num momento em que os índices de audiência da televisão caem gradualmente, o que gera ainda mais questionamentos sobre o uso de recursos públicos para a implantação de uma nova tecnologia de TV.

Principalmente ainda, quando nem se discute sequer, o oligopólio de quatro grandes redes, sendo que somente uma delas, controla com folga, cerca de 35% do mercado, no faturamento com publicidade da televisão no Brasil. 

Algo que faz na prática, que não haja concorrência entre as emissoras. Sendo este, o principal motivo também, para que as emissoras declarem guerra contra plataformas de vídeo, como o YouTube, que passou a ameaçar a hegemonia da TV no Brasil, e com isso, até na preferência do mercado publicitário.

Conteúdo e programação

A televisão nos dias atuais passa por um profundo questionamento de seus telespectadores, devido a maior liberdade concedida ao público com a internet e a infinidade de opções de entretenimento disponíveis na atualidade. Com isso, o público começou a criticar a programação das TV abertas convencionais ou simplesmente deixou de assistir programas de televisão.

O que mais tem deixado o público insatisfeito com a televisão nos últimos anos, se dá na ênfase exagerada com que as emissoras inserem conteúdos de tendências militantes ao redor de causas progressistas ou identitárias, onde o público que não quer ter nenhum tipo de participação nessas pautas, pode até ser rotulado pelas próprias emissoras, como "intolerante", quando na verdade apenas, manifesta exaustão e cansaço, devido as diferentes formas repetitivas com que esses conteúdos são expostos na programação das emissoras.

Ministro das Comunicações discursa durante evento de lançamento da TV 3.0 em Brasília; governo demonstra pressa na implantação do novo modelo de televisão no Brasil, para atender demandas das emissoras, preocupadas com a perda de audiência para plataformas de vídeo e streaming na internet - Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil.

O resultado é que a audiência das TVs abertas vem caindo ano após ano; também muito em parte ao que já foi mencionado, como o acesso do público cada vez maior à TV por assinatura ou serviços de streaming pela internet. 

A grande vantagem para o público mais exigente, se dá na segmentação de conteúdo como se observa disponível, nos serviços de televisão para assinantes, mas também personalizados para públicos distintos, tanto no streaming, quanto em outras plataformas de vídeo, na internet. 

A reação das emissoras convencionais no entanto, atentam para tendências anticoncorrenciais, onde declaram guerra aberta contra as plataformas de vídeo e de streaming, levando em consideração até, contas de pessoas desconhecidas que publicam seus conteúdos, mas com razoáveis visualizações em plataformas de vídeo na internet como o YouTube. 

Esse comportamento da parte das grandes redes de TV, deveria deixar os órgãos nacionais de defesa da concorrência, atentos aos passos dos empresários de comunicação ao redor do mundo. Algo que servisse até, para evitar o que ocorreu no Brasil com a TV por assinatura, que se tornou extremamente cara, fazendo com que a maior parte das pessoas voltasse a assistir TV aberta.

Outra questão que tem levado o público a gradualmente deixar o hábito de assistir TV, se deve ao fato de que mesmo entre as emissoras privadas, o forte patrocínio público de governos, passe a fazer com que o conteúdo da programação seja direcionado a questionar mais, hábitos considerados desabonadores ou desaprováveis do próprio público telespectador, que dos governos.

Ou seja, como as emissoras são patrocinadas pelos governos, evitam falar de desvios éticos envolvendo figuras da administração pública, e passa a direcionar o foco, para ações e atitudes de pessoas comuns.

Como resultado disso, essencialmente no Brasil, se deu no surgimento dos programas jornalísticos ditos "comunitários" onde o conteúdo policialesco vigora na exibição de reportagens em que a polícia está sempre em evidência, contra pessoas comuns da sociedade, "pegas" cometendo algum tipo de delito ou desvio ético, enquanto autoridades patrocinadoras das emissoras, são poupadas de qualquer exposição negativa, envolvendo seus nomes. 

