O senso comum elegeu o brasileiro como acomodado e pouco disposto ao trabalho duro, no entanto, são poucos aqueles que podem se dar ao luxo de ostentar o ônus da meritocracia com orgulho, como fruto de seus trabalhos pesados. A realidade empírica que acaba predominando é que ninguém conseguiu nada no Brasil tão somente e unicamente por meio do trabalho. "Sair da zona de conforto" portanto, reflete a coação moral na qual as pessoas são incumbidas de uma terceirização involuntária da responsabilidade das primeiras. Tudo porque quem profere tal frase, o faz por se encontrar em sua zona de conforto própria (e desejar com isso, se preservar nela), enquanto seus subalternos realizam aquilo que em suas condições de superiores, jamais fizeram e nem têm a pretensão de saberem como se faz. Zygmunt Bauman, que morreu em janeiro de 2017, classificou a socie- dade em "modernidade líquida" (foto: jornal El País ). ...
Opinião e reflexão