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Chapadão, a historia de uma terra "que mana leite, mel" (e soja)

 Montividiu, é a cidade sede de um dos municípios mais promissores e produtivos de Goiás. Pequena no tamanho, mas grande na produção de grãos. A antiga corrutela criada por volta de 1907, antes conhecida por "Chapadão" (cuja a região é assim conhecida ainda nos dias atuais), se tornou uma verdadeira gigante na produção agrícola goiana.

 Isso porque a localidade está bem no meio do cinturão da soja de Goiás (formado pelos maiores produtores goianos tais como Rio Verde, Jataí e Caiapônia). 

 Montividiu conta hoje com uma população acima de 13 mil habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB), na ordem de R$ 845,64 milhões, figurando-se entre as 45 maiores economias do estado.

 Aniversariante do mês, foi emancipada no dia 30 de dezembro de 1987 após exatos 80 anos sob território então pertencente a Rio Verde, desde que foi criada em 28 de novembro de 1907 por Carlos Barromeu Peres.

 Barromeu, após adquirir propriedade na região, logo passou a promover festejos religiosos em louvor a Nossa Senhora da Abadia, na intenção de atenuar o ataque de indígenas nas fazendas próximas. 

 Com o tempo, a pequena Chapadão, logo (em 1938), deu lugar ao distrito de Montividiu, homônima de um rio que corta seu perímetro urbano e que significa "o monte dividido pelo rio" ou "o rio que dividiu o monte".  

A Praça "dos Dinossauros" é cartão-postal em Montividiu que completou 34 anos de emancipação política neste dia 30 de dezembro - Foto: Reprodução/ Viajando Todo o Brasil.

 O boom do crescimento agrícola a partir da década de 1970 em Rio Verde, fez Montividiu seguir a mesma vocação econômica que mais tarde lhe daria meios de se emancipar. 

 Foi através da instalação de colônias rurais de comunidades vindas dos Estados Unidos, da Bielorrússia e agricultores paulistas e sulistas na região, que deu impulso ainda maior à economia local. 

 O município é cortado, por importantes rodovias estaduais, como a GO-174 (que liga a cidade de Montes Claros de Goiás à divisa com o estado de Mato Grosso do Sul). A GO-050 é ainda, o trajeto mais curto entre Montividiu e a capital do estado; já a GO-220 corta a região mais densa da produção agrícola do município entre Jataí e Caiapônia.

 A cidade possui ainda agências bancárias, um comércio consolidado com lojas de móveis e eletrodomésticos e até revendas agrícolas, como uma loja da John Deere; unidades de armazenamento de grãos das principais tradings agrícolas presentes no país, tais como ADM, Bumge, Caramuru, Comigo e Cargill, além de outras, de beneficiamento de sementes para plantio.

 Montividiu possui duas emissoras de rádio, sete escolas de nível fundamental, uma de nível médio; uma unidade hospitalar municipal e outra de especialidade materno-infantil. Seu principal cartão-postal, é a "Praça dos Dinossauros", que assim ficou conhecida por ter exemplares dos ditos animais pré-históricos confeccionados em fibra de vidro.

Objeto de lixo espacial que caiu em uma lavoura
de Montividiu em 2008 e assustou moradores - 
Foto: Danilo Cunha/ Agência Estado.
Um fato curioso que aconteceu no município em 2008, foi quando seus habitantes foram surpreendidos com um objeto que caiu do espaço e que nada mais se tratava, de um tanque de combustível de um foguete lançador de satélites, o qual não se desintegrou na reentrada da atmosfera, mantendo-se quase intacto no chão, despertando temores na população.

 Um município que tem em seu mais precioso patrimônio, o povo que nele habita, foi construído diuturnamente com muito trabalho, esforço e dedicação; nesses 114 anos de história, dos quais 34 deles, sob a condição federativa autônoma, é sem dúvida, mais um bom exemplo dentre muitos outros pelo interior do Brasil, do que nós brasileiros somos capazes.

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