Confira abaixo, o estilo de jornalismo comunitário (e que chega a ser cômico), onde o foco demasiado em pessoas comuns, serve para desviar atenções sobre atos das autoridades:

História da televisão no Brasil

Após uma visita à sede da RCA - Radio Corporation of America - em Nova York, no ano de 1944, o magnata das comunicações no Brasil, Assis Chateaubriand, se interessou em ingressar no ramo de televisão. Na época, sua empresa, a Diários Associados, já era o maior conglomerado de mídia da América Latina, controlando jornais, revistas e emissoras de rádio por todo o país.

Contudo, Chateaubriand foi aconselhado pelos diretores da RCA de que o Brasil, naquela época, não dispunha de um mercado maturado o suficiente para receber investimentos no desenvolvimento de uma TV comercial, e que além disso, era preciso aguardar o término da Segunda Guerra Mundial, que só se encerraria em setembro de 1945, para que pudesse adquirir os equipamentos.

Outra recomendação foi para que o empresário brasileiro fortalecesse primeiro, sua rede de rádios, encabeçada pelas rádios Tupi do Rio de Janeiro e de São Paulo. Mas Assis Chateaubriand estava decidido a se inserir no negócio de televisão no Brasil e rapidamente conseguiu fechar contratos de publicidade que financiaram os investimentos necessários para viabilizar a primeira emissora de TV do país.

Desse modo, entre burocracias para a concessão dos canais do Rio de Janeiro e de São Paulo, a inauguração da primeira emissora de TV da América do Sul, só ocorreu em 18 de setembro de 1950 com o nome de TV Tupi, na capital paulista. Não fosse por isso, a TV Tupi, poderia ter sido a primeira emissora a surgir na América Latina, perdendo o título por questões de semanas, para uma empresa mexicana. 

Em janeiro de 1951, o Rio de Janeiro era contemplado com a novidade vindo a sediar a segunda emissora, tanto de propriedade do Diários Associados, quanto a surgir no país, também com o nome de TV Tupi. 

Em seguida entrou no ar a TV Paulista, em 1952, sendo a primeira concorrente de Chateaubriand no ramo. Inicialmente de iniciativa do político e empresário Oswaldo Ortiz Monteiro, que em 1955 repassou o controle da emissora a Victor Costa. Com sua morte, Victor Costa Júnior herda a emissora do pai em 1959, administrando a TV Paulista em meio a sucessivas crises, vindo a se desfazer da mesma em 1965.

Assis Chateaubriand, o primeiro grande magnata
das comunicações no Brasil, foi o responsável
pela implantação da televisão no país - Foto:
Wikimedia Commons.
A TV Record foi a terceira emissora a entrar no ar e estreou em 1953 em São Paulo, por meio do empresário Paulo Machado de Carvalho; depois foi a TV Rio, de propriedade de João Batista do Amaral, que ocupava o canal 13 no Rio de Janeiro, iniciando suas atividades em 1955. A TV Continental foi outra emissora carioca a entrar em operação em 1959, fruto de uma sociedade dos empresários Rubens Berardo, Carlos Berardo e Murilo Berardo.

A primeira emissora de TV a surgir no interior do Brasil, foi a TV Santos, em 1957, na cidade de Santos, no litoral do estado de São Paulo. A emissora também era de propriedade da Organização Victor Costa, a mesma da TV Paulista.

Mas foi a TV Excelsior, a emissora que realmente mexeria no mercado de televisão no Brasil, a partir de 1960 e abalaria as estruturas da TV Tupi, brigando quase que ponto a ponto pela liderança de audiência em São Paulo com a TV Record, fazendo a Tupi amargar o terceiro lugar, durante pelo menos, a primeira metade da década de 1960.

Já a TV Brasília, também de propriedade do Diários Associados de Assis Chateaubriand, foi a primeira emissora de televisão a surgir fora do eixo Rio/ São Paulo e também a primeira, da nova capital federal, inaugurada na mesma data que Brasília, em 21 de abril de 1960. 

