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A região oeste e os bairros de renda média emergentes, a grandes torres em construção

 Quando o prefeito Iron Jaime Nascimento decidiu que já era hora de prolongar a Avenida Presidente Vargas para oeste, na certa não poderia prever tamanho desenvolvimento daquela região da cidade; e mesmo não terminando totalmente a obra, postergando a seu sucessor, o prefeito Osório Santa Cruz, o término do trecho da referida avenida até o antigo trevo com a BR-060, e que tem como principal ponto de referência, o 2º Batalhão de Polícia Militar de Goiás, certamente o que se teve como válido em tudo isso, se deu na iniciativa movida por uma visão.

 Além da Avenida Presidente Vargas, outros importantes eixos compõem a estrutura viária da região oeste de Rio Verde, como a Avenida Universitária, Água Santa, Juscelino Kubitschek, e ainda, as avenidas José Walter e Interlagos, e também a mais recente inauguração: a Avenida Paulo Roberto Cunha, conhecida como Marginal Sapo. 

Esquina das avenidas Juscelino Kubitschek com José Walter no Morada do Sol.

 Com o novo terminal rodoviário ao lado do monumento dedicado à figura do Cristo Redentor, inaugurados no início da década de 1980, estava dada a largada para o lento processo de desenvolvimento da região oeste de Rio Verde, que somente agora vem tendo o desempenho esperado desde então e que teria como outro importante ponto de partida, o surgimento do bairro Morada do Sol, inicialmente, por meio da construção de casas populares, ainda através do antigo Banco Nacional de Habitação (BNH), também conhecidas como Cohabs.

 Mas a Presidente Vargas é a via pública que mais sofre por seu avançado estado de abandono (além de um pavimento asfáltico mal manutenido, cheio de trincas e encardido), os postes da rede elétrica instalados nas ilhas centrais da avenida, se encontram tortos e fora de prumo; as guias de meio-fios em muitos trechos se encontram quebradas, sem falar ainda das calçadas que persistem no tempo por não serem construídas; tudo isso sem dúvida, proporciona uma péssima visão paisagística e estética do local. 

 Como se fosse pouco, o trecho de 2,5 quilômetros da Presidente Vargas - após a mal traçada rotatória do Cristo até o antigo trevo com a BR-060 (também construído pelo prefeito Osório Santa Cruz e que deixou de existir com a duplicação da rodovia) -, se encontra ainda pior, pois além da completa ausência de calçadas, está repleta de lotes e terrenos cheios de mato por toda a sua extensão; tudo isto certamente não causa uma boa impressão aos forasteiros visitantes de primeira viagem.  

 Assim sendo, com a construção do antigo 'conjunto' Morada do Sol, outros bairros foram surgindo, como o Jardim Presidente, Lourdes, Parque das Laranjeiras e o Vitória Régia. O lento processo de desenvolvimento desses bairros porém, se verificaria mais tarde, nas graduais parcelas dos benefícios urbanos construídos pela prefeitura nos quais esses aglomerados citados viriam a ser contemplados. 

 Nos anos 1990, com a primeira tentativa de implantação de um shopping na cidade - o qual funcionou somente até, por volta de 1997 -, houve um tímido ensaio de que a região enfim deslancharia, contudo, somente nesta década de 2010, foi que os últimos bairros asfaltados (Parque das Laranjeiras, Lourdes e o restante do Jardim Presidente), tiveram o mais primordial dos melhoramentos urbanos.

 Com a criação de novos bairros como Tocantins, Jatobás e Interlagos na década de 2000, além de outros já existentes desde a década de 1990 - como o Universitário -, a região oeste entrou em uma nova fase de desenvolvimento com a construção de pequenos blocos de apartamentos, destinados a estudantes universitários, pelo fato de a região concentrar parte significativa dentre as maiores instituições de ensino superior de Goiás. 

 A partir de então, com o surgimento de pequenos edifícios de quatro ou cinco andares, a evolução se deu para torres de médio e grande porte; sem falar ainda, dos condomínios clube, os quais oferecem de quase tudo a seus moradores, prometendo conforto e comodidade (até mesmo com a futura oferta de academias próprias de ginástica e pequenos centros de compras), que se encontram em processo final de sua primeira fase de construção.

 Arte gráfica do Cosmopolitan Hotel & Business,
um dos projetos previstos para a região oeste e
que  mal  saiu de sua fase inicial de construção
 Uma das grandes responsáveis, ou senão a maior delas, pelo processo de verticalização da região oeste de Rio Verde, sem nenhuma sombra de dúvidas, se dá pela HF Engenharia. A empresa rio-verdense à qual carrega as iniciais do nome de seu controlador, já efetuou cerca de quatro médios e grandes empreendimentos imobiliários naquelas redondezas e demonstra fôlego suficiente para mais deles. 

