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Um bairro bastante movimentado mas quase incógnito

 O bairro de Vila Santo Antônio que fica na região central de Rio Verde, é um dos mais tradicionais da cidade, mas parece ser conhecido mesmo apenas por seus próprios moradores. Aliás esta é uma característica nata local rio-verdense, aonde se tem 'micro' bairros que ficam "dentro" de outros, ou estão geograficamente recortados entre dois e três de suas cercanias. Por esta razão, Vila Santo Antônio é comumente confundido com outros como o Vila Carolina e o Vila Baylão.


Rua Nizo Jaime de Gusmão, na altura do Hotel 
Rio Verde.
 Toda essa confusão ocorre pelo fato de o bairro de Vila Santo Antônio, se tratar de uma estreita faixa que tem como ponto de partida, a margem sul da Marginal Barrinha por meio de sua principal via comercial, a Rua Nizo Jaime de Gusmão (à qual se inicia no centro de Rio Verde), "espremido" entre o bairro de Vila Amália e Conjunto Maristela à leste, e o Jardim Bela Vista e o Vila Carolina em sentido oeste, até o viaduto da BR-060.


 A Rua Nizo Jaime de Gusmão, que homenageia um antigo comerciante de gêneros eletro-eletrônicos proprietário de uma loja que existiu aproximadamente até meados da década de 1960, onde atualmente funciona a agência da Receita Federal na Praça 5 de Agosto, no passado chegou a ter outro nome, quando homenageava o ex-governador de Goiás, Bernardo Sayão.

 A antiga Avenida Bernardo Sayão e atual Rua Nizo Jaime de Gusmão, também foi a principal via de acesso à BR-060 para quem desejasse se dirigir para Goiânia ou Jataí (por ser o trajeto mais curto até o centro), antes da Avenida Presidente Vargas, se tornar a espinha dorsal de Rio Verde e ser ligada de trevo a trevo, cortando o que até então, se tratava como o "meio" da cidade.


Rua Nizo Jaime de Gusmão, quando ainda tinha nomenclatura de Avenida Bernardo Sayão, altura do 
conjunto Sônia Maria 
(Foto: IBGE/Cidades@).

 O bairro de Vila Santo Antônio, conta com revendedoras de veículos novos, restaurantes e um tradicional hotel; alguns órgãos de governo municipal, clínicas médicas particulares das mais variadas especialidades; além é claro, de uma academia para prática de exercícios físicos. O bairro também abriga o Instituto de Assistência a Menores (IAM), local em que a princípio funcionava uma espécie de reformatório para jovens com desvio de conduta e hoje tem sua função muito mais voltada à educação.

 O destaque sem dúvida se dá nas duas maiores construções ainda existentes no bairro, como os prédios do citado IAM, e os galpões que abrigaram no passado, os armazéns da antiga Companhia Brasileira de Armazenamento (Cibrazem), o qual fica em frente ao mencionado hotel e onde funciona alguns órgãos da prefeitura de Rio Verde. Foi em Vila Santo Antônio também, que surgiu na primeira metade da década de 1980, o primeiro prédio de apartamentos da cidade, o edifício Verdes Rios.


Registro da visita do então governador de Goiás, Otávio Lage a Rio Verde; ao fundo, destaque para a Avenida Bernardo Sayão e o bairro de Vila Santo Antônio em formação (Foto: Wander Iwata/ Pág. Memorial da Cidade).

 Além de tudo, não poderia passar sem mencionar o melancólico Colégio Frederico Jaime, o qual chegou a ser interditado por um curto período de tempo pelo Corpo de Bombeiros por problemas em sua estrutura. O Colégio Frederico Jaime, é o retrato fiel, do descaso do governo estadual goiano, para com uma infraestrutura digna de ensino para nossos tão cobrados jovens
.
Destaque para algumas revendedoras de veículos 
instaladas no bairro de Vila Santo Antônio.
 E assim a vida segue no primeiro bairro de classe média emergente de Rio Verde, aonde se pode dizer que em seus primórdios, viveu a vanguarda do que se pode afirmar como a tentativa de um novo conceito de urbanismo para sua época, mas que se perdeu ao longo do tempo. Algo que esboça um certo conceito de estado de bem estar, que logo não vingou e morreu na ignorância dos dias que se sucederam depois de seu surgimento.       

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