Também em 1960, porém em setembro (e dez anos depois de inaugurada a TV Tupi), Assis Chateaubriand cria a TV Cultura. Com o início das transmissões da TV Cultura pelo canal 2, houve interferência no sinal da Tupi, que operava no canal 3, na capital paulista. Para sanar o problema, a Tupi foi transferida para o canal 4, vindo a permanecer no mesmo até seu fechamento em 1980.

Em 1967, o governo do estado de São Paulo, cria a Fundação Padre Anchieta e através desta, adquire a TV Cultura do Diários Associados; como inicialmente o propósito da programação da TV Cultura, era a veiculação de programas de conteúdo mais erudito, com a aquisição da emissora pelo governo paulista, a programação adota um caráter mais educativo.

Com o golpe militar de 1964, o empresário Mário Wallace Simonsen, proprietário da TV Excelsior, começa a sofrer perseguições políticas a partir do ano seguinte, repassando por isso, o controle da emissora para Wallace Simonsen Neto, que geriu a TV Excelsior até sua falência em 1970. Em 1971 a TV Continental do Rio de Janeiro, também encerra suas transmissões.

A Excelsior se notabilizou ainda, com a primeira tentativa de formação de uma rede de televisão no Brasil, através do sistema de afiliação, com o surgimento de outras emissoras pelo interior do país, tais como a TV Gaúcha (atual RBS) de Porto Alegre, Rio Grande do Sul; a TV Triângulo (atual TV Integração) em Uberlândia, Minas Gerais; a TV Anhanguera em Goiânia, Goiás; e a TV Centro América em Cuiabá, Mato Grosso; todas surgidas por volta dos anos de 1962 e 1963.

A diferença entre o modelo de rede da TV Excelsior com a Tupi ou a Record (que foi implantada por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, em sua rápida passagem pela Excelsior), era que enquanto essas duas últimas, se tratavam de "redes" de TV com emissoras próprias ou associadas por vínculo de parentesco de seus proprietários (como na caso da Record e a TV Rio), a Excelsior buscou parceiros independentes que se afiliaram à rede. 

Entretanto, como havia limitações tecnológicas, não era possível a transmissão do sinal simultâneo, tal como é hoje. A programação era compartilhada por meio da distribuição de fitas para que as afiliadas exibissem programas, noticiários ou novelas produzidas pela cabeça de rede da TV Excelsior, em São Paulo. 

Concomitante ao início das perseguições do regime militar a Mário Wallace Simonsen que culminaram na crise que resultaria na falência da Excelsior, surge no Rio de Janeiro, a TV Globo em abril de 1965, de propriedade do jornalista Roberto Marinho que já controlava o jornal O Globo e a Rádio Globo.

Ainda no mesmo ano, Roberto Marinho adquiriu a TV Paulista, que como já mencionado, passou por sucessivas crises; dando origem à TV Globo de São Paulo.

Já em maio de 1967, entrava no ar a TV Bandeirantes, pelo canal 13 de São Paulo, numa iniciativa de João Jorge Saad; surgida a partir da Rádio Bandeirantes, que pertenceu ao sogro de João Jorge Saad, o ex-governador, Ademar de Barros.

O relativo sucesso da TV Bandeirantes até os dias de hoje, em muito se deve, às suas suas origens na Rádio Bandeirantes e que atualmente, se utiliza da nomenclatura "Band". Depois do falecimento de João Jorge Saad em 1999, seu filho Johnny Saad, assumiu o controle do Grupo Bandeirantes de Comunicação, o qual envolve outras empresas de rádio e TV. 

Os magos da televisão brasileira

Após fazerem fama como executivos de prestígio que passaram por emissoras de grande sucesso no final dos anos 1950 e o início da década de 1960, Walter Clark e José Bonifácio Sobrinho (o Boni), foram contratados para trabalharem na TV Globo, no Rio de Janeiro, depois do sucesso estrondoso da dupla na TV Rio, onde alcançaram grandes índices de audiência.