 Hwaskar Fagundes, promete ainda, mais duas ou três futuras torres para flats ou salas comerciais e um hotel, no Morada do Sol, onde está terminando quatro já erguidas (com duas delas já concluídas e outras duas em fase final de acabamento). A construtora que está entre as nove maiores do país (confira aqui), recentemente adquiriu um novo terreno para futuros empreendimentos verticais na cidade às margens da Marginal Sapo, e com isso não dá mostras de parar por aí. 

 Além de ser responsável por boa parte das obras pelo norte do Brasil através do programa Minha Casa, Minha Vida, o sucesso da HF Engenharia na cidade, teve início com a construção do primeiro condomínio popular em blocos de apartamentos de Rio Verde, também pelo programa habitacional do governo federal mencionado, na região do bairro Promissão por volta do ano de 2010.

 Com a reforma e revitalização da Praça Carolina Leão Veloso em Morada do Sol, no ano de 2015, a parte oeste da cidade passou a ser dotada inclusive, de autonomia eclesial católica com a criação da Paróquia de São Francisco de Assis, cuja igreja matriz se encontra no referido largo. A praça passou a ser dotada ainda de quadras poliesportivas, equipamentos de ginástica, playground e é comumente usada para prática de caminhadas pelos moradores próximos, mas que têm reclamado da grande densidade de cadeiras tomadas pelos bares, lanchonetes e vendedores de açaí do local.


 Capela de Santa Cecília, no bairro Vitória Régia (em frente a unidade do Senac), pertencente a região de abrangência da Paróquia São Francisco de Assis.

 A região oeste além de estar atraindo importantes empreendimentos imobiliários, também abriga uma grande loja do seguimento varejista de departamentos, oriunda do estado de Santa Catarina, uma agência bancária, uma concessionária autorizada Volkswagen (à qual está em fase final de reforma), inúmeras garagens de carros usados e uma lotérica. Há porém outros negócios parados, e que mal saíram de suas fases iniciais de construção, como o Cosmopolitan Hotel & Business, o qual foi lançado em 2014 e fica bem em frente a citada revendedora de veículos zero Km.

 A região oeste abriga ainda, a maioria dos órgãos judiciários presentes na cidade, como o Fórum da Comarca local do Tribunal de Justiça estadual, a Justiça Federal (que em breve mudará de endereço, mas permanecerá na região), o Ministério Público estadual, as varas da Justiça do Trabalho e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), de Rio Verde. O Morada do Sol sedia ainda o mais moderno hospital privado do interior de Goiás, e o bairro Vitória Régia, abriga uma unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac).  

 Mas apesar de como mencionado inicialmente de se tratar de um dos primeiros marcos de desenvolvimento da região oeste, o terminal rodoviário é hoje quase que uma cicatriz urbana no local e que não oferece serviços condizentes para a população daquela parte de Rio Verde de forma satisfatória - além do embarque e desembarque de linhas intermunicipais ou interestaduais -, como por exemplo, caixas eletrônicos 24 horas de todas as agências bancárias presentes, um posto de atendimento dos Correios e ainda, do Conselho Tutelar de Infância e Juventude.

 Avenida Presidente Vargas por volta do ano de 1986, altura do terminal
rodoviário. Ao fundo, centro de Rio Verde (Foto: acervo pessoal de Natá-
lia Campos/ extraído da página Memorial da Cidade de  Rio Verde-GO  no
Facebook).

 Além de tudo isso, a rodoviária de Rio Verde peca pela falta de uma adequada e aconchegante praça de alimentação com ambiente climatizado, de fácil acesso, com bons restaurantes, churrascarias e lanchonetes, que atendessem melhor a um conceito moderno e contemporâneo dos melhores, mais avançados e desenvolvidos terminais rodoviários espalhados pelas principais cidades interioranas do país. Tudo em meio ao que não se pode ser concebido naquele local, por ser tratar de reduzido espaço e mal ser suficiente para manobra dos ônibus (cada vez maiores e luxuosos).

 Nada porém que com muita "fé" e perseverança nas orações ao nosso santo padroeiro, que neste dia 20 de janeiro se celebra seu dia, não fossem ou viessem um dia a serem atendidas, já que há julgar pela disposição da maioria dos empresários da cidade (com exceção daqueles louvadamente mencionados neste artigo) e o poder público, a região oeste continuará sendo uma eterna promessa que nunca satisfatoriamente se confirmará. Sendo assim, então vamos lá! "São Sebastião, rogai pelos rio-verdenses desesperados e desiludidos". 

  Viva a São Sebastião! Amém! 

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