O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou o resultado do Produto Interno Bruto do terceiro trimestre do ano. Em valor nominal - que é calculado a preços correntes, isto é, leva em consideração os valores de mercado do ano em que o produto foi produzido e comercializado -, o PIB somou R$ 1,09 trilhão no terceiro trimestre de 2012.
O resultado foi puxado pela agropecuária que ficou em 2,5%, seguido da indústria em 1,1% e o setor de serviços apresentou atividade zero. A expectativa do governo era que o crescimento econômico no período ficasse ao redor de 1% à 1,3%.
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Indústria, continua sendo o patinho feio da economia brasileira |
Na porcentagem geral, o PIB cresceu apenas 0,6% na comparação com o trimestre anterior.
Para se chegar a esse cálculo, observa-se a soma das riquezas produzidas dentro do país, incluindo empresas nacionais e estrangeiras que estejam alocadas em qualquer parte do território nacional. Com a indústria respondendo por 30% do total; os serviços com uma participação de 65%; e a agropecuária com 5%. Insere-se no cálculo apenas as vendas do produto final, exemplo: um automóvel e não o aço; o ferro; o vidro e o plástico empregados na sua produção. Evita-se assim, a contagem dupla de certas produções - o que não ocorre para efeito tributário -, vícios da estrutura federativa.
Porém se for observado pela ótica da demanda - procura por bens e serviços -, que nesse caso é medido pelo consumo das famílias (60%); do governo (20%) e os investimentos públicos (do governo) e privados (das empresas) que devem ser de (18%), mais a soma das exportações e importações, que gira em torno de (2%), as duas modalidades de cálculo devem chegar ao mesmo resultado.
Investimentos
No ato de divulgação dos resultados, incluem-se o volume total de investimentos praticados no país, conhecido como: Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) que é justamente a conta de investimentos realizados pelas empresas no período e o quanto houve em acúmulo de bens de capital - que são (no caso das indústrias) todas as máquinas que existem dentro dela para produzirem outros bens (produto final - bens de consumo) e ainda da construção civil.
A FBCF, no terceiro trimestre teve uma queda de 5,6%, em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso significa que as empresas de um modo geral, deixaram de investir na formação de novas estruturas para o aumento da produção.
Esse é um fator determinante nas previsões de crescimento da economia, ao se examinar que os investimentos produtivos completaram o mais longo período de queda em 13 anos - fruto da prática de juros altos que induziam o empresário a fazer caixa no mercado financeiro, à aumentar o fluxo de produção através do investimento produtivo -, que com isso, chega-se a cinco trimestres seguidos de retrocesso na FBCF, sempre na comparação do período, imediatamente ao trimestre anterior.
No ano a FBCF acumula queda de 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com o IBGE, a taxa de investimento em relação ao PIB (FBCF/PIB), no terceiro trimestre foi de 18,7%. O ideal seria uma taxa de investimentos, acima de 22% do PIB ao ano.
Os elevados custos de produção no Brasil poderiam ser reduzidos caso houvesse um maior nível de investimentos. É o caso do custo da energia - que no Brasil é um dos mais caros do mundo -, contudo o governo estuda novas regras de concessões para o setor elétrico, visando o barateamento de um insumo imprescindível à produção, que por outro lado vem contrariando investidores que se acham receosos quanto no respeito ao ambiente de negócios.
Na verdade o governo estuda regras que na prática, as empresas de energia deixarão de receber ativos de amortizações de investimentos de usinas antigas e às quais já foram pagas. Com isso o governo espera que haja uma redução de dividendos no mercado de ações onde essas empresas de energia negociam, e que isso venha a ser repassado às tarifas de energia ao consumidor final.
Comparando com terceiro trimestre de 2011, houve um acréscimo de 0,9% na atividade econômica como um todo, demonstrando que a economia vem ganhando fôlego e reagindo aos estímulos. Porém, no acumulado do ano de janeiro a setembro, o PIB da agropecuária amargou uma queda de 1%, em relação ao mesmo período do ano passado. A indústria, teve queda de 0,9%, também referente ao mesmo período, enquanto os serviços obtiveram alta de 1,5% no período janeiro a setembro.
Consumo
Em boa parte a decepcionante marca de 0,6% de crescimento no trimestre, se deveu ao consumo das famílias que em nove meses, registrou elevação de 2,8%. Comparando com o terceiro trimestre de 2011, a alta no terceiro trimestre de 2012 no consumo das famílias foi de 3,4%. Contudo, insuficiente para sustentar uma elevação maior e nos períodos futuros, dada à limitação de endividamento das famílias. O consumo do governo no ano foi de 3,2% e de apenas 0,1% no terceiro trimestre de 2012.
Importações e exportações
As exportações do terceiro trimestre em relação ao segundo, obtiveram uma alta de 0,2%. Já em comparação ao mesmo período do ano passado o tombo foi de 3,2%. Segundo o IBGE, as importações caíram ainda mais: cerca de 6,5%.
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Mesmo com o aumento nas exportações de grãos, a produção e a importação de máquinas caiu. |
Para o instituto, a queda nas importações de máquinas e equipamentos, quanto a produção nacional desse segmento, foram fatores preponderantes no recuo da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF).
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