Clark aproveitou as crises das concorrentes para melhorar o portfólio da Globo, primeiro convidando atores e atrizes da Excelsior, como Armando Bógus, Regina Duarte, Francisco Cuoco, Tarcísio Meira, Paulo Gracindo, Glória Menezes, Fernanda Montenegro e Dina Sfat, para compor o elenco de novelas da TV Globo. 

Com a estruturação do departamento de teledramaturgia da emissora, Boni contratou ainda, Daniel Filho, que saiu da TV Rio para dirigir o novo núcleo que seria responsável pela produção das telenovelas. 

Depois, houve a contratação de âncoras de telejornais de outras emissoras como Cid Moreira, que com o fim, do noticiário "Repórter Esso" na TV Tupi, abriu espaço para o surgimento do Jornal Nacional; Cid que apresentou outros noticiários na TV Excelsior, se tornou o rosto e a voz padrão do novo telejornal noturno da Globo, desde a sua estreia até 1998, quando foi substituído pelo atual âncora, Willian Bonner.

Além disso, os dois executivos (Boni e Walter Clark), iniciaram conversações para que as primeiras emissoras independentes (Triângulo, Gaúcha, Anhanguera e Centro América) inicialmente afiliadas da Excelsior, se afiliassem à Globo.

Com o surgimento da Embratel e o sistema de transmissão por micro-ondas, tornou possível a transmissão simultânea do primeiro programa em rede da TV brasileira, o Jornal Nacional, já logo no dia de sua estreia, em 1º de setembro de 1969, surgindo a partir daí, a Rede Globo.

Com a morte de Assis Chateaubriand em 1968, o condomínio acionário do Diários Associados, foi repassado para alguns dos funcionários de elite da empresa, que passaram a administrar a TV Tupi, à qual precisava retomar a liderança de audiência perdida para Record e Excelsior, mas que com a crise desta última, havia retomado o segundo lugar. Contudo, a grande novidade era ascensão rápida e meteórica da Globo, que já disputava ponto a ponto, a audiência nas praças de São Paulo e Rio de Janeiro.

Desse modo, o Diários Associados deu início à formação da Rede Tupi, à qual tinha a vantagem de já possuir muitas emissoras próprias, tais como a Tupi do Rio de Janeiro; a TV Itacolomi, em Belo Horizonte; a TV Brasília e a TV Goyá (atual Record Goiás, em Goiânia); a TV Piratini, Porto Alegre; a TV Rádio Clube de Recife, Pernambuco; TV Ceará, em Fortaleza e a TV Paraná, em Curitiba.

Logo da TV Goyá, emissora própria do Diários 
Associados na capital de Goiás entre 1961 e
1983 - Foto: Divulgação/ Wikimedia Commons.
Além disso, houve a adesão de outras emissoras independentes, como a TV Uberaba, surgida em 1972, cuja sede ficava na cidade homônima, no interior de Minas Gerais e que hoje faz parte do rol de emissoras próprias do Grupo Bandeirantes, tendo por isso, adotado o nome de Band-Triângulo. 

Após a introdução da TV à cores no Brasil em 1972, à qual se utilizou da plataforma europeia PAL (inferior ao padrão americano NTSC, apresentando cores menos vívidas que o concorrente originado dos Estados Unidos), Tupi e Globo intensificaram a formação de suas redes de televisão.

Contudo, com a nova lei de radiodifusão que entrou em vigor em 1962, à qual previa que além de não ser permitido o uso de capital estrangeiro nas emissoras de televisão brasileiras, como foi o caso da norte-americana Time-Life e a TV Globo, as redes deveriam se limitar em até cinco emissoras próprias por cada grupo empresarial de comunicação.

Embora o Diários associados já possuísse bem mais emissoras próprias que isso, cerca de 15, foi permitido o caso em sua excepcionalidade. Inicialmente também, houve divergências entre diretores do Diários Associados para se saber qual das emissoras (se a Tupi do Rio de Janeiro ou a de São Paulo), seria a cabeça de rede, ou seja, a geradora do sinal para as afiliadas. 

