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Mostrando postagens de maio, 2012

O desafio de economizar para o consumo

 Artigo publicado em O Globo dia 26/05/2012 RIO e BRASÍLIA — Os juros menores também complicam a vida de quem prefere juntar o dinheiro antes de consumir, em vez de recorrer a financiamentos. Para comprar um carro de R$ 50 mil, uma pessoa teria que aplicar R$ 1.195,02 por mês em um fundo de renda fixa pelo período de três anos, para uma taxa de juros de 12% ao ano. Com os juros a 8%, a aplicação mensal pula para R$ 1.267,95. A simulação, feita pela professora da Fundação Getulio Vargas e planejadora financeira Myrian Lund, considera uma taxa de administração de 2%. — Para quem pretende usar o dinheiro em até dois anos, as melhores opções são a poupança, os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com taxa acima de 90% do CDI e os fundos de renda fixa com taxas de administração baixas, de até 1% ao ano. Para quem tem mais de dois anos como prazo, o Tesouro Direto passa a ser uma alternativa também — diz Myrian Lund. Em comparação à aposentadoria, as aplicações feitas com...

A fábula da raposa

http://www.franciscanos.org.br/ Existiu um lenhador que acordava às 6 da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha, e só parava tarde da noite. Esse lenhador tinha um filho, lindo, de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança. Todos os dias o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa cuidando de seu filho. Todas as noites, ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada. Os vizinhos do lenhador alertavam que a raposa era um bicho, um animal selvagem; e portanto, não era confiável. Quando ela sentisse fome comeria a criança. O lenhador sempre retrucando com os vizinhos falava que isso era uma grande bobagem. A raposa era sua amiga e jamais faria isso. Os vizinhos insistiram. - Lenhador, abra os olhos. A raposa vai comer seu filho. Quando sentir fome, comerá seu filho! Um dia, o lenhador muito exausto do trabalho e muito cansado desses comentários – ao chegar em casa viu a raposa sorrindo c...

Vá entender

 Ontem o Dólar estava abaixo de R$ 1,80 ou (um real e oitenta centavos) e tinha gente que reclamava por conta de que isso torna os produtos brasileiros – essencialmente commodities – menos competitivos. Hoje (mais precisamente ontem mesmo) a moeda norte-americana encostou nos R$ 2,00 e tem gente ‘preocupada’ com a inflação por conta também, dos números de abril que mostraram uma alta significativa em relação a março. Seria motivo para arrancarmos os cabelos e cairmos em desespero por termos optados por enfrentar a questão da competitividade de nossos produtos e os spreads bancários? Talvez esse seria o preço a ser pago.  Nos anos 1990, dizia-se que o remédio contra a inflação deveria ser amargo, e a população quase nunca rejeitava essas doses. Agora chegou a vez do mercado, e já ele...  Muitos afirmam que a importação de máquinas e insumos para a indústria ficará mais cara agora com o encarecimento do Dólar. Dos insumos talvez, quem sabe, mas incidirá muito ...

Furo na couraça

Por José Paulo Kupfer O Estado de S. Paulo Divulgado na véspera do 1º. de maio, o relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre as perspectivas do emprego no mundo, edição 2012, é um libelo contra as políticas de austeridade fiscal e flexibilização trabalhista, adotadas principalmente na Europa, como remédio para enfrentar a crise econômica global. Segundo Raymond Torres, principal autor do levantamento, não só a austeridade fiscal não produziu crescimento econômico como as reformas trabalhistas implantadas são ineficientes e tendem a promover mais desemprego. Traduzida em números, a situação é alarmante. A previsão da OIT é de que o desemprego no mundo atingirá mais de 200 milhões de pessoas neste ano, volume 6% superior ao estoque de desocupados em 2011. Em média, 40% dos trabalhadores entre 25 e 49 anos, no auge, portanto, da vida produtiva, estão sem emprego, no mundo desenvolvido. Em certas economias, como a da Espanha, o desemprego entre jovens até 25 an...

Poupança diferente

 Ontem a equipe econômica do Ministério da Fazenda, definiu as novas regras para a poupança que começam a valer à partir de hoje. Pelo novo desenho remuneratório, as cadernetas agora passam a seguir a variação da Selic, mas com apenas 70% dela, mais a variação da TR.   A nova modalidade de rentabilidade da aplicação mais popular do país, ao contrário do que previa a proposta do governo Lula, - de taxar com Imposto de Renda, cadernetas com saldos acima de 50 mil reais, e que deveria portanto, seguir para apreciação no Congresso - na nova medida do governo, não haverá essa necessidade*. Aliás, cobrar imposto de rico no Brasil, é a maior das dificuldades do mundo. Até porque, acredito que nenhum daqueles ditos da "nova classe média" , tenham uma poupança com esse valor. No máximo o que um classe C possui, é uma caderneta de até 20 mil reais. Muito embora a carga tributária esteja elevada, os ricos proporcionalmente pagam bem menos impostos do que os pobres  . Esse...

Apostas em doses maiores de parcimônia

O mercado acredita que o Banco Central não vá mexer tão cedo na taxa SELIC, por conta dos riscos que podem afetar o governo de uma migração em massa dos investidores para a poupança e assim, os títulos da dívida pública, corram o risco de não serem refinanciados no médio prazo. Visto que as taxas de remuneração das cadernetas podem render mais do que renderiam os títulos do governo.   Para driblar isso o governo estuda algumas saídas. Dentre elas, estão a possibilidade de se atrelar a poupança à variação da taxa SELIC, em aproximadamente 80% de sua correção e o restante com a TR (Taxa Referencial). E um detalhe: cadernetas com saldo abaixo de 50 mil reais, não pagam IR Imposto de Renda. Com a migração dos investidores, sendo ocorrida em massa para a poupança, o governo também perderia em arrecadação.   Falando em Imposto de Renda, apenas pouco mais de 25 milhões e 200 mil contribuintes declararam este ano. Isso num universo de mais de 190 milhões de ha...