Desde a invenção do cinematógrafo pelos irmãos franceses Auguste Marie Lumière e Louis Jean Lumière em 1895, o Cinema passou por inúmeras sofisticações.
Mesmo outras criações precursoras do que viria a ser definitivamente a "Sétima Arte" como a conhecemos hoje, também foram fundamentais para o seu aperfeiçoamento até que pudesse adotar características comerciais de entretenimento.
No início, apenas as imagens, sem som e muito menos cores; geralmente projetadas em um tipo de tecido na cor branca ou em materiais vinílicos de mesma tonalidade que vemos nas modernas salas de hoje em dia, embora até uma parede possa ser improvisada para projetar um filme em movimento.
Em 1926, a gigante norte-americana Warner Bros introduziu o Vitaphone, tornando possível no ano seguinte, a exibição do primeiro filme falado ("The Jazz Singer" - "O Cantor de Jazz").
A voz do protagonista da trama, ecoou nas salas de cinema, encantando os espectadores; a obra cinematográfica levou o Oscar pelo ineditismo da aplicação do som.
As cores
O modelo rudimentar e trabalhoso de imprimação manual de cores diretamente nas películas de filme, desenvolvidas por Thomas Edison através de um aparelho chamado kinetoscópio, garantiu uma das primeiras tentativas de se dar cor aos filmes, ainda no final do Século 19.
Porém apenas com o desenvolvimento do Technicolor as primeiras exibições cinematográficas em cores, foram iniciadas em 1935, vindo a se consagrar com a mega produção "...E o Vento Levou" de 1939.
Hoje o Cinema evoluiu do padrão 3D ao 5D onde o espectador se sente ambientado no filme; além do movimento das poltronas, tem sensações como vento, fumaça, bolhas de sabão e até cheiro.
Por outro lado, as tecnologias de exibição dos filmes, se mesclam a outras, que se inserem na produção dos mesmos. O mais usado, principalmente nas tramas envolvendo super heróis, é o chroma key; um recurso que faz uso de um fundo verde, onde após a filmagem das cenas, um cenário em computação gráfica é inserido.
O uso exagerado da técnica, tem feito os filmes ficarem cada vez mais artificiais e menos realistas. No entanto, há diretores de cinema que não são seduzidos tão facilmente pelo chroma key. Um exemplo é Christopher Nolan, que usa poucos recursos gráficos em seus cenários, e o resultado são filmes mais realistas e portanto melhores.
Nolan sabe usar o recurso onde realmente é indispensável, como na criação do buraco negro no filme Interestelar; de resto, o diretor de O Cavaleiro das Trevas, A Origem, e Oppenheimer sabe extrair o melhor de cenários físicos montados, que outros criados em computação gráfica.
O diretor fez escola nos filmes de super heróis e deixou seu legado; tanto que prestou alguma assessoria a Zack Snyder na produção de O Homem de Aço e outros filmes do universo DC.
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Filmagem de cena do filme Superman, o Retorno (2006) em chroma key - Foto: Divulgação/ Warner Bros. |
Mas foi em The Batman de 2022, com direção de Matt Reeves, que mais se evidenciou a herança da marca de Christopher Nolan no gênero.
A tecnologia logicamente tem suas vantagens, porém, o excesso no seu uso, é que torna as tramas mais artificiais e menos emocionantes.
Um exemplo é o filme "Gravidade", de 2013, com Sandra Bullock e George Clooney, onde as cenas na órbita da Terra, obrigatoriamente, tornam o uso do chroma key, indispensável.
O fato é que o excesso de tecnologia empregado nas imagens, acaba por mascarar a produção de filmes sem qualidade de roteiro e com histórias pobres em conteúdo.
Essencialmente nos filmes de super heróis ou de bestas feras como gorilas de 60 metros de altura, monstros vindo dos mares ou enormes tubarões, demonstra que o chroma key dá um ganho ao Cinema em cenas pirotécnicas, mas perde também num melhor aproveitamento do público, no protagonismo dos atores.
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