No fim, ficou definido que ambas seriam geradoras para a rede que se desdobrou em duas. Desse modo a Tupi carioca passou a transmitir o sinal para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e a Tupi paulistana, para o restante da Região Sudeste (menos Rio de Janeiro e Guanabara), além dos três estados da Região Sul.

A partir de 1972, a Globo assumiu de vez a liderança absoluta de audiência da TV brasileira, na maior parte dos horários do dia; principalmente noturnos, com o sucesso das telenovelas, após a contratação do casal de autores para folhetins televisivos, Dias Gomes e Janete Clair. 

Com Janete, nesse mesmo ano, a emissora alcança a marca de 100% de audiência em um único capítulo específico da novela "Selva de Pedra", protagonizada por Francisco Cuoco e Regina Duarte.

Em 1973, a Tupi ensaia uma certa reação na audiência com a produção de telenovelas de peso, de autoria de outra grande novelista, Ivani Ribeiro, responsável por novelas como: "Mulheres de Areia" (a única da lista em preto e branco), "A Barba Azul", "A Viagem" e "O Profeta"; todas líderes de audiência nos horários de suas exibições.  

Em 1974, tanto a Tupi quanto a Globo, já exibiam mais de 85% de suas programações em cores; nesse mesmo ano, estreou na Tupi de São Paulo, o programa humorístico "Os Trapalhões", composto pelo quarteto: Renato Aragão (o Didi), Dedé Santana, Mussum e Zacarias. Sucesso no horário noturno dominical da Tupi, incomodou tanto a Globo, que mesmo contrariando um pouco, o tal "padrão Globo de qualidade", foram contratados pela emissora carioca em 1977.

O nascimento da TVS e o embrião do SBT

Sentindo o cerco da Globo se fechando contra si, Silvio Santos faz sociedade com o humorista Manuel de Nóbrega, bastante conhecido desde os tempos da TV Rio, com o programa "Praça da Alegria", e consegue a concessão do canal 11 do Rio de Janeiro, que entrou no ar em 1976 com o nome de TV Studios ou TVS.

Com a venda da TV Rio em 1972, para a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos que já controlava a TV Difusora em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Silvio Santos acerta a mesma parceria, entre a TVS no Rio de Janeiro, com a Record em São Paulo, para o compartilhamento de conteúdo das duas emissoras, do mesmo modo que havia com a TV Rio.

Já a Tupi, em 1977, começa a evidenciar a crise que culminaria no seu fim, três anos mais tarde, contudo, a exibição da majestosa novela "Éramos Seis", de autoria de Rubens Ewald Filho e Silvio de Abreu, deu um certo impulso na audiência da Tupi, enquanto a Globo, exibia a sofisticada novela "Locomotivas", com autoria de Cassiano Gabus Mendes (então ex-diretor artístico da Tupi), que já vinha de outro sucesso no ano anterior na Globo, "Anjo Mau", produzida ainda em preto e branco.

Para piorar, um incêndio destruiu os novos equipamentos adquiridos pela emissora do Diários Associados, os quais nem chegaram a ser usados.

Elenco principal da novela "Éramos Seis", exibida pela TV Tupi em 1977. De pé: Carlos Augusto Strazzer, Carlos Alberto Riccelli, Maria Isabel de Lizandra e Ewerton de Castro; sentados: Nicette Bruno e Gianfrancesco Guarnieri - Foto: Divulgação.

Com a acentuação da crise na Tupi, o presidente militar João Figueiredo (1979 - 1985), resolve encerrar as atividades da emissora, de modo definitivo em julho de 1980; um feito que faria a Globo ainda mais forte, tendo em vista que as concessões da Tupi, foram divididas em duas: dando origem ao SBT em 1981, na praça de São Paulo, e da Manchete em 1983, no Rio de Janeiro. 

As demais emissoras próprias do Diários Associados, se tornaram afiliadas das novas redes estreantes, tais como a TV Alterosa de Belo Horizonte (antiga Itacolomi) e Goyá de Goiânia, às quais passaram a fazer parte da Rede SBT; já a TV Brasília, que inicialmente passou a retransmitir o SBT na capital federal, logo mudou de afiliação, após o início das atividades da Rede Manchete. Atualmente, o SBT possui emissora própria em Brasília.

Após o fechamento da Tupi, todo o casting de atores e atrizes mais proeminentes, tais como Eva Wilma, Carlos Zara, Luís Gustavo, Nicette Bruno, Irene Ravache, Adriano Reys, Paulo Goulart, Beth Goulart, John Herbert, Cleyde Yaconis, Bruna Lombardi, Carlos Alberto Riccelli, Cláudio Corrêa e Castro, além de Elias Gleizer, se transfere para a Globo. 

Lima Duarte e Tony Ramos, já haviam ido para a Globo, ainda antes do fechamento da Tupi. Já os consagrados atores Rubens de Falco, Carlos Vereza e Cláudio Marzo, oscilavam em papéis alternados entre as duas casas. Rolando Boldrin, que também fez muitas novelas na Tupi, só foi para a Globo, em 1981, para apresentar o programa de música sertaneja e regional "Som Brasil", nas manhãs de domingo.

E com eles, a autora de novelas, Ivani Ribeiro, também se transfere para a Globo, onde pôde fazer remakes de seus sucessos da Tupi, tais como "A Barba Azul" de 1974, que na Globo adotou o título de "A Gata Comeu" em 1985; além de "Mulheres de Areia" em 1993, "A Viagem" em 1994 e "O Profeta" em 2006.

Em 1989, Paulo Machado de Carvalho, vende o controle da Record para o líder da Igreja Universal, bispo Edir Macedo. Carvalho, na ocasião, dividia 50% da Record com Silvio Santos, que também cedeu sua parte ao bispo. Após isso, Edir Macedo quita todas as dívidas da Record e inicia a formação da rede em alcance nacional, tendo em vista que até 1990, a Record só disponibilizava seu sinal para as regiões Sul e Sudeste.

Com a expulsão da TV Goyá, de Goiânia, pelo SBT em 1988 (após ter sido vendida pelo Diários Associados em 1983, já que a obsolescência de seus equipamentos vinha comprometendo o sinal do SBT em Goiás), o empresário João Alves de Queiroz Filho, na época, controlador do grupo industrial alimentício Arisco, adquire uma concessão em 1988, se afiliando ao SBT na capital goiana com a TV Serra Dourada em 1989. 

Já a TV Goyá, a primeira emissora de televisão de Goiás surgida em 1961 por iniciativa do Diários Associados com o nome de TV Rádio Clube, foi adquirida por Edir Macedo, se tornando uma das emissoras próprias da Rede Record, após passar por uma breve afiliação à TV Rio (outra, que nada teve a ver com a primeira, fechada em 1977, embora ocupasse o mesmo canal 13, e também tivesse tido a direção de Walter Clark, sendo atualmente, a Record Rio). 

O Diário Associados voltou a ter emissora própria na capital de Goiás, em 1996 com a TV Goiânia, desta vez, afiliada à Band, mas se desfez da emissora para Wellington Salgado de Oliveira em 2002. Em 2024, Salgado de Oliveira perde a afiliação junto à Band para o empresário Gilson Almeida, da TV Sucesso, que antes estava afiliada à Record, cobrindo parte do interior de Goiás.  

A Manchete, mesmo emplacando grandes sucessos em teledramaturgia, como a novela "Pantanal" de Benedito Ruy Barbosa, contraiu muitas dívidas, com outras produções mais caras, que procuravam rivalizar em qualidade com a Globo, tais como "Amazônia" e "Brida", mas que não geraram resultados em publicidade para a emissora, tal como "Pantanal" e sua sucessora, "A História de Ana Raio e Zé Trovão". 

Enquanto isso, Benedito Ruy Barbosa deixava a Manchete para voltar à Globo, onde escreveria outros grandes sucessos como "Renascer", "O Rei do Gado" e "Terra Nostra", sempre com o mesmo enredo rural onde haviam dois grandes fazendeiros rivais, do mesmo modo que na novela "Pantanal".   

Já o SBT, manteve a hegemonia no domingo, nas décadas de 1980, 1990 e 2000 com o Programa Silvio Santos, além de outros apresentadores como Gugu Liberato e Eliana, mas não conseguindo emplacar grandes sucessos em teledramaturgia, recorrendo por isso, à importação de folhetins mexicanos para complementar o catálogo de novelas da emissora, que também fez produções próprias com remakes baseados em estórias vindas do México.

Silvio Santos, discursa durante solenidade de assinatura da concessão
do SBT em agosto de 1981 - Foto: Arquivo Público/ YouTube.

O SBT conseguiu apenas, se manter num confortável segundo lugar até a década de 2010, vindo a ceder a posição para a Record, e que com a criação de outras fontes de renda, ajudaram a financiar a estrutura da emissora paulista, tal como a Tele Sena (um tipo de título de capitalização popular com sorteios semanais), tendo em vista, a enorme fatia do mercado publicitário de TV, concentrado nas mãos da Globo.

Hoje SBT e Record, praticamente empatam no segundo lugar, enquanto a Globo, reina absoluta na liderança, bem à frente das rivais. Com o falecimento de Silvio Santos em agosto de 2024, suas filhas (em especial, Daniela Beyruti), assumiram a direção do SBT de modo definitivo, já que Silvio Santos, havia deixado a gestão de suas empresas, desde a pandemia de Covid-19 em 2020.

Indenização ao Diários Associados e a frustrada tentativa de volta da Tupi

Após vencer uma disputa judicial contra o governo federal, em função do fechamento arbitrário da Tupi em 1980, o Diários Associados recebe ação indenizatória por isso em 1998. O grupo de comunicação que transferiu sua sede para Brasília, viu a possibilidade de voltar a ter uma rede de televisão nacional através da Manchete que desde a morte de seu proprietário (Adolpho Bloch em 1995), veio perdendo audiência e receita; mas inexplicavelmente, a empreitada do Diários, não obteve sucesso.

Em 1999, a Manchete entra em uma crise irreversível, cedendo lugar para a entrada do Grupo TeleTV, de propriedade de Marcelo de Carvalho e Amilcare Dallevo Jr., que adquiriram a concessão junto ao Ministério das Comunicações, surgindo daí a RedeTV, que hoje registra uma das audiências mais baixas da TV aberta, chegando a ser superada inclusive, pela emissora católica Rede Vida, de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo.

O poder da televisão no Brasil

Desse modo, com o concentrado mercado de TV aberta comercial no Brasil, nas mãos da Globo, faz da televisão brasileira um meio tão poderoso não presenciado em nenhum outro lugar do mundo. Hoje a Globo, além da liderança no mercado brasileiro de TV, ocupa a segunda colocação em nível global, tanto em estrutura, quanto em faturamento, só perdendo para a rede de TV americana ABC, de propriedade da Walt Disney Company.

A extrema concentração de mercado, põe em risco inclusive, a própria democracia no Brasil já que a emissora carioca adota a postura de "diário oficial do país", onde tudo o que é publicado nela, praticamente se faz como "verdade absoluta" (e inquestionável) ou simplesmente determinado como "lei". 

Exatamente por isso, não somente a Globo, mas os demais grandes grupos de comunicação do país, apoiam iniciativas das autoridades, no sentido de cercear a liberdade de expressão da parte de pessoas comuns, nas redes sociais, sob o pretexto de se combater supostos "crimes de ódio" ou "delitos de opinião" (não previstos inclusive na legislação brasileira), além de práticas às quais se convencionou chamar de "fake news" (ou notícias falsas), sem que haja uma definição clara a esse respeito.

Os veículos de imprensa, de um modo geral, se veem ameaçados em seu "monopólio da verdade" (e até, da manipulação da verdade); onde informações espinhosas são ocultadas para preservar aqueles que estão no domínio da cena pública (ou privada), de natureza coletiva nacional e essas práticas virem sendo constantemente questionadas pelo público com acesso às redes sociais. 

Vale lembrar por isso, que a Globo surgiu e se consolidou durante a ditadura militar no Brasil (1964 - 1985); regime o qual, a ajudou muito, fechando grandes concorrentes como a Excelsior e Tupi; e mesmo após a redemocratização, se manteve sempre entre os donos do poder político nacional, apenas com uma rara exceção. 

Além disso, a Globo chegou até, a se aventurar na formação de redes de televisão fora do Brasil, como no caso da Tele Monte Carlo, na Itália, durante a década de 1980, cuja empreitada foi descontinuada por força do magnata e político italiano, Silvio Berlusconi. 

Outra tentativa internacional da Globo, foi em Portugal, através da SIC; tendo a rede brasileira participação de 15% na emissora portuguesa até 2003, quando a vendeu a um banco lusitano de investimentos.

Sem mencionar os meandros usados pela emissora carioca, para enfraquecer, neutralizar e até eliminar concorrentes, em plena democracia, como no caso da Manchete. 

Algo que também se tornou razão de desabafo de Silvio Santos, em um de seus programas dominicais na década de 1980, onde destacou o caso de Sergio Chapelin, que chegou a apresentar um programa de auditórios no início do SBT, mas sofreu enorme sabotagem de anunciantes por influência da Globo e se viu forçado por isso, a voltar a apresentar telejornais em sua antiga casa. 

Parte das histórias envolvendo a Globo e suas concorrentes, pode ser conferido no documentário produzido por uma emissora de TV britânica, de 1993, disponível no YouTube, confira abaixo:

Outra curiosidade sobre a trajetória da Globo, é que mesmo após a morte de seu fundador, o jornalista Roberto Marinho em 2003, a emissora que passava por uma crise na época, foi contemplada com tanta ajuda do governo, que se reergueu; saindo de quarta maior rede de TV do mundo, para ocupar a segunda colocação no ranking global.

Nenhuma iniciativa no sentido de diminuir o poder da Globo, é notada da parte das autoridades brasileiras; nem mesmo no órgão de controle da concorrência, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). 

Pelo contrário, de certo modo, acabam corroborando ainda mais o poderio da empresa de comunicação, ao fazerem "vistas grossas", pelo fato de o governo federal despejar vultosas somas de dinheiro público, na forma de publicidade oficial. Uma prática que também ocorre entre os governos locais e as afiliadas da Globo (e até de outras redes e suas emissoras parceiras), espalhadas pelo país

Somente entre 2023 e 2024, o governo federal desembolsou junto à Globo, cerca de R$ 177,2 milhões, tudo sem nenhum questionamento dos órgãos de controle ou monitoramento das contas públicas, como o Tribunal de Contas da União - TCU ou a Procuradoria Geral da República - PGR. 

É muito dinheiro público que ajuda a concentrar ainda mais, o mercado de TV aberta no país; e pelo que tudo indica, varia conforme a preferência dos governos, sem passar por nenhum tipo de concorrência ou licitação pública. 

Algo que chega a colocar uma concessão pública, contra a própria população, caso esta se revolte em objeção a medidas que acredita serem prejudiciais ao seu conjunto, da parte do governo, como no caso dos mal-entendidos envolvendo o sistema digital de pagamentos do Banco Central, o Pix, e o governo federal; tratados tanto pelo governo, como pela imprensa (principalmente a Globo), como "fake news".

Possibilidade de volta da Tupi

No final de 2024, o site Na Telinha, publicou um post, no qual expôs a possibilidade de retorno das atividades da TV Tupi por iniciativa de um grupo de empresários, desconhecidos no meio; outros youtubers que abordaram o assunto, afirmam que a ideia de retorno da Tupi, teria partido da própria diretoria do Diários Associados, em Brasília. 

De início, a proposta seria de que os programas fossem exibidos pelo YouTube com estreia prevista para março de 2025, para depois se requisitar uma concessão junto ao governo federal. Nada porém foi confirmado, havendo por isso, muitas incógnitas.

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